Com quase 5 mil quilômetros, a BR-116 atravessa o Brasil de ponta a ponta, revelando contrastes geográficos, culturais e sociais que escapam dos roteiros tradicionais e surpreendem até os viajantes mais experientes.
A BR‑116, principal rodovia inteiramente nacional, se estende por cerca de 4.660 quilômetros entre o Ceará e o Rio Grande do Sul, conectando 10 estados e mesclando realidades urbanas, rurais e culturais raramente retratadas no turismo tradicional.
Inicia-se em Fortaleza (CE), no litoral nordestino, e termina na fronteira com o Uruguai, em Jaguarão (RS).
No percurso, cruza capitais como Salvador (BA), Rio de Janeiro (RJ), Curitiba (PR) e Porto Alegre (RS), além de pequenas cidades e trechos quase isolados — retratando o Brasil em toda sua diversidade.
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A BR-116 como eixo estratégico do Brasil
Desde sua abertura em diferentes etapas ao longo do século XX, a rodovia se consolidou como eixo essencial para o escoamento entre as regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Sul.
Nos segmentos entre São Paulo e Rio de Janeiro, bem como na Região Sul, é considerada uma das rodovias mais movimentadas do país, especialmente para o transporte de cargas.
O trecho conhecido como Serra do Cafezal, na ligação entre São Paulo e Curitiba, apresenta curvas sinuosas e tráfego pesado de caminhões, configurando um ponto crítico para a segurança viária.
Já o segmento que liga Governador Valadares (MG) a Feira de Santana (BA) ficou histórico pelo apelido “Rodovia da Morte”, devido aos elevados índices de acidentes fatais registrados.
Um retrato do Brasil fora do circuito turístico
Ainda que seja uma via expressiva para o comércio e serviços, a BR‑116 também oferece experiências culturais e paisagísticas únicas.
No Sul, surge em regiões com forte influência da colonização alemã e italiana, com destaque para a gastronomia típica dessas comunidades.
No Sudeste, atravessa polos industriais e aglomerações urbanas, espelhando o Brasil acelerado e urbano.
No Nordeste, a estrada cruza zonas de caatinga, sertão e litoral, exibindo contrastes entre áreas áridas e paisagens exuberantes.
Estrada atrai mochileiros e viajantes
O uso turístico da via cresce entre viajantes e mochileiros interessados em conhecer o país fora dos roteiros padronizados.
Ao longo do trajeto, é possível encontrar desde áreas de proteção ambiental e comunidades tradicionais até sítios históricos e mercados populares.
Embora não exista levantamento oficial, relatos em blogs e vídeos apontam pluralidade de sotaques, climas e modos de vida a partir das pequenas paradas.
Desafios na infraestrutura da BR-116
Do ponto de vista logístico, há desafios.
Diversos trechos ainda carecem de duplicação, apresentam buracos, sinalização deficiente e escassez de postos de apoio ou serviços de emergência.
Apesar disso, organismos federais e estaduais têm promovido obras de modernização, com duplicações e recuperação do pavimento, especialmente nas áreas de maior circulação de veículos.
A infraestrutura, embora imperfeita, sustenta uma trajetória que vai além do transporte: a BR‑116 funciona como uma linha geográfica que costura diferentes camadas do Brasil, muitas vezes invisíveis a quem transita apenas entre grandes centros urbanos.
A rodovia como elo de integração nacional
Em termos econômicos, a rodovia é responsável por uma parcela significativa do transporte rodoviário de cargas entre o Sul e o Norte, conforme indicadores do DNIT, que apontam grande concentração de tráfego entre São Paulo e Curitiba, além da Região Sul.
Em aspectos sociais, a via revela realidades variadas. Nas capitais, testemunha o ritmo urbano e industrial.
Nos vilarejos, aproxima-se de comunidades rurais e tradições locais. No Nordeste, impacta áreas com menor densidade habitacional. No Sul, insere‑se em territórios historicamente moldados pela imigração europeia.
Turismo e descobertas fora do óbvio
Entre os episódios menos divulgados, destacam‑se iniciativas de ecoturismo e turismo comunitário.
Existem parques naturais próximos ao traçado, reservas de mata nativa e pontos de parada em vilarejos que guardam segredos históricos.
Quanto à extensão exata desses pontos, não há números oficiais disponíveis — as experiências se baseiam, principalmente, em registros de quem percorre o trajeto.
Os contrastes da BR‑116 — urbanidade e isolamento, integração e abandono, segurança e risco — refletem a complexidade brasileira.
Cada trecho revela vidas e ecossistemas distintos, conectados por uma única estrada.
Embora seja frequentemente associada ao transporte de cargas e ao progresso econômico, a BR‑116 registra também fases de negligência — evidenciadas em trechos ainda não duplicados, encostas instáveis e postos de apoio insuficientes.
Nos últimos anos, programas federais e investimentos estaduais estão trabalhando para sanar essas deficiências.
Obras de duplicação avançam em áreas de alta demanda, enquanto reformas pontuais buscam melhorar condições em trechos degradados.
Ao refletir sobre seu significado, a BR‑116 desponta como algo além de estrada: é uma via viva, que revela o país autêntico, plural e em transformação.
Quem a percorre de ponta a ponta testemunha uma cadeia de histórias, desafios e descobertas — fotografias de um Brasil profundo.
Já passou por algum dos 10 estados cortados pela BR-116? O que achou da experiência, leitor?
Conheço vários trechos da BR-116, especialmente no Nordeste e Sudeste, mas desconheço e contesto que ela corte ou passe em algum trecho em Salvador-BA. Ela passa sim na cidade de Feira de Santana-BA, que fica a aproximadamente 115Km da capital Salvador.
A br 116 não passa por Salvador/Ba e sim em Feira de Santana/Ba
Já percorri de carro toda a BR116 várias vezes e posso dizer que só tem melhorado ao longo dos anos. Pode-se viajar por ela sem temer buracos inesperados ou trechos sem pavimentação.