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Invasão sem controle: animais selvagens causam prejuízo de bilhões ao agronegócio dos EUA e desafiam fazendeiros em estados como Texas, Califórnia e Nova York

Escrito por Jefferson Augusto
Publicado em 30/06/2025 às 14:43
Javalis selvagens forrageando em lavoura destruída ao amanhecer nos Estados Unidos, com fazendeiro observando os danos
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Com populações em expansão, javalis, veados e coiotes invadem plantações e atacam rebanhos em todo o país, forçando produtores rurais a adotarem caçadas constantes e medidas extremas para proteger suas fazendas

Nos Estados Unidos, fazendeiros e produtores rurais enfrentam perdas bilionárias causadas por animais selvagens como javalis, veados e coiotes. Esses animais invadem lavouras, atacam rebanhos e se multiplicam em ritmo acelerado, dificultando o controle mesmo com abates frequentes.

Prejuízos bilionários e ameaça constante ao agronegócio

De acordo com dados de 2021, somente no estado do Texas, os javalis selvagens causaram um prejuízo estimado de US$ 1,7 bilhão ao setor agropecuário. Na Califórnia, as perdas no cultivo de vegetais chegaram a US$ 650 milhões no mesmo ano. Esses animais selvagens invadem propriedades rurais, destroem plantações e permanecem escondidos por semanas antes de deixar o local.

As populações de javalis são especialmente problemáticas. Estima-se que o Texas abrigue entre 3,5 e 4 milhões desses animais, quase metade do total dos Estados Unidos. As fêmeas se reproduzem a partir dos seis meses, com até 15 filhotes por ninhada, o que acelera a superpopulação. Mesmo com a caça de até três milhões por ano, o número segue estável.

Veados e coiotes também impactam severamente o campo

Além dos javalis, veados-de-cauda-branca são responsáveis por 58% das perdas nas lavouras e 33% nas hortas, segundo estimativas do USDA de 2022. Com cerca de 36,7 milhões de indivíduos, sendo a maioria dessa espécie, os veados atacam plantações próximas às matas e também são responsáveis por centenas de acidentes de trânsito todos os anos.

Enquanto isso, coiotes se destacam como o principal predador de rebanhos nos EUA. Estima-se que 117 mil animais de criação são mortos anualmente por essa espécie. Adaptáveis e sem muitos predadores naturais, os coiotes vivem próximos a propriedades rurais, atacando durante a noite. Mesmo com a permissão legal de caça em tempo integral, o número permanece elevado.

Caça liberada e estratégias de contenção em fazendas americanas

Para conter os danos, a caça a animais selvagens é permitida durante todo o ano em muitos estados. No caso dos coiotes, mais de 550 mil são abatidos anualmente. No entanto, o controle populacional é ineficaz diante da velocidade de reprodução e da capacidade de adaptação dessas espécies.

Muitos produtores rurais já não aproveitam a carne dos animais abatidos, especialmente os javalis, tamanha a frequência dos ataques. Armadilhas, cercas elétricas e até uso de drones e cães treinados são métodos cada vez mais comuns nas propriedades.

Nova York mostra o outro lado da vida rural americana

Apesar da imagem urbana, o estado de Nova York também possui um setor agropecuário expressivo, com cerca de 7,1 milhões de acres dedicados à agricultura. A produção de leite é destaque, com 626 mil vacas em 3.500 fazendas leiteiras. O estado ocupa o quarto lugar na produção de leite do país.

Agricultura e pecuária diversificada no estado de Nova York

A diversidade agrícola inclui também o cultivo de milho, maçã e ervilha. O milho, essencial para a ração bovina, movimenta US$ 313 milhões por ano, cobrindo cerca de 1,1 milhão de acres. Já as maçãs fazem de Nova York o segundo maior produtor nacional, com 700 fazendas ativas e uma colheita anual de 613 mil toneladas.

Além disso, o estado abriga 87 granjas de patos, com 1,3 milhão de aves destinadas à produção de ovos e carne. Essa variedade mostra a importância do campo americano mesmo em estados conhecidos por seus grandes centros urbanos.

Fazendas no norte enfrentam menos ameaças, mas riscos ainda existem

Apesar de menos impactadas por animais selvagens como javalis, algumas fazendas de Nova York relatam problemas com veados que invadem plantações de milho e maçãs. A ausência de predadores naturais e a adaptação dos animais a áreas rurais e suburbanas contribuem para o desafio.

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Paulo
Paulo
30/06/2025 17:40

Os javalis, os veados e os coiotes certamente chegaram primeiro àquelas terras.
Quanta ironia: a população nativa se alimentava de veados e bisões, além de alguns javalis.
Os Hopi tem uma ótima receita de veado assado com ervas.

Daí os europeus e norte americanos caçaram os nativos nos séculos XVIII e XIX e a população de animais selvagens aumentou substancialmente nos ultimos 130 anos.

Agora a culpa é dos pobres javalis, dos inocentes cervídeos e dos malandros coiotes.
Perguntem a qualquer liderança Sioux, Apache ou Comanche o que eles acham de terem suas melhores terras roubadas no século XIX e depois confinados em reservas áridas e desérticas!

Primeiro exterminaram os nativos – o termo correto é esse – e agora culpam os animais e pretendem fazer a mesma coisa com eles.

Jefferson Augusto

Profissional com experiência militar no Exército, Inteligência Setorial e Gestão do Conhecimento no Sebrae-RJ e no Mercado Financeiro por meio de um escritório da XP Investimentos. Trago um olhar único sobre a indústria energética, conectando inovação, defesa e geopolítica. Transformo cenários complexos em conteúdo relevante sobre o futuro do setor de petróleo, gás e energia. Envie uma sugestão de pauta para: jasgolfxp@gmail.com

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