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Japão está desenvolvendo painel solar capaz de gerar a energia de 20 reatores nucleares, reduzindo a conta mensal de luz

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 02/10/2025 às 12:23
Japão desenvolve super painel solar de 20 GW com perovskita, promete energia mais barata, híbrida com eólica e matriz limpa até 2050.
Japão desenvolve super painel solar de 20 GW com perovskita, promete energia mais barata, híbrida com eólica e matriz limpa até 2050.
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Japão aposta em células solares de perovskita para criar superpainel de 20 GW até 2040, reduzir custos, integrar energia eólica e eliminar usinas nucleares até 2050.

Os painéis solares dominam a transição energética mundial, mas a tecnologia ainda enfrenta desafios ligados a custo e produção.

O silício cristalino, usado há décadas, é confiável e eficiente, mas sua fabricação exige processos caros, temperaturas elevadas e cadeias de suprimentos concentradas em poucos países.

Além disso, os módulos tradicionais são limitados em flexibilidade e adaptação a diferentes superfícies. Diante dessas barreiras, uma inovação desponta como alternativa: a perovskita.

Do silício à perovskita: a virada tecnológica

O silício cristalino consolidou-se como base da energia fotovoltaica moderna. Sua capacidade de converter luz solar em eletricidade garantiu avanços expressivos para a geração renovável.

Contudo, a alta demanda energética na produção e o custo de extração são entraves importantes. É nesse cenário que a perovskita surge como opção promissora.

Este composto cristalino permite produzir células solares mais leves e baratas, alcançando taxas de conversão superiores a 25%.

Além de eficiência comparável ao silício, a perovskita pode ser aplicada em superfícies diversas, como janelas ou tetos de veículos, graças à possibilidade de imprimir camadas finas e flexíveis. Essa versatilidade cria novos caminhos para integração urbana e mobilidade elétrica.

Japão na liderança da inovação

Com histórico de pioneirismo tecnológico, o Japão aposta em um projeto inédito: a criação de um superpainel solar com capacidade de gerar 20 GW de energia, equivalente à potência combinada de 20 reatores nucleares.

A proposta baseia-se em substituir gradualmente o silício pelas células de perovskita.

O movimento responde a um compromisso estratégico. Após o acidente nuclear de Fukushima, em 2011, o país reduziu a confiança em usinas nucleares e elevou a fatia da energia solar em sua matriz.

Em 2014, a participação era de apenas 1,9%. Hoje, já chega a quase 10%. A meta oficial é ampliar a produção renovável para 36% a 38% até 2030.

Plataforma solar até 2040

O plano japonês prevê instalar a plataforma de 20 GW até 2040.

O projeto inclui o uso de tecnologia de emissão zero e uma cadeia de suprimentos nacional para reduzir dependência energética de países como China e Rússia.

Estimativas apontam que, quando o sistema estiver em plena operação, o preço da eletricidade poderá cair para 10 ienes por watt ao longo das próximas duas décadas. Essa redução deve estimular a adoção generalizada na indústria.

A aposta também tem alcance estratégico: ao reduzir a dependência nuclear, o Japão busca estabilidade energética e segurança de longo prazo.

Perovskita em sistemas híbridos

A inovação não ficará restrita à energia solar. O governo japonês planeja integrar células de perovskita em sistemas híbridos que combinem geração solar e eólica.

Esse modelo busca ampliar a eficiência e garantir fornecimento contínuo em um país de alta densidade populacional e espaço urbano limitado.

Entretanto, o desafio tecnológico ainda é grande. A durabilidade da perovskita e os custos de produção em escala industrial precisam avançar para que a promessa se concretize. Superar essas barreiras será determinante para transformar a pesquisa em solução global.

Rumo a uma matriz 100% limpa

Se o cronograma for cumprido, o Japão poderá eliminar completamente suas usinas nucleares até 2050, alcançando uma matriz energética 100% limpa.

O superpainel de perovskita não é apenas um salto tecnológico, mas também uma declaração de política energética: inovação e sustentabilidade podem caminhar juntas em velocidade acelerada.

O projeto japonês, ao unir metas ambientais, avanços científicos e estratégia nacional, envia uma mensagem clara ao mundo: a energia solar do futuro pode ser mais flexível, acessível e sustentável — e a perovskita é a peça-chave dessa transformação.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor.

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