Filme publicitário do governo destaca isenção do IR, expansão do Pé-de-Meia, saída de beneficiários do Bolsa Família e medidas contra tarifas dos EUA, com tom patriótico e foco na eleição de 2026.
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou, no domingo (31.ago.2025), um filme publicitário de 1 minuto e 29 segundos com o slogan “Governo do Brasil ao lado do povo brasileiro”.
A peça, divulgada nos perfis oficiais da administração federal, condensa ações recentes da gestão e associa um discurso de defesa da soberania nacional a medidas econômicas e sociais, como a isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil, o crédito subsidiado contra o “tarifaço” dos Estados Unidos, a ampliação do Pé-de-Meia e a informação de que 2 milhões de beneficiários deixaram o Bolsa Família por conquista de renda.
As informações foram publicadas inicialmente pelo Poder360 nesta segunda-feira (1º.set.2025). A comunicação apresenta a campanha como um marco de identidade do governo.
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A mensagem reforça a ideia de que políticas de inclusão e valorização do trabalho devem caminhar junto com a proteção a setores estratégicos diante de pressões externas.
No material, o Planalto procura conectar a pauta econômica ao cotidiano das famílias e, ao mesmo tempo, sustentar um tom patriótico.
Filme publicitário e mensagem de soberania
A peça foi idealizada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência, chefiada por Sidônio Palmeira, que assumiu o comando da Secom no início de 2025.
O vídeo recorre a imagens de trabalhadores, estudantes e empresas para sustentar a narrativa de que o Estado atua “ao lado do povo”.
Em publicação nas redes, Lula escreveu: “Esse governo tem lado. O lado do Brasil contra quem ameaça a nossa soberania. O lado do povo contra os privilégios e injustiças que impedem nossas famílias de prosperar. O lado de quem trabalha, empreende e move o nosso país”.
Segundo o Poder360, o material publicitário foi concebido em tom eleitoral e busca reforçar a marca da gestão ao mesmo tempo em que apresenta resultados de programas sociais e econômicos.
Isenção do IR até R$ 5 mil e tramitação no Congresso
Entre as iniciativas destacadas está o projeto que amplia a isenção do IR para quem recebe até R$ 5.000 por mês.
O governo vincula a medida a um alívio imediato para a classe média e trabalhadores formais.
A proposta tem sido articulada com apoio de partidos do Centrão e menção aos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
A discussão sobre compensação fiscal é citada como ponto de tensão.
Integrantes da base e da equipe econômica defendem medidas como a taxação de dividendos para equilibrar a arrecadação, enquanto há movimentos na oposição para aprovar a isenção sem contrapartidas.
O Planalto sustenta que o alcance potencial envolve milhões de contribuintes, com impacto direto na renda disponível e, por consequência, no consumo.
Pé-de-Meia: incentivo financeiro para estudantes do ensino médio
O filme também ressalta o Pé-de-Meia, com a informação de que 4 milhões de jovens estão contemplados.
O programa prevê transferências ao longo do ensino médio e, conforme a comunicação oficial, cada estudante pode somar até R$ 9.200 ao concluir as etapas previstas.
A iniciativa é apresentada como instrumento para reduzir a evasão escolar e ampliar oportunidades para alunos de baixa renda.
Além de apontar o número de beneficiários, a propaganda enfatiza o caráter de poupança educacional.
O benefício, segundo o governo, procura alinhar estímulo financeiro à permanência na escola, em complemento a outras políticas sociais.
Dinâmica do emprego e saída do Bolsa Família
Outro dado destacado é que 2 milhões de pessoas teriam deixado o Bolsa Família por terem obtido renda. O governo utiliza esse indicador para sinalizar melhora na ocupação e na geração de oportunidades.
A mensagem associa a transição ao mercado de trabalho com a manutenção de uma rede de proteção voltada a quem permanece em situação de vulnerabilidade.
Os números são apresentados no contexto de uma estratégia de inclusão produtiva.
A leitura do Planalto é que a recuperação do emprego formal, políticas de crédito e investimentos públicos ajudam a sustentar trajetórias de renda capazes de reduzir a dependência de benefícios.
Crédito subsidiado e resposta ao tarifaço dos EUA
Em paralelo, o Planalto apresentou o plano Brasil Soberano como resposta a tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros.
O discurso oficial descreve a oferta de empréstimos com juros subsidiados para proteger cadeias produtivas afetadas pelo chamado “tarifaço”.
A proposta pretende mitigar custos e preservar competitividade enquanto se buscam saídas negociadas na frente comercial.
De acordo com reportagem do Poder360, a iniciativa foi incluída no roteiro publicitário como demonstração de que o governo não se limita a programas sociais, mas também age para defender o setor produtivo diante de medidas externas.
Estratégia política e público-alvo para 2026
A campanha tem tom eleitoral e dialoga com segmentos que serão decisivos em 2026.
A comunicação oficial almeja reconectar o governo à classe média e a trabalhadores que oscilam entre apoio e crítica às pautas do PT.
Ao vincular isenção do IR, incentivo à educação e crédito barato à ideia de soberania, o Planalto busca construir uma ponte entre atendimento a demandas imediatas e uma agenda de longo prazo.
A centralidade do slogan reforça a tentativa de posicionamento.
Ao repetir “Governo do Brasil ao lado do povo brasileiro”, o material procura fixar a marca e diferenciar a proposta econômica diante de choques externos, ao mesmo tempo em que apresenta números de programas sociais como evidência de resultados.
Slogan e presença nas redes
A divulgação ocorreu nos canais digitais do governo e na conta pessoal do presidente. A opção por redes sociais amplia o alcance de conteúdos curtos e de forte apelo simbólico.
Ao citar metas e indicadores em linguagem direta, a peça aposta na repetição de mensagens-chave e no uso de termos como “trabalho”, “prosperar” e “soberania” para reforço da identidade do governo.
O lançamento foi construído para dialogar com o noticiário recente e com a agenda econômica em discussão no Congresso.
Ao amarrar isenção tributária, programas educacionais e crédito subsidiado em um mesmo roteiro, o Planalto busca dar coesão a frentes distintas de atuação e conectá-las a um fio narrativo comum, centrado na proteção do poder de compra, no incentivo à permanência na escola e na preservação de empregos.
Ainda que a peça não detalhe cronogramas, fontes de compensação fiscal ou critérios de elegibilidade das linhas de crédito, o conjunto apresentado indica as prioridades que o governo pretende sustentar até o calendário eleitoral.
Na sua visão, quais pontos dessa agenda você considera mais decisivos para o eleitor em 2026?