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Investimento chinês no Brasil dispara 113% e atinge US$ 4,18 bilhões em 2024, o maior desde 2021, colocando o país como destino prioritário do capital de Pequim, enquanto EUA e América Latina registram queda histórica

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 06/09/2025 às 07:17
Investimento chinês no Brasil dispara 113% e atinge US$ 4,18 bilhões em 2024, o maior desde 2021, colocando o país como destino prioritário do capital de Pequim, enquanto EUA e América Latina registram queda histórica
Foto: Investimento chinês no Brasil dispara 113% e atinge US$ 4,18 bilhões em 2024, o maior desde 2021, colocando o país como destino prioritário do capital de Pequim, enquanto EUA e América Latina registram queda histórica
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Investimento chinês no Brasil cresce 113% e soma US$ 4,18 bi em 2024, maior salto desde 2021, enquanto EUA e América Latina registram queda histórica.

O Brasil se consolidou em 2024 como um dos principais destinos do capital chinês no mundo. Segundo o Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), empresas chinesas investiram US$ 4,18 bilhões no país, crescimento de 113% em relação a 2023 e o maior salto desde 2021.

Enquanto no Brasil os aportes dobraram, em outros mercados a tendência foi oposta. Nos Estados Unidos, o investimento chinês caiu 11%, totalizando apenas US$ 2,23 bilhões. Já na América Latina, sem o Brasil, houve retração de 8,4%. O contraste reforça que o Brasil se tornou um destino prioritário de Pequim, em meio a um cenário global de incertezas.

Energia, infraestrutura e mineração lideram aportes chineses no país

O relatório do CEBC mostra que os recursos chineses se concentraram em setores estratégicos da economia brasileira:

  • Energia elétrica e renováveis: empresas da China ampliaram investimentos em parques solares, eólicos e linhas de transmissão, reforçando a posição do Brasil como polo da transição energética.
  • Infraestrutura e logística: projetos em rodovias, ferrovias e portos receberam capital chinês para atender a demanda crescente do agronegócio e reduzir gargalos logísticos históricos.
  • Mineração e lítio: companhias chinesas expandiram sua presença em projetos de ferro e minerais críticos, essenciais para baterias e a indústria tecnológica.
  • Tecnologia e telecomunicações: empresas ligadas a 5G e transformação digital também ampliaram participação, fortalecendo a parceria estratégica entre os dois países.

Investimentos da China nos EUA e na América Latina recuam em 2024

Enquanto o Brasil recebeu o maior volume desde 2021, os EUA e outros países latino-americanos perderam espaço no radar de Pequim.

Nos Estados Unidos, o endurecimento das regras de segurança nacional limitou a entrada de empresas chinesas em setores estratégicos, reduzindo em 11% o fluxo de capital em 2024. Já em países vizinhos da América Latina, o recuo foi de 8,4%, sinal de que a China tem sido mais seletiva ao investir fora do Brasil.

Essa movimentação reforça a percepção de que o país ocupa uma posição excepcional e estratégica no cenário global, principalmente pela sua escala de mercado, riqueza em recursos naturais e estabilidade para projetos de longo prazo.

Brasil volta a ser prioridade estratégica do capital chinês, apontam especialistas

O salto de 113% nos investimentos foi visto como um sinal de confiança por analistas.

Para o economista Marcos Caramuru, ex-embaixador do Brasil em Pequim, “a retomada dos investimentos chineses mostra que o Brasil é considerado peça-chave no tabuleiro da China. Trata-se de uma aposta no longo prazo, que envolve energia, logística e alimentos”.

A pesquisadora Tatiana Rosito, do CEBC, lembra que “em 2024 o Brasil voltou ao top 3 global dos destinos do capital chinês, atrás apenas do Reino Unido e da Hungria. Isso mostra o peso do país quando existe previsibilidade regulatória e projetos sólidos”.

Capital chinês pode impulsionar transição energética e logística no Brasil

O impacto da entrada de capital chinês vai além dos números. Para especialistas, os recursos podem acelerar:

  • Projetos de transição energética, ampliando a participação das renováveis na matriz elétrica.
  • Obras de infraestrutura logística, fundamentais para reduzir o custo do transporte do agronegócio.
  • Integração do Brasil a cadeias globais, fortalecendo setores de mineração, tecnologia e manufatura.

O desafio, segundo analistas, é equilibrar o ingresso desse capital com políticas que preservem a autonomia nacional. O Brasil precisa transformar os aportes em ganhos de produtividade e inovação, evitando dependência excessiva de um único parceiro.

Brasil no centro da nova rota do capital chinês

O avanço de 113% nos investimentos chineses em 2024 é um marco que recoloca o Brasil como destino prioritário de Pequim. Em um cenário de retração global, o país conseguiu atrair US$ 4,18 bilhões, o maior volume em três anos, ao mesmo tempo em que EUA e América Latina registraram quedas históricas.

Esse contraste mostra que o Brasil não é apenas mais um destino na estratégia chinesa: ele é parte do núcleo central de uma nova rota de investimentos internacionais.

Como o país irá usar essa oportunidade — para fortalecer energia limpa, infraestrutura e tecnologia — pode definir seu papel no tabuleiro econômico mundial da próxima década.

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Valdemar Medeiros

Formado em Jornalismo e Marketing, é autor de mais de 20 mil artigos que já alcançaram milhões de leitores no Brasil e no exterior. Já escreveu para marcas e veículos como 99, Natura, O Boticário, CPG – Click Petróleo e Gás, Agência Raccon e outros. Especialista em Indústria Automotiva, Tecnologia, Carreiras (empregabilidade e cursos), Economia e outros temas. Contato e sugestões de pauta: valdemarmedeiros4@gmail.com. Não aceitamos currículos!

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