Pesquisa revela que 41% dos jovens brasileiros colocam o salário como prioridade e rejeitam ambientes estressantes no trabalho.
O levantamento “Jovens e o futuro da indústria brasileira”, conduzido pelo Sistema Indústria em parceria com a Nexus, ouviu 1.958 pessoas entre 14 e 29 anos em todas as regiões do país.
Segundo os dados, 41% dos entrevistados colocam a remuneração como prioridade número um na hora de escolher uma vaga, deixando claro que o retorno financeiro pesa mais que propósito ou flexibilidade.
Salário e crescimento lideram as prioridades
Apesar do discurso sobre propósito e liberdade no trabalho, o estudo revela uma juventude pragmática.
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Para 41% dos participantes, o salário é o fator decisivo na escolha de uma vaga, seguido pela possibilidade de crescimento profissional (21%) e pelos benefícios (20%).
A estabilidade também é valorizada — 19% afirmam que segurança no emprego é um diferencial importante.
Esses números mostram uma geração que busca equilíbrio entre retorno financeiro e evolução de carreira, deixando de lado a visão idealista de que o propósito deve vir antes do ganho.
Estresse e pressão são os novos vilões
Mesmo com o foco no salário, o bem-estar continua sendo determinante.
A pesquisa apontou que 28% dos jovens deixariam o emprego por conta do estresse e da pressão no ambiente de trabalho — o mesmo percentual registrado entre adultos de 30 a 59 anos.
Isso indica que o problema é estrutural e afeta todas as faixas etárias.
Além disso, 50% afirmaram que pediriam demissão se o salário fosse considerado baixo, enquanto a falta de perspectiva de crescimento (18%) e benefícios insuficientes (16%) também são motivos de saída.
Flexibilidade, sim — mas com estabilidade
A pesquisa mostra que os jovens valorizam modelos de trabalho modernos, mas não estão dispostos a abrir mão do salário por isso.
Cerca de 66% preferem o regime híbrido, e 62% consideram o home office mais vantajoso que o presencial.
Porém, 57% não aceitariam ganhar menos para trabalhar remotamente, e 55% rejeitam salários reduzidos em troca de horários flexíveis.
Ou seja, a nova geração quer liberdade, mas sem abrir mão da segurança financeira.
IA e o medo do “apagão de competências”
Outro destaque do estudo é a relação entre os jovens e a tecnologia.
Embora 75% acreditem que a inteligência artificial aumenta a produtividade, o mesmo percentual teme que a automação acabe substituindo empregos humanos.
Além disso, 43% apontam a falta de formação técnica ou acadêmica como o principal obstáculo para conseguir uma boa vaga, enquanto 14% citam a ausência de experiência prática.
Esse cenário reforça o risco de um “apagão de competências” — um descompasso entre as exigências do mercado e as habilidades dos profissionais.
Educação técnica como chave para o futuro
A pesquisa também revelou que 88% dos jovens fariam cursos técnicos ou de microcertificação se fossem gratuitos. No entanto, 57% afirmam não saber onde encontrar esse tipo de formação.
Essa falta de acesso à informação mostra a urgência de políticas públicas voltadas à capacitação profissional e à inclusão digital.
Em um mercado cada vez mais automatizado, estudar e se atualizar se tornaram condições essenciais para manter a empregabilidade.
Uma geração ambiciosa, mas consciente
O retrato que emerge é o de uma geração ambiciosa, porém equilibrada.
Os jovens brasileiros querem bons salários, crescimento e um ambiente saudável, sem abrir mão da saúde emocional.
Eles encaram a inteligência artificial com curiosidade e prudência, reconhecendo que o futuro do trabalho depende tanto da tecnologia quanto da capacidade humana de adaptação.
Em resumo, o novo jovem trabalhador é realista, resiliente e atento à importância do bem-estar e da estabilidade financeira.



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