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Japão ergue muralha de 400 km e 12 metros para segurar tsunamis após 2011, custa US$12,7 bi, entrega até 2030, salva vidas, irrita moradores locais

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 04/11/2025 às 15:28
Japão ergue muralha de 400 km para reduzir o impacto de tsunamis e proteger Iwate, Miyagi e Fukushima, combinando engenharia, evacuação rápida e ajustes urbanos para recuperar turismo e pesca até 2030.
Japão ergue muralha de 400 km para reduzir o impacto de tsunamis e proteger Iwate, Miyagi e Fukushima, combinando engenharia, evacuação rápida e ajustes urbanos para recuperar turismo e pesca até 2030. IMAGEM E EDIÇÃO: ECONOSIMPLES
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Uma infraestrutura costeira inédita, iniciada após 2011, eleva muros de até 12 metros ao longo do litoral nordeste do país. Japão ergue muralha de 400 km com orçamento de US$ 12,7 bilhões, promessa de salvar vidas, cronograma de entrega até 2030 e controvérsia por bloquear a vista do mar e afetar o turismo local.

Após o terremoto e tsunami de 11 de março de 2011, o país adotou uma estratégia de defesa costeira sem precedentes. tradcom trechos que chegam a 15 metros de altura, projetada para reduzir a energia das ondas, ganhar minutos críticos de evacuação e limitar perdas de infraestrutura. Alguns segmentos já estão concluídos, outros seguem em obra sob um regime de construção contínua.

O projeto soma 30 milhões de metros cúbicos de concreto e mobiliza mais de 50 mil trabalhadores, com operação em regime ininterrupto. A diretriz central é simples e técnica: não se trata de impedir um tsunami, algo fisicamente impossível, mas de atenuar sua força e garantir rotas de fuga e abrigos eficazes nas primeiras dezenas de minutos após o alerta.

Por que a muralha existe

Japão ergue muralha de 400 km e 12 metros para segurar tsunamis após 2011, custa US$12,7 bi, entrega até 2030, salva vidas, irrita moradores locais

A decisão foi tomada diante do histórico sísmico do arquipélago e dos danos de 2011, quando a primeira onda invadiu até 10 km continente adentro e sucessivas ondas ampliaram o estrago.

O antecedente de Sendai e o colapso em cadeia observado em Fukushima consolidaram a necessidade de uma barreira física adicional ao protocolo de evacuação.

A geodinâmica local envolve a interação de quatro placas tectônicas.

Essa configuração explica a recorrência de tsunamis severos e torna Japão ergue muralha de 400 km um elemento estrutural de política pública, em conjunto com sirenes, abrigos elevados e simulações regulares de evacuação.

O que a muralha faz e o que não faz

Muros médios de 12 metros não “param” uma onda potencial de 15 metros ou mais.

A função é dissipar energia e reduzir velocidade, evitando que veículos sejam arrastados como projéteis e que fundações residenciais cedam instantaneamente.

A atenuação, mesmo parcial, abre uma janela de tempo para que a população alcance áreas acima de 15 metros de cota.

Ainda assim, a água pode transbordar.

A combinação de barreiras, alertas e abrigos é o núcleo da estratégia.

A própria narrativa oficial afirma que Japão ergue muralha de 400 km como camada de defesa, não como solução única.

Impactos sociais e o preço invisível

Comunidades pesqueiras dependem do contato visual com o mar para leitura de vento, corrente e segurança da navegação.

A parede de concreto interrompe essa relação, reconfigura rotinas de trabalho e altera a paisagem de bairros costeiros.

Em áreas com muro, o turismo caiu em torno de 40%, afetando hospedagens e restaurantes.

Moradores relatam perda de identidade visual e sensação de enclausuramento.

O equilíbrio entre preservação de vidas e manutenção de vocações locais tornou-se o principal eixo de conflito, com protestos e pedidos de ajustes em traçados e alturas específicas.

Engenharia, materiais e operação

A fundação atinge cerca de 20 metros abaixo do nível do solo, dimensionada para resistir a impacto hidrodinâmico e à ação corrosiva do ambiente marinho.

