Chinês (Simplificado) 
Chinês (Tradicional) 
Inglês 
Francês 
Alemão 
Italiano 
Japonês 
Norueguês 
Espanhol 
6 min de leitura
0 comentários
Combinando laser e inteligência artificial, novo método nacional simplifica a medição de carbono no solo, viabilizando monitoramento de estoques e estimativas rápidas para agricultura e sustentabilidade
A medição de carbono no solo ganhou um aliado tecnológico desenvolvido por pesquisadores da Embrapa Instrumentação (SP), segundo uma matéria publicada.
O novo método une laser e inteligência artificial para estimar, em uma única análise, a densidade aparente e o teor de carbono do solo.
O processo é rápido, econômico e preciso, e representa um marco para a agricultura de precisão, o monitoramento ambiental e os mercados de créditos de carbono.
-
Produção de algodão no Brasil impulsiona exportações, geração de empregos e sustentabilidade no agronegócio com alta produtividade e tecnologia avançada
-
O fim das senhas: Índia lança tecnologia que permite pagar apenas com o olhar e coloca o país na dianteira da revolução dos pagamentos digitais
-
Petrobras inicia produção de asfalto sustentável com conteúdo renovável na Revap, integrando linha CAP Pro R e contribuindo para transição energética justa
-
Proteína do fungo está revolucionando a alimentação sustentável com micoproteínas, fermentação de precisão, biotecnologia alimentar, carne alternativa e impacto ambiental reduzido
A técnica, baseada na espectroscopia de emissão por plasma induzido por laser (LIBS), foi desenvolvida pelos pesquisadores Paulino Ribeiro Villas-Boas, Ladislau Martin Neto e Débora Milori, e já tem pedido de patente depositado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
O método será apresentado no Simpósio Nacional de Instrumentação Agropecuária (Siagro), entre 14 e 16 de outubro, em São Carlos (SP).
A proposta promete simplificar o cálculo do estoque de carbono no solo, substituindo métodos tradicionais demorados, como o anel volumétrico, que exige amostras indeformadas e etapas longas de preparo.
Com base em 880 amostras de solos brasileiros, o estudo calibrado com modelos de regressão e aprendizado de máquina mostrou eficiência na estimativa simultânea de densidade e teor de carbono.
As amostras foram coletadas em biomas como Cerrado e Mata Atlântica, de 0 a 100 centímetros de profundidade, abrangendo áreas agrícolas e florestais.
Essa diversidade garantiu maior precisão aos algoritmos de IA, que agora permitem análises com rapidez inédita e menor custo operacional.
Estimativa de carbono por LIBS em solos: precisão e velocidade para novos padrões de análise
O avanço científico da estimativa de carbono por LIBS em solos se destaca por permitir análises rápidas e de alta resolução.
A técnica consiste em direcionar um pulso de laser de alta energia sobre a amostra de solo, gerando um microplasma que emite luz em comprimentos de onda específicos.
Cada elemento químico, como carbono, ferro, cálcio ou silício, emite uma assinatura óptica única, funcionando como uma “impressão digital” do material.
Segundo a pesquisadora Débora Milori, essa luz é decodificada pelo equipamento LIBS e associada a modelos de aprendizado de máquina que estimam a densidade aparente e o teor de carbono com elevada precisão.
Outro ponto relevante é que o método exige tratamento mínimo das amostras, limitando-se à remoção de partículas maiores, secagem, homogeneização e peletização. Isso reduz etapas laboratoriais e simplifica a rotina de análises.
O pesquisador Villas-Boas explica que as variações na estrutura e composição do solo se refletem nos espectros de LIBS.
Combinando essas informações a algoritmos de IA, é possível calcular a densidade e o estoque de carbono sem necessidade de processos demorados.
Assim, o método une eficiência, rapidez e sustentabilidade, ampliando a aplicabilidade do LIBS para além da composição elementar, incluindo parâmetros físicos essenciais à saúde do solo.
Detecção de carbono no solo com IA melhora manejo e reduz custos
A detecção de carbono no solo com IA oferece vantagens expressivas sobre as abordagens convencionais.
Enquanto os métodos tradicionais exigem a abertura de trincheiras de até um metro de profundidade e o uso de retroescavadeiras para inserção de anéis volumétricos, o novo processo dispensa essas etapas.
Isso significa redução de tempo e custos para equipes de campo, além de evitar impactos físicos nas lavouras.
O pesquisador Martin Neto destaca que, em solos arenosos ou secos, o anel volumétrico apresenta grande risco de erro e desperdício de amostras.
Já com o laser, é possível coletar amostras deformadas, mais fáceis de obter, sem comprometer a qualidade dos resultados.
Dessa forma, o uso combinado de laser e inteligência artificial proporciona uma medição de carbono no solo mais acessível, segura e confiável.
Além de acelerar o processo, o método facilita o uso de amostradores automáticos e a integração com plataformas digitais de agricultura de precisão, permitindo o monitoramento contínuo da fertilidade e da saúde do solo.
Essa automação torna a prática mais viável para propriedades agrícolas de diferentes portes e para laboratórios de análises ambientais.
Monitoramento de estoque de carbono no solo fortalece créditos de carbono e sustentabilidade
O monitoramento de estoque de carbono no solo é uma das principais aplicações do novo método, pois contribui diretamente para políticas de mitigação climática.
Ao oferecer análises rápidas e replicáveis, a tecnologia viabiliza inventários de carbono mais frequentes, fundamentais para certificadoras e projetos de créditos de carbono.
Com a possibilidade de medições regulares, agricultores podem comprovar aumentos no estoque de carbono de suas áreas e gerar créditos comercializáveis.
Segundo Villas-Boas, a precisão obtida com o modelo de IA reduz incertezas, fortalecendo a credibilidade de laudos ambientais e relatórios de sustentabilidade.
A técnica também beneficia programas públicos e privados voltados à agricultura regenerativa, à recuperação de pastagens e à gestão sustentável do solo.
Para pesquisadores, o método amplia o entendimento sobre a dinâmica do carbono no subsolo, apoiando políticas de uso racional da terra e de conservação dos biomas brasileiros.
Método laser para estimativa de carbono no solo impulsiona o inventário de carbono em solos agrícolas
O método laser para fazer a medição de carbono no solo tem papel central na transição tecnológica da agropecuária brasileira.
A densidade do solo, parâmetro diretamente relacionado à compactação e à qualidade estrutural, é um indicador vital para cálculos precisos de estoque de carbono.
Em geral, solos com maior teor de matéria orgânica tendem a apresentar menor densidade e melhor agregação, o que favorece a retenção de carbono e nutrientes.
Com a nova metodologia, medições que antes levavam dias podem ser realizadas em minutos, com custos até 70% menores.
Além disso, os resultados podem ser integrados a plataformas de gestão agrícola digital, cruzando dados de textura, umidade e fertilidade.
Essa integração amplia as aplicações do método em projetos de agricultura de precisão e monitoramento ambiental de larga escala. O inventário de carbono em solos agrícolas, por sua vez, torna-se mais acessível e padronizado.
Com medições mais frequentes e confiáveis, produtores, certificadoras e pesquisadores têm acesso a informações essenciais para planejar estratégias de manejo sustentável e aumento da produtividade com menor impacto ambiental.
Pesquisas futuras apontam que a fusão de técnicas, como o LIBS associado a sensores espectrais e modelos avançados de IA, poderá ampliar ainda mais a precisão da análise.
Essa evolução tecnológica reforça o papel do Brasil como referência global em inovação para o manejo do carbono no solo.
Seja o primeiro a reagir!