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Maersk testa mistura com etanol brasileiro, metanol e bunker para descarbonização da navegação, abrindo mercado de 50 bilhões de litros e reforçando produção sustentável

Escrito por Hilton Libório
Publicado em 21/10/2025 às 13:16
Navio cargueiro da Maersk navegando em alto-mar, carregado com contêineres, com o logotipo da empresa em destaque.
Foto: Maersk testa mistura com etanol brasileiro, metanol e bunker para descarbonização da navegação, abre mercado de 50 bilhões de litros e reforça produção sustentável
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Maersk testa novos combustíveis marítimos misturando etanol brasileiro, metanol e bunker em navios, avançando na sustentabilidade e na descarbonização da navegação global

Em 20 de outubro de 2025, a gigante global da navegação Maersk iniciou testes com uma mistura estratégica de etanol brasileiro, metanol e bunker (combustível marítimo) nos tanques de seus navios, marcando um avanço significativo na busca por soluções sustentáveis para o setor marítimo.

Segundo uma matéria do Globo Rural, essa iniciativa pode abrir um mercado de até 50 bilhões de litros de biocombustíveis e reforça o papel do Brasil como fornecedor estratégico de energia limpa para o transporte marítimo global.

Maersk lidera a descarbonização dos navios com combustível marítimo sustentável

A Maersk, que detém cerca de 15% do mercado global de transporte marítimo, está liderando uma transformação no uso de combustível marítimo. Os primeiros testes foram realizados em embarcações com motores adaptados para metanol, e os resultados foram considerados positivos por Danilo Veras, vice-presidente de políticas regulatórias da Maersk Latam.

A empresa agora avança para testar o etanol em navios convencionais, misturado ao diesel marítimo (bunker), ampliando o escopo da iniciativa e sinalizando uma mudança estrutural na matriz energética da navegação internacional.

A iniciativa está alinhada com os compromissos climáticos da Organização Marítima Internacional (IMO), que busca reduzir em até 50% as emissões de gases de efeito estufa até 2050. A Maersk, ao investir em combustíveis alternativos, posiciona-se como referência em inovação e sustentabilidade no setor naval.

Etanol brasileiro: solução limpa e estratégica para o transporte marítimo

O etanol brasileiro, produzido majoritariamente a partir da cana-de-açúcar, é reconhecido mundialmente por sua alta eficiência energética e baixa emissão de carbono.

Segundo dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), o etanol de cana pode reduzir até 90% das emissões de gases de efeito estufa em comparação com combustíveis fósseis.

A escolha da Maersk pelo etanol brasileiro reforça a confiança na sustentabilidade e na capacidade produtiva do Brasil, que já exporta o biocombustível para outros países e possui infraestrutura consolidada para atender à demanda crescente.

Além disso, o Brasil possui um dos maiores programas de biocombustíveis do mundo, o RenovaBio, que incentiva a produção e comercialização de combustíveis renováveis com base em critérios ambientais e de eficiência energética.

Mistura com metanol e bunker: equilíbrio entre desempenho e sustentabilidade

A combinação entre etanol, metanol e bunker visa equilibrar desempenho operacional, custo e impacto ambiental. O metanol, por exemplo, é considerado um combustível de transição, com menor emissão de poluentes em relação ao bunker tradicional.

Já o bunker, apesar de ser um combustível fóssil, ainda é amplamente utilizado na navegação. A proposta da Maersk é reduzir sua participação na mistura progressivamente, substituindo-o por fontes renováveis como o etanol e o metanol.

Essa abordagem híbrida permite uma transição gradual e segura, sem comprometer a logística global, enquanto promove ganhos ambientais significativos. 

Iniciativa da Maersk pode abrir mercado de 50 bilhões de litros

De acordo com projeções da indústria, a adoção em larga escala de biocombustíveis na navegação pode gerar uma demanda de até 50 bilhões de litros por ano. Esse volume representa uma oportunidade estratégica para o Brasil, que possui capacidade instalada para expandir sua produção de etanol e atender ao mercado externo.