O concreto utiliza formulação resistente a salinidade e a expectativa de vida útil projetada é de décadas com baixa manutenção.

Em trechos críticos, portões automatizados permanecem abertos no cotidiano e se fecham em cerca de 5 minutos após o disparo do alerta.

A infraestrutura se integra a sensores sísmicos submarinos que transmitem dados em tempo real.

O encadeamento automático aciona sirenes, fecha portões e orienta a população a migrar para abrigos e cotas seguras, reduzindo a dependência de intervenção manual nos primeiros minutos.

Camadas de proteção e precedentes

Antes de 2011, pequenos diques de 3 a 5 metros e cinturões de pinheiros já existiam, mas foram pulverizados pelas ondas mais altas.

Estudos indicaram ganhos marginais de desaceleração, insuficientes para cidades inteiras.

A conclusão foi adotar múltiplas camadas: quebra-mares, muros, elevações e procedimentos de evacuação cronometrados.

O Japão também testou quebra-mares submarinos profundos, que reduziram alturas de onda em cenários específicos, mas não evitaram a inundação completa em eventos extremos.

Japão ergue muralha de 400 km para atuar como segunda linha, mantendo redundância com abrigos elevados.

Cronograma, custo e governança

O orçamento estimado gira em US$ 12,7 bilhões e o horizonte de entrega aponta para 2030, com frentes de obra escalonadas.

Trechos já operacionais funcionam como pilotos de aprendizagem, ajustando execução, paisagismo e integração com vias e acessos de pesca.

A governança envolve entes locais e nacionais, com priorização de trechos mais vulneráveis.

O desenho final busca equilibrar cota de proteção, acessos controlados e conforto operacional para atividades costeiras essenciais.

Riscos remanescentes e preparação comunitária

Mesmo com muros, a educação comunitária permanece vital.

Treinamentos anuais em escolas e empresas, rotas mapeadas e abrigos acima de 15 metros formam o núcleo da autoproteção.

Em eventos sucessivos de ondas, a permanência em áreas elevadas pode ser tão importante quanto o deslocamento inicial.

A mensagem técnica é constante: tempo é variável crítica. Em diferentes episódios históricos, sobreviveu quem evacuou imediatamente.

O sistema só funciona se a população responder ao primeiro alerta sem hesitação.

Alternativas, ajustes e paisagem

Soluções de elevação do terreno e colinas artificiais podem melhorar a integração paisagística, mas envolvem mais tempo e custo e entregam proteção inferior na mesma escala temporal.

A aplicação prática tende a mesclar técnicas, incorporando passagens visuais controladas, reordenamento de frentes marítimas e tratamentos de fachada.

Projetos de mitigação visual, passarelas e mirantes em cotas seguras são discutidos localmente como contrapartida urbana para reduzir o impacto de barreiras contínuas sobre a vida cotidiana.

O que observar até 2030

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A avaliação de desempenho passa por três indicadores: minutos de ganho na evacuação, integridade estrutural após tempestades sazonais e recuperação econômica de áreas turísticas com novos roteiros e infraestrutura.

O êxito de Japão ergue muralha de 400 km dependerá tanto da técnica quanto da aceitação social e da capacidade de adaptar soluções ao longo da costa.

A consolidação do sistema também será medida pela manutenção de sensores, portões e sirenes, garantindo confiabilidade em cenários de múltiplos eventos e longas janelas sem ocorrência.

A estratégia japonesa combina infraestrutura pesada, sensoriamento e disciplina coletiva para enfrentar um risco geológico recorrente.

Japão ergue muralha de 400 km como pilar de um arranjo mais amplo, que inclui abrigos e rotas de fuga, e ainda deverá ajustar impactos urbanísticos nas comunidades costeiras.

A decisão central permanece técnica: salvar minutos, salvar vidas.

Você acha que os ajustes paisagísticos e de acesso público podem conciliar a proteção de Japão ergue muralha de 400 km com a retomada do turismo e da pesca nas comunidades locais?

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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