Maior pecuarista do Xingu defende Nelore puro como base da pecuária de corte e critica cruzamento industrial como modelo caro e pouco eficiente
O maior pecuarista do Xingu, Carlito Guimarães, fez duras críticas ao cruzamento industrial e reforçou que a pecuária de corte deve se apoiar no Nelore puro. Para ele, esse é o gado mais rústico, adaptado ao pasto e com melhor custo-benefício. O argumento é direto: o cruzamento pode até sofisticar a atividade, mas encarece a produção e compromete a escala.
Segundo Guimarães, fazendeiro de verdade não perde tempo com modelos artificiais. Ele sustenta que a rusticidade do Nelore garante crescimento, lucro e sustentabilidade a longo prazo. A base do rebanho, segundo ele, deve continuar sendo o Zebu, já que cruzamentos exigem mais insumos, mão de obra e acabam trazendo problemas para a vacada.
O Nelore como escolha natural da pecuária
Para o maior pecuarista do Xingu, o Nelore permanece como a raça mais eficiente.
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Ele destaca que o gado zebuíno converte melhor a alimentação em carne: enquanto um europeu pode precisar de 10 quilos de ração para gerar 1 quilo de peso, o Nelore pode entregar até 1,2 quilo.
Essa diferença, embora pareça pequena, se transforma em vantagem competitiva quando se fala em milhares de cabeças.
Outro ponto é a rusticidade. Guimarães enfatiza que o Nelore cresce solto, sem a necessidade de coxo ou cuidados extras, resistindo melhor a carrapatos, varação de cerca e às condições climáticas adversas.
Para ele, a lógica é simples: quanto menos o gado depender de intervenção, mais saudável e rentável será o negócio.
O custo elevado do cruzamento industrial
Ao comentar sobre o cruzamento, Carlito Guimarães não hesita em classificá-lo como inviável para quem busca escala.
Ele relata experiências pessoais de inseminação em larga escala, com perdas expressivas na vacada, reforçando que a prática demanda altos custos com suplementação, ração e proteinado para manter a produtividade.
Segundo o pecuarista, o cruzamento pode até gerar algumas peças mais valorizadas, mas isso não compensa os gastos extras.
O frigorífico paga muito pouco a mais por um bezerro de meio-sangue em relação ao Nelore, enquanto o custo de criação é significativamente mais alto.
O impacto da rusticidade no resultado final
Guimarães lembra ainda que o bezerro de cruzamento judia da vaca, exigindo mais leite e maior suplementação.
Na prática, isso enfraquece a matriz e compromete a taxa de prenhez, obrigando o produtor a abater fêmeas antes do tempo.
Para ele, esse é um risco inaceitável em propriedades de grande escala.
Com isso, a opção pelo Nelore puro se consolida não apenas por tradição, mas por resultado prático.
O maior pecuarista do Xingu defende que a pecuária precisa de volume e eficiência, não de experimentos caros.
A visão de futuro do maior pecuarista do Xingu
Ao projetar o futuro da pecuária, Carlito Guimarães acredita que o mercado pode até conviver com nichos de cruzamento industrial, mas que a base produtiva continuará sendo o Nelore.
Ele reforça que, enquanto houver demanda por carne de corte eficiente e de baixo custo, o gado zebuíno será imbatível.
Para ele, o que diferencia um bom pecuarista não é a sofisticação genética, mas a capacidade de manter rebanhos grandes, produtivos e lucrativos com o mínimo de intervenção possível.
“Fazendeiro de verdade não perde tempo com cruzamento”, resume.
A fala do maior pecuarista do Xingu reacende um debate antigo no setor: seguir na direção do cruzamento industrial ou manter a força da rusticidade do Nelore.
Para Carlito Guimarães, a resposta já está dada pelo próprio mercado, que continua valorizando o Zebu como base da pecuária brasileira.
E você, concorda com essa visão de que o Nelore é imbatível? Ou acredita que o cruzamento industrial pode, no futuro, superar essa tradição? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem vive a pecuária na prática.