A história de como o imigrante ucraniano Leon Feffer iniciou um negócio de papel que se transformaria na maior produtora de celulose de eucalipto do planeta.
Poucos imaginam, mas um dos maiores impérios industriais do Brasil nasceu do modesto comércio de papel. A trajetória da Suzano começa com Leon Feffer, um imigrante que chegou a São Paulo nos anos 20 como mascate e, com visão e ousadia, plantou as sementes da empresa que hoje é líder mundial em celulose de eucalipto, presente em dezenas de países.
A história da Suzano tem início com a chegada do imigrante ucraniano Leon Feffer ao Brasil em 1921. Sem falar português, ele começou sua vida em São Paulo como muitos outros imigrantes da época: atuando como mascate, vendendo de tudo um pouco pelas ruas. Batendo de porta em porta, Leon Feffer percebeu que o papel, usado para embrulhos e impressão, era um item cada vez mais valorizado, porém caro, pois quase todo o suprimento precisava ser importado.
Leon Feffer & Cia
Com essa percepção, ele decidiu investir. Em 1924, fundou a Leon Feffer & Cia, uma firma dedicada ao comércio de papéis. A empresa comprava papel pronto, muitas vezes importado, e revendia no mercado interno para comerciantes e gráficas. O negócio cresceu rapidamente e, em 1929, Leon Feffer expandiu suas atividades, montando uma pequena fábrica de sacos de papel e uma tipografia.
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Da revenda à fabricação própria de papel (1941)
A década de 30 trouxe turbulências com a Grande Depressão e, depois, a Segunda Guerra Mundial. As importações ficaram restritas, e o papel tornou-se um artigo de luxo. Diante desse cenário desafiador, Leon Feffer tomou uma decisão ousada: fabricar papel no Brasil, um mercado dominado por estrangeiros.
Para realizar seu sonho, ele apostou todas as suas economias. Vendeu a casa onde morava, o caminhão de trabalho e até as joias da esposa. Com os recursos reunidos, inaugurou em 1941 sua primeira fábrica de papel no bairro do Ipiranga, em São Paulo. Essa unidade foi o embrião da futura Suzano e marcou o início de uma cultura empresarial baseada em trabalho árduo, inovação e visão de longo prazo, estabelecida por Leon Feffer.
A revolução do eucalipto: a visão de Max Feffer e a expansão inicial
Em 1949, Max Feffer, filho de Leon Feffer, entrou na empresa familiar com ideias transformadoras. Max enxergou o potencial inexplorado do eucalipto, uma árvore de crescimento rápido (ciclos de 7 anos) abundante no Brasil, como alternativa às árvores de fibra longa usadas tradicionalmente na indústria de celulose mundial, que levavam décadas para crescer.
Produzir celulose industrialmente a partir de eucalipto era algo inédito no mundo. Max Feffer liderou pesquisas intensas e, em 1956, a Suzano alcançou o feito revolucionário: produzir celulose de fibra 100% de eucalipto em escala industrial. Isso posicionou o Brasil como um player inovador no setor. Em 1961, a operação já estava em larga escala. A primeira exportação ocorreu em 1964 (Argentina), seguida pela Europa em 1975. A empresa adotou o nome “Suzano” em homenagem à cidade paulista onde instalou sua principal unidade fabril em 1955. Nos anos 80, investiu em biotecnologia para aprimorar suas florestas.
A Suzano rumo ao novo milênio
Enquanto a Suzano crescia, concorrentes como AraCruz e Klabin também se fortaleciam. Nos anos 80 e 90, a empresa expandiu sua presença no Brasil, inclusive criando a Bahia Sul Celulose em parceria com a CVRD. Contudo, nos anos 90, enfrentou uma crise global de preços da celulose e a desvalorização do real.
Sob a liderança da terceira geração, representada por David Feffer, a Suzano optou por se reinventar. A partir de 2003, contratou gestores profissionais externos, adotando práticas de governança mais modernas, enquanto a família Feffer permaneceu no conselho estratégico. Aquisições importantes marcaram o período, como a da Ripasa (em consórcio com a Votorantin) em 2006 e o controle da antiga Ripasa (Conpac) e da distribuidora KSR em 2010. A internacionalização avançou com a criação da Suzano America nos EUA em 2005.
A superpotência da celulose: fusão com a Fibria
Em 2012, a Suzano abriu seu capital na Bolsa de Valores de São Paulo. O passo mais audacioso veio em 2018, com o anúncio da fusão com a Fibria, então a maior produtora de celulose de mercado do mundo. Concluída em 2019, a fusão criou a Suzano S.A., líder mundial absoluta em celulose de eucalipto.
A nova gigante passou a operar com capacidade de produção impressionante, investindo fortemente em inovação e sustentabilidade. Desenvolveu produtos como o Eucafluff (higiene) e a Lignina (substituto de derivados de petróleo). A forte agenda ESG atraiu investidores globais. Em 2023, adquiriu o negócio de tissue da Kimberly-Clark no Brasil (incluindo a marca Neve).
Em 2024, ao completar 100 anos, inaugurou a unidade de Ribas do Rio Pardo (MS), a maior linha única de produção de celulose do mundo (projeto de mais de R$ 22 bilhões), e comprou fábricas de papel cartão nos EUA. A empresa mantém iniciativas como o Projeto Biomas (restauração florestal) e o Suzano Ventures (startups). Com operações diretas em mais de 60 países e presença comercial em cerca de 100, a Suzano traçou metas ambiciosas para 2030, focadas em remoção de carbono, produtividade e redução do consumo de água, consolidando sua aposta em biomateriais e na economia de baixo carbono.
Muito bom saber a trajetória do fundador da Suzano pois trabalho nela como segurança patrimonial e uma horra fazer parte dessa gigante
PARABÉNS SUZANO QUE DEUS CONTINUE ABENÇOANDO TODOS CRIADORES DESSA MARAVILHOSA EMPRESA.
Tive o imenso prazer de ter visto de perto e conhecer sr Leon , sr max , Davi e Jorge Feffer .
Trabalhei 27 anos no grupo e conheci várias unidades .
Só gratidão a família FEFFER