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INSS remove relatório sobre descontos irregulares que apontava 30 mil casos sem autorização e prejuízo superior a R$ 3 bilhões

Publicado em 24/08/2025 às 19:44
INSS remove relatório sobre descontos irregulares, abre espaço para novos questionamentos políticos e pressiona governo a acelerar ressarcimento aos beneficiários
INSS remove relatório sobre descontos irregulares, abre espaço para novos questionamentos políticos e pressiona governo a acelerar ressarcimento aos beneficiários
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INSS remove relatório sobre descontos irregulares ligados à Contag. Documento apontava mais de 30 mil descontos sem autorização em aposentadorias e pensões, com prejuízo estimado em R$ 3 bilhões.

O INSS remove relatório sobre descontos irregulares em favor da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais), que havia sido publicado em seu site na última quarta-feira (20.ago.2025). O documento registrava mais de 30 mil descontos sem autorização em setembro de 2022, durante o governo Jair Bolsonaro (PL). O material foi retirado horas depois de reportagem da revista Piauí trazer o caso a público, segundo o Poder360.

O órgão afirmou que a divulgação foi um erro, já que o texto ainda não estava concluído. Apesar disso, o teor expunha fragilidades no sistema de auditoria e alertava para riscos à imagem da autarquia, além de sobrecarga de trabalho e desvios de recursos operacionais.

A origem das denúncias

Os descontos irregulares em aposentadorias e pensões vêm sendo investigados pela Polícia Federal na operação Sem Desconto, em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU). A estimativa é de um prejuízo superior a R$ 3 bilhões desde o início do esquema, que teria começado ainda em 2018, durante o governo Michel Temer (MDB).

De acordo com o relatório retirado do ar, a maior parte das autorizações não tinha respaldo dos beneficiários. O documento afirmava que os descontos beneficiavam a Contag, entidade historicamente ligada a trabalhadores rurais e com proximidade política do PT.

Impacto político e institucional

O escândalo ganhou repercussão em maio de 2025 e levou à demissão do então ministro da Previdência, Carlos Lupi, e do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. Desde então, o governo federal iniciou um processo de ressarcimento aos prejudicados.

Até julho, cerca de R$ 330 milhões já haviam sido devolvidos a 500 mil aposentados e pensionistas atingidos pelos descontos indevidos. Apesar do ressarcimento parcial, especialistas alertam que o valor representa apenas uma fração do prejuízo total.

Contag e as reações pendentes

Até o momento da publicação desta matéria, a Contag não havia se manifestado oficialmente sobre o relatório removido pelo INSS. A confederação é uma das principais organizações de representação de trabalhadores rurais no país e tem peso político relevante, especialmente em negociações ligadas à Previdência e benefícios sociais.

A retirada do relatório reacende o debate sobre transparência e responsabilidade institucional em casos que afetam diretamente a renda de aposentados e pensionistas, público que muitas vezes não tem meios para contestar administrativamente cobranças indevidas.

A decisão de retirar o documento do ar coloca o INSS sob nova pressão em meio às investigações em curso. O episódio expõe falhas de controle e abre espaço para questionamentos sobre quem realmente será responsabilizado pelo esquema que atingiu milhões de beneficiários da Previdência.

E você, acha que o INSS deveria manter o relatório disponível para consulta pública? Ou a retirada foi correta até a conclusão da auditoria? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem vive essa realidade na prática.

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Maria Heloisa Barbosa Borges

Falo sobre construção, mineração, minas brasileiras, petróleo e grandes projetos ferroviários e de engenharia civil. Diariamente escrevo sobre curiosidades do mercado brasileiro.

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