Carlito Guimarães defende que acumular dinheiro não gera valor e que o verdadeiro patrimônio do pecuarista está em boi, terra e produção
O pecuarista Carlito Guimarães, um dos mais influentes do Xingu, surpreendeu ao afirmar que “dinheiro é a pior mercadoria que existe”. Para ele, guardar capital em banco é perder valor, enquanto investir em gado e terra garante crescimento real do patrimônio.
Essa visão, que confronta a lógica financeira tradicional, reforça a importância de pensar em estratégias produtivas e de longo prazo no agronegócio.
Segundo Guimarães, a chave da prosperidade está em saber comprar quando o mercado está ruim e vender quando está bom.
-
Brasil bloqueia bacon dos EUA: produtores americanos acusam barreira “sem justificativa científica” e pedem retaliação comercial em audiência
-
Agro em alta: ações podem disparar com cortes na Selic em 2026
-
Terminal chinês no Brasil: US$ 285 milhões em investimentos que pode reposicionar o agro brasileiro e acirrar a disputa com os Estados Unidos
-
O Brasil agora vai vender ingredientes para ração ao Japão, um mercado que já importou US$ 3,3 bilhões do nosso agronegócio em 2024
No campo, isso significa aumentar o rebanho quando o preço do boi gordo cai e direcionar recursos para terra, infraestrutura e máquinas quando os valores do gado sobem.
Quem acumula dinheiro perde poder de compra
O pecuarista explica que o grande erro de muitos produtores é seguir o fluxo da maioria: comprar em alta e vender em baixa.
Na prática, esse comportamento gera prejuízo. Dinheiro parado não se multiplica — pior, perde valor com o tempo. Já a mercadoria, seja em forma de boi, soja ou milho, mantém e amplia o patrimônio.
Para ilustrar, Guimarães compara o raciocínio rural ao mercado financeiro.
Assim como o investidor Luiz Barsi foca nos dividendos e não no preço da ação, no agro o “dividendo” está no bezerro que nasce.
É o ciclo produtivo que garante retorno contínuo, independente da oscilação do mercado.
Quanto vale uma caminhonete em bois
Outro ponto defendido pelo pecuarista é que, no campo, o dinheiro não deve ser visto como referência absoluta de valor.
Ao pensar em comprar uma caminhonete, o produtor deve calcular quantos bois ela custa, e não apenas o preço em reais.
Esse raciocínio protege contra a ilusão monetária e reforça que a riqueza verdadeira está na produção.
A lógica também se aplica às oscilações do mercado.
Quem tem milhares de cabeças de gado consegue suportar períodos de queda de preços porque sabe que, em algum momento, o ciclo de valorização retorna.
Já quem acumula dinheiro no banco, segundo Guimarães, fica exposto à desvalorização da moeda e perde poder de compra.
Por que o gado e a terra são a base do patrimônio
Para Carlito Guimarães, a riqueza no agronegócio está na escala produtiva.
Mais gado significa mais bezerros, que significam mais oportunidades de venda no futuro. Terra bem cuidada significa maior capacidade de expansão.
Dinheiro, por outro lado, só serve para despesas imediatas, mas não representa base sólida de riqueza.
Ele cita ainda empresários de destaque, como o dono da Havan, que compartilham dessa visão: dinheiro parado é prejuízo.
O segredo está em manter o capital sempre convertido em mercadoria, estrutura produtiva ou expansão do rebanho.
E você, concorda com a visão de Carlito Guimarães de que dinheiro é apenas uma “mercadoria ruim” para o pecuarista? Acredita que o gado e a terra são realmente mais seguros que o banco? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem vive isso na prática.