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Isenção de IR até R$ 5.000 virá com alíquota mínima de 10% e taxação de dividendos acima de R$ 50 mil; governo não corta gastos

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 02/09/2025 às 19:50
Nova proposta do governo amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda, mas transfere a conta para profissionais de alta renda e investidores, sem redução das despesas públicas.
Nova proposta do governo amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda, mas transfere a conta para profissionais de alta renda e investidores, sem redução das despesas públicas.
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A isenção até R$ 5.000 vem atrelada a compensações (alíquota efetiva mínima e taxação de dividendos), sem corte de gastos. Para o educador financeiro William Ribeiro, alguém pagará a conta.

A isenção de IR para quem ganha até R$ 5.000 por mês foi anunciada pelo governo como medida de alívio fiscal para trabalhadores assalariados. A novidade, no entanto, vem acompanhada de compensações que aumentam a carga sobre profissionais de alta renda e sobre dividendos, sem qualquer corte nas despesas públicas, analisa William Ribeiro.

Segundo a proposta, haverá uma nova tabela progressiva entre R$ 5.000 e R$ 7.350, com dedução automática para evitar distorções. A faixa entre R$ 7.350 e R$ 50 mil permanece inalterada, mantendo a alíquota máxima de 27,5%. Acima de R$ 50 mil, será aplicada uma alíquota efetiva mínima de 10%. Além disso, lucros e dividendos acima de R$ 50 mil mensais passarão a ser tributados, tanto no Brasil quanto quando enviados ao exterior.

Como funciona a nova tabela do Imposto de Renda

Isenção de IR até R$ 5.000 virá com alíquota mínima de 10% e taxação de dividendos acima de R$ 50 mil; governo não corta gastos

Na prática, a mudança garante isenção total para quem recebe até R$ 5.000 mensais sob regime CLT. Para rendas entre R$ 5.000 e R$ 7.350, será criada uma tabela intermediária, que corrige distorções e impede que quem ganhe R$ 5.100, por exemplo, receba menos líquido do que quem ficou totalmente isento.

Para salários de R$ 7.350 a R$ 50 mil, nada muda: a tabela atual continua valendo, com faixas progressivas até 27,5%. Já acima desse valor, mesmo quem já paga IR poderá ver um aumento, devido à alíquota mínima de 10% sobre rendimentos declarados.

Dividendos entram na conta

O impacto maior recai sobre profissionais liberais e empresários que recebem via Pessoa Jurídica (PJ). Hoje, após o pagamento de impostos na empresa, os dividendos distribuídos são isentos na pessoa física. Com a nova regra, dividendos mensais acima de R$ 50 mil passarão a ser taxados, com alíquotas que podem chegar a 10%.

Um exemplo citado é o de um médico que recebe R$ 55 mil em dividendos mensais: atualmente ele não paga nada na PF; com a proposta, passará a pagar cerca de 2,5%, podendo subir conforme a faixa. Além disso, dividendos remetidos ao exterior terão alíquota adicional de 10%.

Super ricos na mira

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De acordo com dados citados pelo economista William Ribeiro, os chamados “super ricos” (cerca de 200 mil pessoas no Brasil, 0,1% da população) têm renda média de R$ 392 mil por mês e pagam, em média, apenas 7,4% de IR na pessoa física.

Entre os 10% mais ricos desse grupo, a média é de apenas 3%. A alíquota mínima de 10% pretende corrigir essa distorção, mas pode gerar resistência política no Congresso.

O governo, por meio da Casa Civil, defende que a medida promove “mais justiça fiscal”, mas sem cortes de gastos públicos, o que acende o alerta de especialistas sobre a sustentabilidade da política.

Partidos como União Brasil e Progressistas já se movimentam para tentar alterar as compensações, enquanto a oposição pressiona para que a isenção seja financiada por cortes de despesas.

Debate político e impactos econômicos

O projeto ainda será discutido no Congresso, onde deve enfrentar resistência de setores ligados ao empresariado e a profissionais de alta renda.

Para a base governista, a prioridade é aliviar a carga da classe média e ampliar a isenção, mesmo que isso signifique cobrar mais dos que ganham acima de R$ 50 mil.

Economistas alertam que, sem corte de gastos, a medida é apenas uma realocação da carga tributária, e não uma redução. O risco é de que a discussão se torne eleitoral, já mirando 2026, em vez de estrutural, o que poderia travar uma verdadeira reforma tributária.

E você, considera justa a isenção de IR até R$ 5.000 compensada pela cobrança sobre dividendos e alta renda, mesmo sem cortes de gastos públicos? Acha que essa redistribuição resolve ou apenas adia o problema fiscal? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem vive isso na prática.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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