O INSS passou a usar inteligência artificial para checar atestados do Atestmed no Meu INSS, cruzando CRM, assinatura e outros sinais para detectar fraudes antes do pagamento.
O INSS agora faz uso de uma ferramenta de IA desenvolvida pela Dataprev para fazer uma varredura automática nos atestados enviados pelo Meu INSS no pedido de auxílio por incapacidade temporária. A meta é identificar padrões de fraude e coibir golpes na etapa documental do Atestmed, reduzindo erros e acelerando a triagem. Segundo comunicado oficial, a IA cruza dados do médico e do documento antes de a análise humana decidir o caso.
Na prática, o sistema verifica nome e assinatura do médico, número do CRM, especialidade declarada, local de trabalho e até o IP de origem do arquivo. Quando algo destoa, o caso é sinalizado para revisão por perito e pode resultar em pedido de perícia presencial. O objetivo é dar mais segurança ao modelo sem perícia nos afastamentos iniciais.
O Atestmed é a via de análise documental do benefício. Se a documentação estiver adequada, o pedido segue sem deslocamento até uma agência. Caso contrário, o segurado é orientado a agendar perícia presencial, ou seja, o benefício não é indeferido apenas por análise documental.
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Como funciona a IA do Meu INSS para detectar fraudes
A IA atua como triagem. Ela não concede nem nega benefícios sozinha. O algoritmo identifica inconsistências e envia alertas para a Perícia Médica Federal, que decide os próximos passos. Entre os sinais cruzados estão a autenticidade do CRM, a coerência entre assinatura e carimbo e padrões suspeitos de emissão de atestados.
Quando há suspeita, o processo pode ser direcionado para perícia presencial ou ter o pagamento bloqueado até nova validação. Essa priorização libera peritos para os casos complexos, enquanto reduz o tempo de decisão nos pedidos regulares.
Para o segurado correto, o efeito esperado é positivo: menos filas e mais agilidade, sem abrir espaço para fraudes que drenam recursos públicos e prejudicam quem realmente precisa.
Requisitos do atestado digital que passam na triagem
Para ter chance real de concessão por Atestmed, o documento deve cumprir requisitos objetivos. Entre eles: ter sido emitido há menos de 90 dias, estar legível e sem rasuras, trazer nome do segurado, data de início do repouso e prazo estimado, além de identificação do profissional com registro no conselho (CRM, CRO ou RMS) e assinatura eletrônica conforme as regras vigentes. Esses itens são decisivos na análise.
O envio é feito pelo site ou app Meu INSS anexando o atestado e eventuais laudos. Se os documentos não permitirem a concessão por análise documental, o sistema orienta a marcar perícia, mantendo a data do requerimento.
O próprio INSS disponibiliza um passo a passo para anexar o atestado, com orientações de tamanho de arquivo e sequência de telas do Meu INSS. Use essas instruções para evitar retrabalho e atrasos.
Regra de 60 dias em 2025: o que está valendo e até quando
Em junho de 2025, o governo editou a MP 1.303/2025, ajustando a duração do benefício concedido sem perícia. Na sequência, a Portaria Conjunta MPS/INSS nº 60, de 17 de junho de 2025, ampliou de forma excepcional o limite do Atestmed para até 60 dias por 120 dias de vigência. Passado esse período, salvo mudança no Congresso, volta a regra anterior definida pela MP. Consulte sempre a norma vigente na data do seu pedido.
Em resumo, durante a janela excepcional, até 60 dias podem ser concedidos por análise documental. Acima disso, o segurado deve ser encaminhado à perícia, o que preserva o foco do Atestmed nos afastamentos temporários e evita abuso do sistema.
Isso se soma à diretriz estrutural do Atestmed, que prevê soma de concessões até o teto permitido e, quando necessário, migração para exame presencial.
Atestado falso não é “sem risco” e leva à punições trabalhistas e penais
Apresentar atestado falso ao INSS pode levar à demissão por justa causa por ato de improbidade, entendimento reiterado pela Justiça do Trabalho em decisões recentes. O risco é real e rompe a confiança necessária na relação de emprego.
No Código Penal, a falsidade de atestado médico está tipificada no artigo 302, com pena de detenção. O uso de documento falso também configura crime próprio, podendo agravar a situação do infrator. Fraude não compensa e pode resultar em investigação policial.
Com IA, validação do CFM e cruzamentos eletrônicos, a chance de detecção aumentou. O caminho seguro é cumprir os requisitos e enviar documentação autêntica pelo Meu INSS.
E você, acha que o “detector de fraudes” do INSS com IA vai acelerar concessões e proteger o dinheiro público ou pode barrar pedidos legítimos e criar insegurança para quem não domina o digital? Deixe sua opinião nos comentários.