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Jovem de 24 anos aceitou missão da Nasa de ir para Marte e nunca mais voltará ao Planeta Terra, diz site! É verdade? Checamos; veja a verdade

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 24/09/2025 às 17:30
Publicação viral atribuiu a Alyssa Carson missão da NASA para Marte sem volta, mas não há seleção ou anúncio oficial confirmado.
Publicação viral atribuiu a Alyssa Carson missão da NASA para Marte sem volta, mas não há seleção ou anúncio oficial confirmado.
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Publicação no Instagram atribuiu à jovem americana Alyssa Carson uma missão da NASA para Marte, mas informações oficiais desmentem a narrativa e mostram que não há seleção nem anúncio de voo humano confirmado.

A publicação que circulou nesta quarta-feira (24) no Instagram, atribuindo à americana Alyssa Carson, 24 anos, um convite da NASA para integrar “a primeira missão tripulada para Marte, só de ida”, é falsa.

Não há anúncio oficial de missão humana a Marte com data definida, nave designada, orçamento aprovado, cronograma público e tripulação nomeada.

Tampouco há confirmação de que Carson faça parte do corpo de astronautas da agência norte-americana.

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A NASA mantém estratégia e estudos para o objetivo “Lua para Marte”, mas isso não equivale a um manifesto de voo com nomes e prazos fechados.

Publicação viral atribuiu a Alyssa Carson missão da NASA para Marte sem volta, mas não há seleção ou anúncio oficial confirmado.
Publicação viral atribuiu a Alyssa Carson missão da NASA para Marte sem volta, mas não há seleção ou anúncio oficial confirmado.

NASA e planos de voo para Marte

Além da ausência de plano de voo, a checagem em registros públicos mostra que Carson não integra a lista de astronautas ativos da NASA e não aparece nas turmas mais recentes de candidatos apresentadas pela agência.

A relação oficial de astronautas e os anúncios das turmas de 2021 e de 2025 não trazem o nome dela.

A agência detalha uma arquitetura de longo prazo para levar humanos ao planeta vermelho, com etapas que passam pelo retorno sustentado à Lua, validação de sistemas de suporte de vida, proteção radiológica e integração de cargas e veículos.

Esses documentos descrevem objetivos e elementos do programa, não um voo específico nem uma tripulação definida.

Em outras palavras, tratam da infraestrutura e do caminho tecnológico, não de uma missão “só de ida”.

Projetos de “ida sem volta”, por sua vez, não estão em curso na esfera institucional.

A iniciativa privada Mars One, que prometia colonização marciana sem retorno, foi à falência em 2019, sem tirar nenhuma missão do papel.

Postagem no Instagram com informações falsas viralizou:

Quem é Alyssa Carson

Carson ganhou visibilidade desde a adolescência ao declarar o sonho de ser a primeira pessoa em Marte.

Participou de programas educacionais, de acampamentos e de simulações privadas ligadas a STEM e exploração espacial, atuação que a projetou como divulgadora do tema.

Isso, porém, não a torna astronauta de carreira, nem candidata selecionada pela NASA para uma missão.

Fichas biográficas e verificações independentes reforçam que ela não é afiliada à agência e que conteúdos que a descrevem como “astronauta em treinamento” com a NASA reproduzem um rótulo incorreto.

Narrativa sem lastro técnico

A narrativa viral combina traços biográficos reais — interesse de longo prazo pela exploração espacial e atuação como divulgadora — com um elemento inexistente: a seleção para um voo humano a Marte.

Publicações institucionais que anunciam tripulações costumam trazer janela de lançamento, veículo, objetivos, perfil de nave e manifesto de voo.

Nada disso aparece em canais oficiais no caso citado.

A própria arquitetura “Moon to Mars” explicita que não é “um manifesto, nem um conjunto de requisitos” de uma missão específica.

Enquanto isso, a agenda tripulada próxima da NASA está concentrada nas missões Artemis, que visam orbitas lunares e retorno à superfície da Lua como etapa anterior a Marte.

