A Itaipu Binacional concluiu a instalação de uma ilha solar flutuante com capacidade de 1 MWp, marcando um novo passo na integração entre energia hidrelétrica e solar na América do Sul
A Itaipu Binacional, já reconhecida como uma das maiores geradoras de energia limpa do planeta, se prepara para um novo salto rumo à inovação. A empresa concluiu a montagem de sua primeira ilha solar flutuante, um projeto-piloto de 1 MWp (megawatt-pico) instalado no reservatório da usina.
A estrutura ocupa 7.600 m² e recebeu 1.568 painéis fotovoltaicos. Agora, faltam apenas ajustes finais, como a instalação dos cabos de energia e comunicação, além da etapa de testes. A previsão é que a geração em plena carga comece até o final de novembro, após o comissionamento a frio (sem geração) e a quente (com energização dos equipamentos).
Segundo o engenheiro Márcio Massakiti Kubo, da Superintendência de Energias Renováveis:
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“A instalação de sistemas flutuantes exige cuidados especiais, principalmente por estar próxima ao vertedouro e dentro da área náutica de segurança operativa da usina“.
Esse detalhe reforça a complexidade e o caráter pioneiro do projeto, o primeiro do tipo em uma hidrelétrica binacional.
Energia renovável: potencial de transformar a matriz elétrica
O principal objetivo da iniciativa é testar a viabilidade técnica, os benefícios e os impactos ambientais da geração solar flutuante. Durante um ano, serão coletados dados que servirão de base para possíveis expansões.
Estudos preliminares indicam que cobrir apenas 1% do reservatório de Itaipu com painéis solares poderia gerar 3,6 TWh por ano, o que equivale a cerca de 4% da produção anual da hidrelétrica em 2023.
Embora não haja planos imediatos de ampliação, o potencial é expressivo. Como destacou o engenheiro Kubo:
“É um número expressivo, mas a viabilidade depende de fatores como proximidade ao consumo, navegação e características locais“.
O projeto demonstra que combinar energia hidrelétrica e solar pode ser uma estratégia decisiva para aumentar a segurança energética e reduzir emissões, um modelo que poderia inspirar outros reservatórios no Brasil e no Paraguai.
Sustentabilidade e monitoramento ambiental
Um dos maiores desafios de qualquer projeto de energia renovável é garantir o equilíbrio ambiental. No caso da Itaipu, análises científicas não identificaram impactos significativos na literatura especializada, o que encorajou o avanço da iniciativa.
Ainda assim, a empresa realizará monitoramentos contínuos, com o apoio dos parques tecnológicos do Brasil e do Paraguai, avaliando:
- Alterações no habitat de aves e peixes;
- Qualidade da água;
- Floração de algas e possíveis mudanças ecológicas.
Esses acompanhamentos são fundamentais, já que o reservatório de Itaipu possui importância ambiental e social estratégica para toda a região trinacional.
Além da energia solar, Itaipu mantém estudos e investimentos em biogás, hidrogênio verde e microgrids, reafirmando sua posição como polo de inovação e sustentabilidade no setor energético.
Itaipu e o futuro da energia limpa
Com a entrada em operação do sistema solar flutuante, Itaipu reforça seu papel de liderança mundial em energia renovável. A iniciativa mostra que mesmo uma hidrelétrica já consolidada pode se reinventar e ampliar sua contribuição para um planeta mais sustentável.
Se o projeto-piloto obtiver sucesso, poderá abrir caminho para a replicação do modelo em outros reservatórios, transformando a relação entre geração hídrica e solar no Brasil e em toda a América Latina.
E você, acredita que a união entre hidrelétrica e energia solar é o futuro da matriz elétrica brasileira? Ou o país ainda precisa dar passos maiores para aproveitar seu potencial renovável de forma mais ampla?
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