A indústria automotiva enfrenta risco de colapso com a decisão da China de cortar exportações de terras raras, afetando ímãs usados em veículos e ameaçando fábricas de carros em diferentes continentes, em um cenário que lembra a crise dos microchips
A indústria automotiva global vive um momento de tensão crescente. O risco agora não vem de semicondutores, mas da escassez de ímãs produzidos a partir de terras raras. Mais de 90% da capacidade mundial de processamento está nas mãos da China, que reduziu drasticamente as exportações em abril de 2025. Segundo especialistas ouvidos pela Xataka, a decisão coloca em xeque a continuidade das fábricas de carros em diferentes países.
Assim como ocorreu com os microchips durante a pandemia, a nova crise ameaça interromper linhas inteiras de produção. Freios ABS, transmissões automáticas, câmeras, sensores e motores elétricos dependem desses ímãs. A restrição chinesa, associada a trâmites burocráticos pesados para obtenção de licenças, já reduziu pela metade o volume exportado, pressionando montadoras e fornecedores em escala global.
O alerta das montadoras e a dimensão do problema
Em maio de 2025, a Alliance for Automotive Innovation, que reúne gigantes como General Motors, Toyota, Hyundai e Volkswagen, enviou uma carta ao governo dos Estados Unidos.
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O documento advertia que, sem fornecimento estável de ímãs, fábricas de carros poderiam ser paralisadas em questão de semanas.
A preocupação foi reforçada pela Motor & Equipment Manufacturers Association (MEMA), que representa fornecedores de autopeças e destacou a dependência absoluta da cadeia.
A comparação com a crise dos microchips não é exagerada. De acordo com a Xataka, enquanto o setor ainda se recupera dos impactos da pandemia, a ameaça atual pode ser ainda mais grave.
A diferença é que, ao contrário dos semicondutores, a produção de terras raras está concentrada em apenas um país, sem alternativas em escala significativa para substituição imediata.
Por que os ímãs são insubstituíveis na indústria automotiva
Os ímãs de terras raras não são peças periféricas.
Eles estão em sistemas vitais de segurança e dirigibilidade, como freios ABS e direção assistida, além de integrarem sensores, câmeras e motores elétricos.
Sem eles, não há viabilidade para carros modernos, híbridos ou totalmente elétricos.
Especialistas ouvidos pela Xataka explicam que a complexidade do processo de extração e refino, somada ao domínio chinês sobre a cadeia, torna quase impossível uma substituição de curto prazo.
Tentativas de reciclagem de eletrônicos e exploração de minas nos Estados Unidos e em outros países estão em andamento, mas os resultados práticos só devem surgir daqui a alguns anos.
A posição da China e os impactos globais
A decisão de Pequim de exigir licenças complexas e documentação extensa antes de liberar exportações reduziu drasticamente o comércio internacional.
Em abril, as exportações caíram pela metade, segundo levantamento destacado pela Xataka, intensificando a pressão sobre as montadoras.
Embora alguns fornecedores tenham conseguido liberar carregamentos, muitas montadoras ainda enfrentam risco iminente de paralisação.
A Índia, por exemplo, já alertou para a possibilidade de suspensão de atividades no início de junho de 2025 caso a situação não se normalize.
O efeito dominó pode se espalhar rapidamente, pois poucas indústrias têm estoques suficientes para sustentar semanas sem reposição.
Dependência estrutural e riscos de médio prazo
Mesmo que haja esforços de diversificação, o quadro atual mostra uma dependência estrutural difícil de romper.
Mais de 90% da capacidade de processamento de terras raras continua concentrada na China, como aponta a Xataka, e a construção de cadeias alternativas exigirá tempo, investimento e estabilidade política.
Enquanto isso, governos e empresas tentam se equilibrar entre pressões diplomáticas e estratégias emergenciais.
Nos Estados Unidos, a pressão sobre Washington cresce, enquanto a Europa busca alternativas de fornecedores.
A corrida por autonomia no fornecimento de insumos críticos se torna questão de segurança nacional, não apenas de mercado.
A possível paralisação de fábricas de carros por falta de ímãs expõe a fragilidade da indústria global diante da dependência da China.
Para você, o que seria mais urgente neste cenário: investir em reciclagem, ampliar a mineração em outros países ou negociar acordos que garantam fornecimento imediato? Você acredita que as montadoras devem buscar autossuficiência ou aceitar a dependência da China como inevitável? Deixe sua opinião nos comentários e conte como enxerga o futuro dessa crise.