Essa sequência pública contrasta com a ideia de um salto direto, imediato e sem volta ao planeta vermelho.

Como a desinformação ganhou alcance

O post brasileiro no Instagram reuniu milhares de interações e comentários com leituras díspares.

Uma usuária escreveu “To quase fazendo o mesmo que ela”, em adesão hipotética.

Outra associou o suposto “só de ida” a sacrifício vocacional: “Gente, tem que amar mesmo essa profissão… segundo o Google, são 9 meses até chegar lá”. Também houve ironia e desabafo: “Não tá perdendo nada… Faria o mesmo”.

Perguntas recorrentes sustentaram o alcance: “Agora uma dúvida: por que ela nunca mais vai voltar pra Terra?” e “Será que ainda tem vaga? Paga passagem?”. Outros demonstraram inquietação com isolamento e saúde: “nossa, ia ser tão solitário… morre lá e não tem um hospital”.

As menções políticas apareceram, assim como comentários de vida cotidiana.

Em meio à multiplicidade de vozes, um perfil resumiu pontos de checagem e resgatou o histórico de projetos fracassados: “A moça da foto… não foi escolhida para ir a Marte… O que existiu… foi o Mars One… cancelado”.

Como identificar posts enganosos

Em conteúdos com pretensão de oficialidade, a conduta segura é conferir, nos canais da própria agência, se existe anúncio institucional com janela de lançamento, veículo, orçamento, objetivos, cronograma e tripulação nomeada.

A NASA publica de forma transparente a lista de astronautas ativos e divulga as novas turmas de candidatos, o que permite checar se determinado nome consta ou não do quadro.

A inexistência desses elementos é sinal de alerta.

Também é útil identificar se textos sobre “missão a Marte” citam documentos operacionais básicos, como manifesto de voo, plano de integração e testes, perfil de nave e descrição de objetivos.

Ausências sucessivas sugerem se tratar de narrativa viral construída sobre traços biográficos verdadeiros e suposições não verificadas.

Verificações jornalísticas anteriores já desmentiram versões parecidas envolvendo Carson, reforçando que não há seleção oficial para um voo humano a Marte envolvendo a jovem.

O caminho técnico até Marte

Missões tripuladas para além da órbita da Terra exigem validação de sistemas críticos: suporte de vida por meses, blindagem contra radiação, logística de cargas, reentrada com segurança e capacidade de manutenção remota.

A própria literatura técnica e as comunicações oficiais da agência deixam claro que o caminho passa por degraus tecnológicos e operacionais até que um voo tripulado a Marte seja viável — e de ida e volta.

Quando um post ignora essa sequência e surge sem documentos, tende a estar desconectado da prática da exploração espacial contemporânea.

Publicação viral atribuiu a Alyssa Carson missão da NASA para Marte sem volta, mas não há seleção ou anúncio oficial confirmado.
Publicação viral atribuiu a Alyssa Carson missão da NASA para Marte sem volta, mas não há seleção ou anúncio oficial confirmado.

Resultado da checagem

Com base nas informações públicas mais recentes, não há missão humana a Marte anunciada com tripulação, data e arquitetura de “só de ida”.

Não há registro oficial de que Alyssa Carson tenha sido selecionada como astronauta da NASA. E o projeto mais citado quando se fala em “ida sem volta”, o Mars One, não existe mais desde 2019.

A publicação que viralizou, portanto, não encontra lastro documental e induz a erro ao sugerir que uma “jovem de 24 anos” foi escolhida e teria “aceitado” não voltar à Terra.

Banner quadrado em fundo preto com gradiente, destacando a frase “Acesse o CPG Click Petróleo e Gás com menos anúncios” em letras brancas e vermelhas. Abaixo, texto informativo: “App leve, notícias personalizadas, comentários, currículos e muito mais”. No rodapé, ícones da Google Play e App Store indicam a disponibilidade do aplicativo.
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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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