Além disso, a iniciativa da Maersk pode estimular investimentos em novas usinas, tecnologias de produção e infraestrutura logística, gerando empregos e fortalecendo a economia verde.

O Brasil se posiciona como líder na transição energética marítima, com potencial para se tornar o principal fornecedor de biocombustíveis para navios em todo o mundo. A demanda crescente por soluções sustentáveis no setor naval pode impulsionar a exportação de etanol brasileiro e consolidar o país como referência global.

Combustível marítimo sustentável e regulação internacional

A Organização Marítima Internacional (IMO) estabeleceu metas ambiciosas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa no setor naval. A proposta da Maersk está alinhada com essas diretrizes, contribuindo para o cumprimento dos compromissos climáticos globais.

A adoção de combustíveis renováveis é essencial para atingir a neutralidade de carbono até 2050, e iniciativas como essa aceleram o processo de descarbonização do transporte marítimo, que atualmente responde por cerca de 3% das emissões globais.

Além disso, a IMO tem incentivado o uso de combustíveis alternativos por meio de regulamentações mais rígidas sobre o teor de enxofre nos combustíveis marítimos, o que torna o etanol e o metanol opções viáveis e atrativas para as empresas do setor.

Desafios técnicos e políticas públicas para o uso de etanol em navios

Apesar dos avanços, ainda existem desafios técnicos e regulatórios a serem superados. A adaptação dos motores dos navios para operar com misturas de etanol e metanol exige investimentos em pesquisa e desenvolvimento, além de certificações internacionais.

Políticas públicas de incentivo à produção e exportação de biocombustíveis serão fundamentais para viabilizar a expansão do mercado. O Brasil já possui programas como o RenovaBio, que podem ser ampliados para incluir o setor marítimo.

A Maersk também está em diálogo com autoridades reguladoras e parceiros comerciais para garantir a viabilidade econômica e ambiental da iniciativa. A colaboração entre setor público e privado será essencial para consolidar o uso de combustíveis sustentáveis na navegação.

Iniciativa da Maersk: impactos econômicos e ambientais 

A substituição gradual do bunker por etanol brasileiro e metanol pode gerar impactos positivos em diversas frentes. Do ponto de vista ambiental, há uma redução significativa na emissão de gases poluentes, contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas.

Do ponto de vista econômico, a transição energética pode impulsionar a cadeia produtiva de biocombustíveis, desde o cultivo da cana-de-açúcar até a logística de exportação. Estima-se que o setor possa gerar milhares de empregos diretos e indiretos, além de atrair investimentos estrangeiros.

A iniciativa da Maersk é um exemplo concreto de como inovação e sustentabilidade podem caminhar juntas, promovendo benefícios para o meio ambiente, a economia e a sociedade.

O futuro da navegação sustentável e o papel estratégico do Brasil

A decisão da Maersk de testar misturas com etanol brasileiro, metanol e bunker representa um marco na descarbonização da navegação global. Com resultados positivos nos primeiros testes e perspectivas promissoras, a iniciativa abre caminho para uma revolução energética no setor marítimo.

O Brasil, com sua expertise na produção de biocombustíveis, está no centro dessa transformação, oferecendo soluções sustentáveis e competitivas para o mundo. A abertura de um mercado de 50 bilhões de litros reforça a importância estratégica do país e estimula o desenvolvimento de uma economia verde robusta.

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Hilton Libório

Hilton Fonseca Liborio é redator, com experiência em produção de conteúdo digital e habilidade em SEO. Atua na criação de textos otimizados para diferentes públicos e plataformas, buscando unir qualidade, relevância e resultados. Especialista em Indústria Automotiva, Tecnologia, Carreiras, Energias Renováveis, Mineração e outros temas. Contato e sugestões de pauta: hiltonliborio44@gmail.com

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