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INSS prevê economizar R$ 2,5 bilhões em 2026 com o Atestmed no auxílio-doença, reduzindo fila de espera e cortando perícias presenciais caras

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 25/08/2025 às 09:32
Auxílio-doença processado digitalmente promete cortar R$ 2,5 bilhões em gastos no INSS, mas resultado em 2024 mostrou falha: economia foi R$ 2 bilhões menor.
Auxílio-doença processado digitalmente promete cortar R$ 2,5 bilhões em gastos no INSS, mas resultado em 2024 mostrou falha: economia foi R$ 2 bilhões menor.
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INSS prevê economizar R$ 2,5 bilhões em 2026 com uso do Atestmed no auxílio-doença. Sistema de análise documental deve agilizar concessão do auxílio-doença e reduzir gastos com atrasados e perícias presenciais, aponta O Globo

O INSS prevê economizar R$ 2,5 bilhões em 2026 com o uso do Atestmed na concessão do auxílio-doença, segundo dados do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) obtidos pelo jornal O Globo. A medida é parte da estratégia do governo para conter despesas com benefícios previdenciários, uma das maiores pressões sobre as contas públicas.

O Atestmed permite que o auxílio-doença seja liberado com base em análise documental médica, sem a necessidade de perícia presencial. A economia prevista vem da redução do tempo de espera, evitando pagamentos retroativos mais altos e custos adicionais com correção monetária.

Como funciona o Atestmed no auxílio-doença?

O Atestmed é uma plataforma digital que analisa laudos médicos enviados pelo segurado. Dessa forma, o benefício pode ser concedido sem que o trabalhador precise passar por uma perícia médica física. O cálculo do INSS aponta que cada benefício emitido pelo sistema reduz o custo médio de R$ 5.147 para R$ 4.166, gerando uma economia aproximada de R$ 980 por concessão.

A meta para 2026 é atingir R$ 2,582 bilhões em redução de gastos com o auxílio-doença. A tendência é de crescimento da economia ao longo dos anos: R$ 2,764 bilhões em 2027, R$ 2,948 bilhões em 2028 e R$ 3,138 bilhões em 2029.

Quem será impactado pela mudança?

O uso do Atestmed no auxílio-doença beneficia diretamente trabalhadores afastados por incapacidade temporária, que terão o processo agilizado. Para o governo, a medida reduz a fila de espera e alivia a sobrecarga das agências do INSS.

No entanto, especialistas alertam que a análise documental pode gerar contestação em casos mais complexos, em que a perícia presencial seria necessária para avaliar condições médicas detalhadas. O equilíbrio entre agilidade e segurança jurídica será determinante para o sucesso da iniciativa.

Onde a economia deve ser aplicada?

De acordo com técnicos do governo, os recursos economizados com o auxílio-doença via Atestmed poderão aliviar o orçamento previdenciário, abrindo espaço para investimentos em outras áreas sociais. A medida é vista como parte da estratégia fiscal para reduzir a pressão sobre as despesas obrigatórias.

O desafio, porém, é garantir que o sistema funcione plenamente, sem falhas ou fraudes. Em 2024, por exemplo, a previsão inicial era economizar R$ 5,6 bilhões, mas o resultado efetivo foi de R$ 3,6 bilhões devido à demora na implementação e à greve de servidores do INSS.

Por que o governo aposta no Atestmed?

Segundo o documento do PLOA, o auxílio-doença é um dos benefícios que mais impactam o caixa da Previdência. A redução do tempo de análise, que antes podia ultrapassar 180 dias, já trouxe ganhos. Em 2025, o governo tentou reduzir o prazo máximo do benefício para 30 dias, mas recuou e definiu em 60 dias, prorrogáveis até 120.

A expectativa é que a digitalização torne o processo mais ágil, diminua fraudes e gere previsibilidade nos gastos da União. Ainda assim, parlamentares discutem ajustes para evitar que segurados fiquem desassistidos em casos específicos.

Vale a pena confiar apenas no Atestmed?

O uso do Atestmed no auxílio-doença é visto como um avanço na digitalização da Previdência, mas não elimina críticas. Para trabalhadores em condições médicas mais complexas, a ausência de perícia presencial pode levantar questionamentos sobre justiça e precisão nas análises.

Ao mesmo tempo, a economia bilionária prevista pode reforçar o caixa do INSS e contribuir para a sustentabilidade do sistema. A dúvida que permanece é se a agilidade compensará eventuais falhas de avaliação médica.

O INSS prevê economizar R$ 2,5 bilhões em 2026 com o uso do Atestmed no auxílio-doença, apostando na digitalização como solução para reduzir custos e acelerar concessões. A medida promete mais eficiência, mas também levanta debates sobre a segurança das análises médicas feitas apenas por documentos.

E você, acredita que o auxílio-doença pode ser concedido apenas com análise documental ou considera indispensável a perícia presencial? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem já enfrentou o processo na prática.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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