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Lula defende exploração de petróleo na Amazônia em meio a debate global sobre transição energética e pressões ambientais

Escrito por Rannyson Moura
Publicado em 18/09/2025 às 08:13
Em entrevista, Lula defende exploração de petróleo pela Petrobras na foz do Amazonas, apesar das críticas ambientais e da meta mundial de redução de combustíveis fósseis. Presidente reforça que nenhum país está pronto para abrir mão do petróleo. Fonte: Portal Gov.BR
Em entrevista, Lula defende exploração de petróleo pela Petrobras na foz do Amazonas, apesar das críticas ambientais e da meta mundial de redução de combustíveis fósseis. Presidente reforça que nenhum país está pronto para abrir mão do petróleo. Fonte: Portal Gov.BR
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Em entrevista, Lula defende exploração de petróleo pela Petrobras na foz do Amazonas, apesar das críticas ambientais e da meta mundial de redução de combustíveis fósseis. Presidente reforça que nenhum país está pronto para abrir mão do petróleo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou em entrevista à BBC News Brasil, nesta quarta-feira, 17/09, que o abandono definitivo dos combustíveis fósseis, como o petróleo, não é uma realidade viável no presente. Para Lula, a transição energética precisa ocorrer de forma responsável e adaptada às necessidades de cada país.

“Eu quero saber qual é o país do planeta que está preparado para ter uma transição energética capaz de abdicar do combustível fóssil”, afirmou o presidente, destacando que a exploração planejada na Margem Equatorial não contradiz os compromissos ambientais assumidos pelo Brasil.

Projeto da Petrobras na Margem Equatorial

A Petrobras conduz um projeto de prospecção de petróleo na Margem Equatorial, localizada a cerca de 500 km da foz do rio Amazonas e a mais de 160 km da costa do Amapá. O objetivo é perfurar um poço exploratório em águas profundas, iniciativa que já recebeu aprovação do plano de prevenção do Ibama, mas que ainda depende da conclusão do processo de licenciamento ambiental.

A estatal defende que a confirmação de reservas significativas de petróleo nessa região pode abrir uma nova fronteira energética estratégica para o Brasil. Segundo a companhia, essa expansão também pode contribuir para que a transição energética do país seja realizada de maneira “justa, segura e sustentável”.

Apesar da defesa do governo federal e da Petrobras, a exploração na foz do Amazonas gera polêmica. Ambientalistas alertam para os riscos de um possível vazamento de petróleo em uma região altamente sensível, com ecossistemas únicos e diretamente conectados à Amazônia.

O tema também expôs divergências internas. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, já declarou ser contrária à iniciativa. Contudo, reforçou que a decisão será tomada com base em critérios técnicos, e não políticos.

Lula, por sua vez, argumenta que a Petrobras possui a “melhor tecnologia de prospecção em águas profundas” e ressalta o histórico da empresa. “Nunca teve um incidente”, disse o presidente, afirmando que, caso haja qualquer problema, o governo será responsável por adotar as medidas necessárias.

Pressões internacionais e metas globais

A posição de Lula contrasta com recomendações da Agência Internacional de Energia (AIE), que defende a suspensão imediata de novos projetos de petróleo e gás como parte da estratégia global para alcançar a neutralidade de carbono até 2050. Essa medida é considerada essencial para limitar os efeitos das mudanças climáticas e reduzir a dependência dos combustíveis fósseis.

Críticos da exploração na Margem Equatorial afirmam que insistir em abrir novas frentes de produção de petróleo enfraquece os compromissos climáticos internacionais e pode prejudicar a imagem do Brasil como liderança ambiental.

A COP30 e a vitrine amazônica

A entrevista também trouxe reflexões sobre a realização da COP30 em Belém (PA), marcada para novembro. Lula reconhece os desafios logísticos e os altos preços de hospedagem na capital paraense, mas reforçou a importância simbólica da escolha.

“A COP foi escolhida para ser feita na Amazônia porque eu quero que o mundo, ao invés de falar sobre a Amazônia, conheça a Amazônia”, declarou. O presidente afirmou ainda: “Eu quero que as pessoas que estão preocupadas com as florestas venham conhecer a floresta. É muito fácil fazer uma COP em Paris, em Dubai.”

Segundo Lula, a conferência será a maior já organizada pelo Brasil e deve se tornar uma vitrine para mostrar ao mundo tanto os desafios ambientais quanto os avanços na transição energética nacional.

Durante a entrevista, Lula buscou reforçar o diferencial do Brasil em relação a outros países. Ele destacou que cerca de 90% da matriz elétrica brasileira é limpa, composta por hidrelétricas, energia eólica, solar e biomassa.

“Nós estamos fazendo a maior revolução na transição energética que algum país está fazendo”, afirmou. O presidente defendeu que esse perfil já coloca o Brasil em posição de liderança mundial na área, mesmo enquanto mantém projetos de exploração de petróleo em andamento.

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Rannyson Moura

Graduado em Publicidade e Propaganda pela UERN; mestre em Comunicação Social pela UFMG e doutorando em Estudos de Linguagens pelo CEFET-MG. Atua como redator freelancer desde 2019, com textos publicados em sites como Baixaki, MinhaSérie e Letras.mus.br. Academicamente, tem trabalhos publicados em livros e apresentados em eventos da área. Entre os temas de pesquisa, destaca-se o interesse pelo mercado editorial a partir de um olhar que considera diferentes marcadores sociais.

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