Com inadimplência no agronegócio disparando, principal banco federal vê lucro cair de R$ 17,3B para R$ 11,2B e agora busca receitas em seguros e consórcios
O lucro de um grande banco federal, o Banco do Brasil (BB), despencou 40% no primeiro semestre deste ano, caindo de R$ 17,3 bilhões para R$ 11,2 bilhões em comparação com o mesmo período de 2023. Conforme análise do portal InfoMoney, o principal vetor dessa queda abrupta é o aumento expressivo da inadimplência no agronegócio, um setor tradicionalmente forte para a instituição.
A onda de calotes não se restringe ao BB; a Caixa Econômica Federal, o Banco do Nordeste (BNB) e o Banco da Amazônia (Basa) também registraram piora em seus indicadores. Esse cenário, impulsionado por graves problemas climáticos e pelo alto custo do crédito, está forçando o BB a mudar seu foco estratégico, buscando compensar as perdas com a venda de produtos como consórcios, seguros e empréstimos consignados.
O raio-x da inadimplência: por que o agro parou de pagar?
A frustração nas lavouras foi o principal gatilho para os atrasos nos pagamentos que afetaram os bancos públicos federais. Segundo Henrique Southier, assessor de investimentos da Ável Investimentos, em declaração ao InfoMoney, o Brasil enfrentou extremos climáticos que impactaram diretamente a capacidade de pagamento do produtor rural. Houve excesso de chuva na Região Sul e, simultaneamente, uma forte seca no Nordeste e na Amazônia, comprometendo severamente as safras.
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Além dos fatores climáticos, o cenário macroeconômico pesou contra o setor. A taxa básica de juros, Selic, em 15% ao ano (conforme citado na análise), encareceu o custo do crédito de forma geral. Southier destaca que essa alta corrói a capacidade de pagamento dos tomadores, tornando o perfil da carteira de crédito do agronegócio, embora promissor, um desafio muito maior para os bancos públicos neste momento.
O impacto nos balanços dos bancos públicos
O Banco do Brasil foi o mais afetado, sendo o único entre os públicos a registrar queda no resultado. O reflexo da crise no campo ficou evidente em seu balanço semestral, divulgado em agosto. O InfoMoney detalha que o índice de inadimplência (atrasos acima de 90 dias) na carteira do BB saltou de 3% no primeiro semestre de 2023 para 4,21% no mesmo período deste ano, sendo diretamente puxado pelos atrasos do agro.
A Caixa Econômica Federal, que intensificou sua aposta no crédito rural recentemente, viu a situação se agravar de forma ainda mais rápida. O balanço do primeiro semestre deste ano mostrou que, entre abril e junho, a inadimplência do agronegócio na instituição disparou para 7,02%, contra 4,3% registrados apenas nos três primeiros meses do ano. De acordo com a reportagem, a reação imediata do banco foi restringir o crédito ao setor.
Alerta acende no BNB e Basa
O problema também se reflete nas instituições de fomento regional, que são cruciais para o desenvolvimento local. No Banco do Nordeste (BNB), o índice de inadimplência subiu de 3,2% (no início de 2023) para 3,61% no primeiro semestre deste ano. Embora pareça um aumento menor em pontos percentuais, Henrique Southier, da Ável, alerta ao InfoMoney que o número “exige uma maior atenção do banco”, pois pode levar a um aumento das provisões para devedores duvidosos (PDD), o que impactaria o lucro futuro.
O Banco da Amazônia (Basa) registrou um salto proporcionalmente maior: a inadimplência foi de 1,87% no início de 2023 para 3,45% no período mais recente. A análise destaca a vulnerabilidade da instituição, cuja forte atuação na agricultura regional a torna “mais suscetível aos impactos de eventos climáticos extremos”, como a seca histórica na Amazônia, que afeta diretamente a capacidade de pagamento dos produtores rurais locais.
A nova estratégia do banco federal: foco em seguros e consórcios
Com o tombo de 40% no lucro (de R$ 17,3B para R$ 11,2B) causado pela alta exposição ao crédito rural e o consequente aumento das provisões, o banco federal se vê obrigado a recalibrar sua rota. A reportagem do InfoMoney aponta que a instituição está sendo forçada a buscar receitas alternativas com maior agilidade, focando na venda de produtos de varejo como consórcios, seguros, fundos de investimento e empréstimos consignados.
Essa mudança de foco ocorre enquanto o BB e os demais bancos públicos enfrentam outro desafio: a transformação digital. Alexandre Martins, Analista da Modulo Capital, mencionado pelo InfoMoney, ressalta que esse processo já está em estágio avançado nos bancos privados e é nativo nos bancos digitais. Para o banco federal, há uma pressão para reduzir o custo do atendimento e competir nesse novo cenário, ao mesmo tempo em que lida com as pesadas perdas no agronegócio.
Em suma, a forte dependência do agronegócio, combinada com eventos climáticos severos e juros altos, expôs uma vulnerabilidade significativa no balanço do principal banco federal do país. A queda expressiva no lucro força uma reorientação estratégica urgente para diversificar receitas, enquanto a concorrência digital se acirra.
Você concorda com essa mudança? Acha que isso impacta o mercado? Deixe sua opinião nos comentários, queremos ouvir quem vive isso na prática.
O BB precisa urgentemente sair dessa área atrasada que é o agronegócio. Este segmento não é ruim só para o banco, mas para o país, que não se desenvolve.
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