Adulterações e falsificações avançam no setor de lubrificantes, elevando os riscos de falhas graves, perda da garantia e até quebra total do motor
Cerca de 20% dos lubrificantes vendidos no Brasil são falsificados ou adulterados, segundo levantamento do Instituto Combustível Legal (ICL).
O dado preocupa não apenas pelo impacto direto no funcionamento e na durabilidade dos motores, mas também pelos prejuízos econômicos e riscos à segurança.
Óleos adulterados ou falsificados levam a riscos
O alerta foi feito pelo especialista Marcelo Martini, em artigo distribuído à imprensa. Segundo ele, a presença de óleos adulterados ou falsificados no mercado compromete toda a confiança da cadeia produtiva.
“A falsificação de lubrificantes compromete a confiança na cadeia produtiva e expõe consumidores a riscos de difícil reversão”, afirmou no texto.
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Como ocorre a falsificação dos lubrificantes
No artigo, Martini explica que a fraude acontece de duas formas principais:
“Na adulteração, o produto legítimo é diluído com solventes, água ou outras substâncias que alteram suas características originais. Já na falsificação total, embalagens, rótulos e design de marcas conhecidas são copiados, mas o conteúdo não tem qualquer correspondência com o original.”
Em ambos os casos, o consumidor deixa de receber um produto formulado com aditivos e óleos básicos adequados.
“O que chega ao motor, portanto, é um produto incapaz de oferecer a proteção necessária”, alertou.
Danos ao motor e ao setor automotivo
As consequências da fraude podem ser graves.
“O motor que recebe um óleo falsificado deixa de contar com a redução de atrito, o controle de temperatura e a proteção contra desgaste de peças metálicas”, destacou Martini.
Segundo ele, isso pode causar aumento no consumo de combustível, falhas recorrentes, superaquecimento e até a perda total do motor. Pistões, bielas e virabrequim estão entre os componentes mais afetados. Além disso, a formação de borras e o entupimento de galerias de óleo comprometem a circulação e o resfriamento.
O problema vai além do consumidor final:
“Quando um produto falsificado circula no mercado, não apenas o motorista é lesado – toda a rede de produção e comercialização de lubrificantes vê sua imagem comprometida.”
Sinais de alerta: como identificar lubrificantes falsificados antes do prejuízo
Martini ressalta que o combate à falsificação exige atuação integrada de todos os agentes do setor.
“Preços muito abaixo da média, embalagens violadas, ausência do selo da ANP ou alterações perceptíveis na cor e viscosidade do óleo devem ser vistos como sinais de alerta.”
Ele lembra ainda que, ao optar por produtos de origem duvidosa, o consumidor pode ter gastos muito maiores no futuro.
“Não existem atalhos no mercado de lubrificantes. Reparos de motor, perda da garantia de fábrica e desvalorização do veículo são consequências recorrentes.”
Do lado das empresas, a inovação é fundamental:
“Lacres diferenciados, sistemas de rastreabilidade e tecnologias aplicadas às embalagens já se mostram eficientes para reduzir a margem de atuação dos falsificadores.”
Oficinas e distribuidores também têm papel decisivo:
“Negligência nesse processo compromete a segurança dos clientes, gera prejuízos diretos e ainda pode resultar em sanções administrativas e legais.”
Um setor estratégico em risco
Para o especialista, a fraude atinge diretamente um setor vital para a economia e para a mobilidade do país.
“Apenas com essa integração será possível reduzir o espaço para a fraude e proteger não apenas os motores, mas a própria confiança em um setor estratégico para a mobilidade e para a economia do país.”
E você, já conferiu a procedência do óleo que coloca no seu carro?