Animais viviam em cativeiro desde 2013 e ONG afirma que nunca atacaram humanos; governo alega risco à população local
O governo de Israel abateu mais de 200 crocodilos em uma fazenda na Cisjordânia, alegando risco à segurança pública após anos de abandono da propriedade. A medida foi duramente criticada por organizações de direitos animais, que classificaram a ação como “execução injustificável”, especialmente porque, segundo elas, os répteis nunca ofereceram perigo real à população.
Os animais estavam confinados desde o fechamento da fazenda em 2013, localizada no assentamento de Petzael, no Vale do Jordão. A propriedade funcionava anteriormente como atração turística e mais tarde foi convertida em criadouro comercial para produção de couro. Após o abandono, os crocodilos foram mantidos em condições precárias, o que, segundo as autoridades, levou à prática de canibalismo entre os animais.
O que motivou o abate dos crocodilos?
Segundo comunicado oficial da Cogat, agência do Ministério da Defesa de Israel responsável pelos assuntos civis nos territórios palestinos, a cerca da fazenda estava deteriorada, o que teria permitido a fuga de vários crocodilos para áreas residenciais e reservas naturais próximas. Após 12 anos sem solução definitiva e com recusa do proprietário em reparar o recinto, o governo decidiu realizar o abate “de forma humana”.
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A ação teria sido acelerada por vídeos que circularam nas redes sociais mostrando jovens atirando pedras nos crocodilos, reforçando o argumento do risco iminente. Mesmo assim, a medida gerou grande repercussão, principalmente após a divulgação do número total de animais mortos: 262 crocodilos, segundo a ONG Let the Animals Live.
O que diz o dono da fazenda e as ONGs?
Gadi Bitan, que operou a fazenda por mais de 30 anos, alegou que não foi informado previamente sobre a ação e classificou o evento como uma “execução sem justificativa”. Ele afirmou ao portal Ynet que os animais estavam “bem alimentados e saudáveis”, e que nenhum incidente grave havia sido registrado desde o fechamento da fazenda.
A ONG Let the Animals Live reforçou a crítica, afirmando que os crocodilos “jamais atacaram humanos” e que havia alternativas viáveis ao abate, como transferência para santuários ou readequação da estrutura. Para a organização, o abate representa um fracasso prolongado da administração pública em lidar com a questão de forma ética.
Conflito entre segurança e direitos animais
O episódio ocorre em meio a um contexto delicado de tensão permanente na região da Cisjordânia, onde a ocupação israelense é constantemente contestada pela comunidade internacional. O uso de terras ocupadas para empreendimentos comerciais, especialmente em áreas sensíveis como o Vale do Jordão, levanta debates sobre legalidade, ética e impacto ambiental.
Além disso, a decisão reacende o debate sobre a responsabilidade do Estado em gerenciar propriedades abandonadas que envolvem risco ambiental e à vida animal. Organizações internacionais de proteção animal já solicitaram investigação sobre o caso e defendem critérios mais transparentes e científicos para esse tipo de ação.
Você acredita que o abate foi necessário? Ou considera que houve falha grave por parte do governo? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir sua visão sobre o equilíbrio entre segurança e respeito à vida animal.