Recentes informações indicam que o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, considera impor sanções econômicas ao Brasil.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou na última segunda-feira (13) uma explicação ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre o convite recebido para a posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.
Bolsonaro afirmou que recebeu um e-mail do cerimonial do evento, considerado por ele como o “convite oficial“. A posse está marcada para o dia 20 de janeiro, em Washington.
A situação de Bolsonaro, no entanto, é delicada. Com o passaporte retido por determinação judicial, o ex-presidente precisa de autorização do STF para viajar ao exterior. Alexandre de Moraes, antes de tomar qualquer decisão, solicitou provas concretas de que Bolsonaro está realmente na lista de convidados.
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No despacho, Moraes destacou a falta de informações no documento apresentado. “A mensagem foi enviada para o email do deputado Eduardo Bolsonaro por um endereço não identificado (…) e sem qualquer horário ou programação do evento a ser realizado”, apontou o ministro.
Relações entre Trump e Bolsonaro no radar
Enquanto isso, fontes próximas ao governo de Donald Trump têm expressado preocupação com os desdobramentos da situação. De acordo com o Wall Street Journal (WSJ), a postura do governo brasileiro em relação à Bolsonaro pode impactar as relações com a administração de Trump, que já enfrenta tensões com governos de inclinação à esquerda.
Integrantes da equipe de Trump consideram que o impedimento de Bolsonaro de viajar para a posse pode ser interpretado como uma “armação jurídica” similar àquela que Trump afirma enfrentar nos Estados Unidos. “A pior forma de o governo Lula começar sua relação com a administração Trump é usando o aparato estatal contra seus rivais políticos“, disse uma fonte ligada ao presidente eleito.
Possíveis sanções à vista
O WSJ também informou que Trump estaria avaliando a aplicação de tarifas comerciais contra o Brasil, além de outros países que, na visão dele, utilizam práticas de “lawfare” – termo que se refere ao uso de instrumentos jurídicos para atingir adversários políticos.
A tensão diplomática surge em um momento já conturbado, onde questões políticas internas no Brasil e nos Estados Unidos acabam reverberando internacionalmente.
Bolsonaro, por sua vez, permanece aguardando uma decisão do STF que poderá definir se ele estará ou não presente no evento.