Jacarta afunda 12 cm por ano, ameaçando a existência da capital indonésia. O governo está construindo o Dique Garuda, um projeto de 60 bilhões considerado um milagre da engenharia moderna.
Você sabia que Jacarta, uma das maiores megacidades do mundo, está afundando 12 centímetros por ano? Se nada for feito, essa vibrante capital da Indonésia pode submergir em poucos anos.
Contudo, o governo indonésio está determinado a salvar sua capital com um plano audacioso: construir o gigantesco Dique Garuda.
Este projeto sem precedentes promete proteger Jacarta e garantir seu futuro, com um orçamento inicial de aproximadamente 11 bilhões de dólares, aproximadamente 60 bilhões de reais, e um planejamento que se estende por 40 anos. Mas como eles planejam realizar essa façanha? Explicaremos nesta matéria do CPG feita com informações publicadas pelo cana no Youtube Construções de Elite.
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A crise em Jacarta
Jacarta, situada na costa noroeste de Java, é uma das cidades costeiras mais movimentadas, com mais de 10 milhões de habitantes. Até 2030, a cidade pode ultrapassar Tóquio como a maior megacidade do mundo.
No entanto, diversos fatores colocam essa capital em risco de desaparecer. A pressão dos muitos edifícios altos, a extração desenfreada de água subterrânea e o aumento do nível do mar agravam o problema.
De acordo com especialistas, sem intervenção, cerca de um terço de Jacarta poderá estar submerso até 2050. A cidade enfrenta problemas de poluição, congestionamento e inundações frequentes, afundando a uma taxa alarmante. Pesquisas mostram que o sul de Jacarta tem o menor afundamento, de 1 cm por ano, enquanto o oeste afunda até 15 cm por ano.
O plano de relocalização
Segundo autoridades governamentais, a Indonésia está implementando várias soluções para combater a crise. Uma das mais ambiciosas é a relocação da capital nacional para um local na selva de Calimã Oriental, na ilha de Bornéu.
Em 2019, foi anunciado um plano para construir uma nova capital, chamada Nova Nusantara, a 1.300 km de Jacarta. Esta cidade florestal sustentável visa ser neutra em carbono até 2045. Porém, críticos alertam sobre os efeitos ambientais adversos da construção de uma nova cidade, que pode colocar em risco a cultura e o meio ambiente de Calimã Oriental.
A relocação completa está planejada para 2045, mas apenas a parte administrativa de Jacarta está se mudando. O futuro dos residentes que permanecerão em Jacarta ainda é incerto, pois muitos podem não ter condições financeiras para se mudar.
O dique garuda: uma solução monumental
O projeto mais audacioso é o Dique Garuda. Com um custo de 11 bilhões de dólares, cerca de 60 bilhões de reais, este dique de 120 km de comprimento pretende proteger a cidade do afundamento e das inundações. A construção será feita em etapas, com um dique costeiro e fluvial até 2030, um dique adaptável até 2040 e um reservatório até 2050.
Quando a ideia foi inicialmente apresentada em 2010, enfrentou forte oposição de grupos ambientais e políticos, que argumentaram que o dique poderia prejudicar os meios de subsistência dos pescadores e danificar o ecossistema marinho.
Segundo Parid Ridwan Udin, gerente de campanha costeira da Indonésia no Fórum Ambiental Indonésia, uma abordagem alternativa poderia ser o rejuvenescimento das áreas costeiras, replantando manguezais e restaurando as margens dos rios ao seu estado natural. Práticas aprimoradas de gestão e reciclagem de água também poderiam ajudar a combater a crise.
De acordo com Airlangga Hartarto, ministro coordenador de Assuntos Econômicos da Indonésia, o dique será um empreendimento massivo: 40 km de comprimento, 24 metros de altura e localizado na Baía Norte de Jacarta.
A construção será feita em fases até 2040, com um custo inicial de aproximadamente 11 bilhões de dólares para as duas primeiras fases. A terceira fase ainda não tem orçamento definido.
Sustentabilidade e inovação
O dique Garuda também visa resolver o problema do abastecimento de água em Jacarta. Um reservatório de água doce será construído dentro do dique para armazenar água da chuva e dos rios que atravessam a cidade. Este reservatório fornecerá uma fonte sustentável de água limpa para os residentes, diminuindo a dependência da extração de água subterrânea.
Estratégias de longo prazo
Embora a subsidência do solo não possa ser revertida, existem maneiras de desacelerar a taxa de afundamento. Tóquio, por exemplo, enfrentou um problema semelhante após a Segunda Guerra Mundial e adotou regulamentações para proibir a extração de água subterrânea, substituindo-a por outras fontes de água. Jacarta poderia seguir estratégias semelhantes, como banir a extração de água subterrânea e implementar tecnologias de economia e reciclagem de água.
Segundo as informações, o governo indonésio continua buscando soluções para frear o afundamento de Jacarta e proteger seus residentes. A meta é concluir a primeira fase do dique costeiro até 2027. O afundamento causa enormes perdas econômicas para a Indonésia, estimadas em 135 milhões de dólares por ano, podendo chegar a 642 milhões de dólares por ano na próxima década se nenhuma medida for tomada.
Este esforço monumental do governo indonésio para salvar Jacarta demonstra seu compromisso em garantir um futuro seguro e sustentável para seus habitantes. Mas, leitor, será que o grande projeto do Dique Garuda conseguirá salvar Jacarta? Deixe sua opinião nos comentários abaixo, adoraríamos ouvir o que você pensa!