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Lula defende exploração de petróleo na Margem Equatorial e afirma que Brasil usará recursos do setor para financiar transição energética

Escrito por Rannyson Moura
Publicado em 24/10/2025 às 10:58
Durante passagem pela Indonésia, o presidente Lula defendeu a decisão do Ibama que autorizou a Petrobras a buscar petróleo na Margem Equatorial. O petista argumenta que os recursos vindos do petróleo serão fundamentais para financiar a transição energética no Brasil. Fonte: EBC
Durante passagem pela Indonésia, o presidente Lula defendeu a decisão do Ibama que autorizou a Petrobras a buscar petróleo na Margem Equatorial. O petista argumenta que os recursos vindos do petróleo serão fundamentais para financiar a transição energética no Brasil. Fonte: EBC
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Durante passagem pela Indonésia, o presidente Lula defendeu a decisão do Ibama que autorizou a Petrobras a buscar petróleo na Margem Equatorial. O petista argumenta que os recursos vindos do petróleo serão fundamentais para financiar a transição energética no Brasil.

Durante uma coletiva de imprensa realizada na Indonésia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a defender a decisão do Ibama que autorizou a Petrobras a iniciar pesquisas para exploração de petróleo na Margem Equatorial, área situada a cerca de 175 quilômetros da costa do Amapá e 500 quilômetros da foz do rio Amazonas.

O tema, que tem gerado ampla controvérsia entre ambientalistas, ganhou destaque internacional por ocorrer às vésperas da COP30, que será sediada em Belém (PA). Mesmo diante das críticas, Lula manteve o tom de defesa e ressaltou a importância estratégica da exploração para o desenvolvimento econômico e energético do país.

Presidente minimiza polêmicas e destaca confiança na Petrobras

Segundo Lula, há um longo caminho entre a fase de pesquisa e a retirada efetiva do petróleo. “Entre fazer pesquisa e tirar petróleo, leva um tempo muito grande, e é preciso novas licenças para você fazer essas coisas”, afirmou. O presidente também destacou que o projeto ainda está em fase inicial e depende de novas autorizações antes de qualquer produção.

Ao rebater críticas sobre possíveis danos ambientais, Lula enfatizou a expertise da Petrobras. “É uma empresa que tem expertise. Você não tem histórico da Petrobras de vazamento de óleo ou gás em lugar nenhum”, declarou. O presidente ainda ressaltou que a estatal é “possivelmente a empresa com a maior expertise para prospectar petróleo em águas profundas sem nenhum dano”.

Ambientalistas e Ministério Público Federal apontam riscos

Entretanto, a liberação do Ibama enfrenta resistência de ONGs, ambientalistas e do Ministério Público Federal, que alegam falhas técnicas e falta de consulta a povos tradicionais da região amazônica. Esses grupos argumentam que o projeto pode ameaçar ecossistemas sensíveis e comprometer compromissos climáticos assumidos pelo Brasil.

A polêmica levou o caso à Justiça, com entidades pedindo a suspensão das atividades até que novas avaliações ambientais sejam concluídas. Mesmo assim, o governo e o Ibama defendem que a decisão foi tomada após um “rigoroso processo de licenciamento ambiental”, como destacou o próprio órgão em nota divulgada recentemente.

Lula liga exploração do petróleo à transição energética

Lula também rejeitou a ideia de que a exploração de petróleo na Margem Equatorial contradiz as metas de descarbonização do Brasil. Para ele, o país pode usar os lucros gerados pela produção de petróleo para acelerar o investimento em energias renováveis.

“Se estamos reivindicando proteção das florestas e queremos trabalhar para reduzir o uso de combustíveis fósseis, uma das formas é utilizar o dinheiro do petróleo para consolidar a chamada transição energética do planeta Terra”, afirmou o presidente.

O petista ainda ponderou que, na prática, nenhum país está completamente preparado para abandonar o uso de combustíveis fósseis. “É muito fácil falar ‘fim dos combustíveis fósseis’, mas quem tem hoje condições de se libertar dos combustíveis fósseis? Ninguém tem”, completou.

Ibama e Petrobras reforçam caráter técnico da autorização

A autorização do Ibama foi publicada no dia 20, após um processo de análise que se estendeu por cerca de cinco anos. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, também defendeu o posicionamento do órgão, enfatizando a importância do cumprimento rigoroso das normas ambientais.

A Petrobras comemorou a liberação, mas esclareceu que ainda não há planos para iniciar a retirada do petróleo da Margem Equatorial. Segundo nota divulgada pela estatal, o momento é de perfuração de um poço para pesquisas, etapa que deve durar aproximadamente cinco meses.

O presidente voltou a destacar que os recursos obtidos com o petróleo serão fundamentais para a mudança da matriz energética brasileira, reduzindo gradualmente a dependência de combustíveis fósseis. “Vamos usar esse dinheiro para que a gente possa, cada vez mais, criar condições para que o Brasil possa se ver livre do combustível fóssil”, defendeu.

Lula reforçou que, enquanto o mundo ainda precisar de petróleo, o Brasil não deve abrir mão dessa riqueza natural. “Enquanto o mundo precisar, o Brasil não vai jogar fora uma riqueza que pode melhorar a própria vida do povo brasileiro”, concluiu.

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Rannyson Moura

Graduado em Publicidade e Propaganda pela UERN; mestre em Comunicação Social pela UFMG e doutorando em Estudos de Linguagens pelo CEFET-MG. Atua como redator freelancer desde 2019, com textos publicados em sites como Baixaki, MinhaSérie e Letras.mus.br. Academicamente, tem trabalhos publicados em livros e apresentados em eventos da área. Entre os temas de pesquisa, destaca-se o interesse pelo mercado editorial a partir de um olhar que considera diferentes marcadores sociais.

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