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Já pensou em criar abelhas que não picam? Saiba como criar abelhas-sem-ferrão, prática que tem crescido no Brasil e impulsiona a produção sustentável

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em 11/08/2025 às 13:08
Conheça os benefícios ambientais e econômicos das abelhas-sem-ferrão e descubra como iniciar sua criação de forma legal e lucrativa no Brasil.
Conheça os benefícios ambientais e econômicos das abelhas-sem-ferrão e descubra como iniciar sua criação de forma legal e lucrativa no Brasil.
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A criação de abelhas que não picam, também conhecidas como abelhas-sem-ferrão, está se tornando uma atividade cada vez mais procurada por produtores e empreendedores rurais. Mais do que uma tendência, a meliponicultura representa uma alternativa sustentável, capaz de gerar renda, preservar a biodiversidade e aumentar a produtividade agrícola.

No Brasil, essa prática ganha força especialmente em estados como São Paulo, onde políticas públicas, avanços tecnológicos e regulamentações específicas estão ampliando o número de criadores e fortalecendo a produção.

O que são as abelhas-sem-ferrão e por que são tão importantes

As abelhas-sem-ferrão, chamadas cientificamente de meliponíneos, são espécies nativas ou indígenas do Brasil.

Apesar de possuírem ferrão, este é atrofiado e não funciona para defesa, o que significa que elas não picam.

Esses insetos vivem em colônias e exercem papel fundamental na polinização, sendo essenciais para manter o equilíbrio dos ecossistemas.

Além disso, contribuem diretamente para o aumento de produção em lavouras, melhorando a qualidade e a quantidade das colheitas.

No Rio Grande do Sul, por exemplo, um contingente estimado de 550 milhões de abelhas-sem-ferrão é utilizado em plantações de canola e carinata, elevando significativamente o rendimento agrícola.

Expansão da meliponicultura no Brasil

O estado de São Paulo lidera a criação organizada de abelhas-sem-ferrão. Segundo dados oficiais, são mais de 55 mil colmeias de 75 espécies distintas, distribuídas em quase 3 mil meliponários autorizados.

Essa estrutura é resultado de regulamentações claras e inovações, como o desenvolvimento de rações biotecnológicas para alimentação artificial.

Essas rações, produzidas com pólen e microrganismos benéficos, fortalecem as colônias e aumentam a produtividade, garantindo que os enxames se mantenham saudáveis mesmo em períodos de menor oferta de flores.

Como começar a criar abelhas que não picam (sem ferrão)?

O primeiro passo para iniciar na meliponicultura é escolher a espécie mais adequada para a região.

O livro “Meliponicultura: o produtor pergunta, a Embrapa responde” é uma referência importante nesse processo, oferecendo orientações sobre clima, vegetação e características de cada espécie.

Outro ponto essencial é adquirir as colmeias apenas de meliponicultores registrados, o que garante a procedência e a legalidade dos enxames.

O local de instalação deve proteger as colmeias de sol excessivo, ventos fortes e predadores naturais.

Durante o ano, especialmente em períodos de menor oferta de alimento na natureza, pode ser necessário fornecer alimentação complementar, como xaropes de açúcar e substitutos de pólen, sempre respeitando as necessidades de cada espécie.

Produtos e oportunidades de mercado

O mel produzido pelas abelhas-sem-ferrão possui alto valor agregado e propriedades medicinais reconhecidas, o que o torna um produto disputado no mercado. Mas as oportunidades não se limitam ao mel.

Empresas já desenvolvem itens diferenciados, como o espumante feito a partir do mel dessas abelhas, mostrando a versatilidade e o potencial de inovação do setor.

Além disso, a Embrapa criou métodos modernos para identificar fraudes no mel nativo, assegurando a qualidade e a confiança do consumidor.

Sustentabilidade e regulamentação

A meliponicultura é considerada uma atividade ambientalmente positiva, pois fortalece a polinização e contribui para a preservação das espécies.

No entanto, a formalização é obrigatória: a legislação atual estabelece que todos os meliponários devem estar regularizados até 2026.

Esse prazo reforça a importância de adotar boas práticas ambientais e seguir os padrões técnicos que asseguram a saúde das abelhas e a qualidade dos produtos comercializados.

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Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

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