Painel solar com acabamento em terracota promete levar energia limpa a edifícios históricos sem comprometer o visual dos telhados tradicionais.
No meio do avanço das energias renováveis, um dos grandes desafios sempre foi a aparência dos painéis solares. Agora, uma empresa holandesa apresentou uma solução inovadora.
A Solarix lançou um painel fotovoltaico de 355 W com acabamento em cor terracota, pensado para combinar com telhados tradicionais e preservar a identidade visual de construções históricas.
O novo módulo pode ser o passo que faltava para a energia solar conquistar centros urbanos protegidos e edifícios antigos.
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Energia solar sem comprometer o visual
A estética deixou de ser um obstáculo. O novo painel da Solarix busca justamente resolver o impasse entre tecnologia e aparência.
Seu grande diferencial está na cor terracota, que imita fielmente o visual das telhas de barro comuns em telhados antigos.
Com isso, os módulos se integram com facilidade em construções históricas, áreas protegidas e até projetos modernos que priorizam uma aparência tradicional.
Essa inovação atende a uma demanda real. Muitos prédios tombados ou situados em regiões com controle arquitetônico não permitem a instalação de painéis convencionais, que destoam do estilo original. O novo produto da Solarix abre caminho para novas possibilidades nesses contextos.
Tecnologia de ponta com toque clássico
Apesar do foco na estética, o painel não deixou a eficiência de lado. A tecnologia utilizada é a monocristalina de alta performance.
As células solares são do tipo N, dopadas com fósforo, e oferecem ótima resposta mesmo em ambientes com pouca luz solar, como dias nublados ou locais com orientação menos favorável ao sol.
A potência de 355 W por módulo, aliada à tensão de operação de até 1.000 V, garante um bom rendimento em projetos residenciais e comerciais.
Além disso, os painéis mantêm sua durabilidade mesmo em condições adversas. Encapsulados em vidro temperado de 3,2 mm dos dois lados, resistem a temperaturas extremas, de -40 ºC a 85 ºC.
Suas certificações IP67 e IP68 asseguram proteção contra poeira e resistência à água, mesmo em casos de imersão temporária.
Experiência anterior com fachadas solares
Antes mesmo do lançamento dos novos painéis de cobertura, a Solarix já atuava no segmento de energia solar integrada a edifícios.
Um projeto marcante foi a reforma da escola De Kikker, onde foram instalados 1.444 m² de painéis solares coloridos nas fachadas.
Os módulos, em tons de verde e amarelo, respeitaram o projeto visual do prédio e são capazes de gerar até 67.000 kWh por ano.
Esse tipo de aplicação é exemplo prático do conceito BIPV (sigla para Building-Integrated Photovoltaics), que promove a integração arquitetônica de painéis solares em construções.
A abordagem tem ganhado espaço em áreas urbanas da Europa, onde os centros históricos e bairros protegidos tornam a expansão das energias renováveis um desafio adicional.
Uma alternativa real para centros urbanos
A proposta da Solarix não é apenas um capricho estético. Representa um avanço importante para a viabilidade da energia solar em cidades antigas ou em zonas de proteção patrimonial.
Esses locais, antes excluídos da geração solar por limitações visuais, agora passam a contar com uma opção funcional e visualmente integrada.
O potencial de uso vai além dos prédios antigos. Novas construções também se beneficiam da solução, especialmente aquelas com projetos arquitetônicos que valorizam estilos clássicos.
Com isso, a adoção dos painéis não depende mais de concessões entre aparência e sustentabilidade.
Além disso, a aceitação social da energia solar pode aumentar. Muitos grupos que antes resistiam à instalação dos módulos por razões visuais passam a ver valor na proposta.
Governos e prefeituras também podem incluir os painéis terracota em programas de renovação energética, dentro dos parâmetros da Diretiva Europeia de Eficiência Energética em Edifícios.
O painel solar de cor terracota lançado pela Solarix representa mais do que um avanço tecnológico. Ele permite a instalação de energia limpa sem interferir na identidade visual de prédios históricos, igrejas, museus, escolas e até casas tradicionais.
A inovação é uma resposta direta a um dilema antigo: como fazer a transição energética sem apagar a história das cidades.
A resposta, agora, parece estar ao alcance. Com essa nova solução, a sustentabilidade urbana ganha um aliado estético.
A cidade do futuro pode, enfim, parecer com a cidade do passado — mas com energia limpa vinda do sol.