Inventário pode se arrastar por anos, mas a lei permite remover inventariante, vender imóveis em conflito e destravar a partilha entre herdeiros
Quando o inventário vira campo de batalha, o processo deixa de ser apenas sobre a partilha de bens e se transforma em um fardo emocional e financeiro para a família. Um herdeiro que se recusa a vender um imóvel, outro que some sem assinar nada, e ainda aqueles que suspeitam de irregularidades: o resultado é um inventário travado por anos, que desvaloriza o patrimônio e multiplica os custos.
Mas a lei oferece caminhos claros para evitar que a briga entre herdeiros destrua o processo. Com base na experiência de especialistas em direito sucessório, é possível entender como a legislação pode forçar soluções quando o diálogo não funciona.
Como a lei lida com herdeiros ausentes ou resistentes
Um dos maiores entraves ocorre quando um herdeiro se recusa a participar ou simplesmente desaparece.
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Nesse caso, a abertura de inventário judicial permite que o juiz intime todos os envolvidos, inclusive por edital.
Mesmo sem manifestação, o processo segue, com nomeação de um curador especial para representar o ausente.
A inércia de um herdeiro não pode paralisar o direito de todos os outros, garantindo que a partilha avance.
Além disso, o herdeiro que insiste em não colaborar corre o risco de perder espaço de decisão.
O inventário segue seu curso, preservando os direitos, mas sem permitir que a omissão de um impeça o andamento coletivo.
Remoção de inventariante e prestação de contas
Outro ponto crítico é quando o inventariante, responsável por administrar o espólio, passa a agir de forma suspeita.
Se há indícios de má gestão, como uso indevido de aluguéis ou omissão de informações, qualquer herdeiro pode pedir judicialmente a prestação de contas detalhada.
Caso irregularidades sejam confirmadas, o juiz pode destituir o inventariante e nomear outro — seja um herdeiro, seja um profissional neutro indicado pelo Judiciário.
Essa medida restaura a transparência e acelera o andamento do inventário, evitando que os bens do espólio sejam mal administrados.
Venda forçada de imóveis para destravar a partilha
O impasse mais comum envolve imóveis: enquanto alguns herdeiros querem vender, outros resistem. Ninguém, no entanto, é obrigado a permanecer sócio de um bem em condomínio.
A lei prevê a possibilidade de extinção de condomínio, que dá preferência de compra aos herdeiros interessados.
Se não houver acordo, o juiz pode determinar a venda em leilão judicial.
Embora o leilão costume resultar em valores abaixo da média de mercado, ele funciona como pressão para que os herdeiros aceitem um acordo amigável.
Muitas vezes, só a ameaça de leilão já é suficiente para destravar a negociação.
Inventário: quando a lei vira aliada para resolver conflitos
Mais do que uma disputa por patrimônio, o inventário travado revela feridas emocionais antigas entre familiares.
A lei, nesse cenário, atua como um instrumento de equilíbrio, garantindo que a vontade de um não prejudique o direito de todos.
Ao acionar as ferramentas corretas, é possível acelerar a partilha e evitar a deterioração do patrimônio herdado.
O inventário pode até começar travado por desconfiança, mágoas ou resistência, mas a lei oferece soluções concretas: notificação judicial de herdeiros ausentes, remoção de inventariante suspeito e até a venda forçada de imóveis.
O objetivo é simples: garantir que a partilha avance.
E você, já passou por um inventário complicado na família? Acredita que a lei realmente ajuda a resolver ou acaba trazendo ainda mais conflitos? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem viveu essa experiência na prática.