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Índia com 1,4 bilhão de habitantes vira campo de disputa global entre a chinesa BYD que avança rápido e a Tesla dos EUA

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 22/09/2025 às 23:37
Índia com 1,4 bilhão de habitantes vira palco da disputa global entre Tesla e BYD em busca da liderança do mercado de carros elétricos.
Índia com 1,4 bilhão de habitantes vira palco da disputa global entre Tesla e BYD em busca da liderança do mercado de carros elétricos.
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A Índia, com seus 1,4 bilhão de habitantes e um mercado automotivo em plena expansão, transformou-se no novo palco da batalha global entre a chinesa BYD, que cresce em ritmo acelerado, e a Tesla, dos Estados Unidos, que busca recuperar espaço com sua chegada tardia e preços elevados.

A disputa pelo domínio global do mercado de veículos elétricos ganhou um novo palco: a Índia. Tesla e BYD, dois gigantes do setor, intensificam os esforços para conquistar consumidores em um país considerado desafiador, mas com enorme potencial de crescimento.

A batalha acontece em um momento em que a BYD, sediada em Shenzhen, ameaça ultrapassar a Tesla como maior vendedora mundial de carros elétricos.

A empresa chinesa já superou a marca americana em vendas na Europa em abril e agora vê na Índia uma oportunidade de expansão, mesmo diante de barreiras políticas e econômicas.

A chegada tardia da Tesla

O caminho da Tesla até a Índia foi longo. A montadora abriu pré-vendas há quase uma década, mas só começou a entregar veículos em julho deste ano.

O modelo disponível é o SUV Model Y, vendido por cerca de 6 milhões de rúpias (US$ 70 mil).

O preço, inflado pelos impostos de importação, quase dobra o valor de entrada do mesmo carro nos Estados Unidos.

A empresa inaugurou duas lojas, em Mumbai e Delhi, mas analistas apontam falta de empenho. A Tesla ainda não investiu em fábricas nem ampliou a rede de atendimento.

Além disso, a falta de uma rede de supercarregadores e o custo elevado restringem o público a um nicho premium.

Mesmo assim, a marca continua atraindo atenção por seu valor simbólico. Caso a empresa invista em produção local e amplie sua rede de vendas, a demanda poderá crescer rapidamente.

O peso dos impostos e da produção local

Um dos maiores obstáculos para fabricantes estrangeiros é a política fiscal indiana.

O governo cobra até 70% de imposto de importação sobre veículos, uma estratégia para forçar a produção local.

Tentativas de Tesla de construir uma fábrica no país já fracassaram diversas vezes.

Em junho, autoridades indianas disseram que a montadora não demonstrou interesse real em produzir internamente.

Enquanto isso, empresas locais como Tata Motors e Mahindra ocupam o espaço.

Elas produzem modelos mais acessíveis e aproveitam as vantagens de fabricar no próprio território. Essa posição reforça a competição interna e pressiona marcas estrangeiras a se adaptarem.

A aposta da BYD

A situação da BYD não é menos complicada. A rival chinesa enfrenta entraves ainda mais severos, por conta das tensas relações diplomáticas entre Índia e China.

Relatórios apontam que executivos da BYD Índia tiveram dificuldades até para conseguir vistos de entrada no país.

Apesar disso, a companhia já conseguiu algum avanço. A BYD lançou modelos como o Atto 3 e o Sealion 7, alcançando em setembro a marca de 10 mil veículos vendidos no mercado indiano.

A força da BYD está em sua estratégia de preços competitivos.

Seus carros oferecem tecnologia e recursos por valores menores, algo que combina melhor com a realidade indiana. Para ele, se os impostos forem reduzidos, a marca pode transformar o mercado.

Diplomacia e futuro incerto

Recentemente, sinais de distensão diplomática entre Índia e China abriram espaço para novos movimentos.

Após encontro entre o primeiro-ministro Narendra Modi e o presidente Xi Jinping, restrições de viagem começaram a ser revistas, permitindo maior participação da liderança da BYD Índia.

Esse movimento é visto como positivo para a empresa, que depende da expansão internacional diante da estagnação das vendas na China e da guerra de preços no setor.

Por outro lado, tanto BYD quanto Tesla precisam lidar com o histórico indiano. Montadoras globais como General Motors e Ford desistiram do país após anos de dificuldades.

Um mercado promissor e arriscado

A Índia pode se tornar um dos maiores mercados de carros elétricos do mundo. As vendas anuais podem saltar de 100 mil unidades em 2024 para até 3 milhões até 2030, quase o dobro do mercado dos Estados Unidos no ano passado.

Esse potencial, porém, exige comprometimento total. Simplesmente repetir estratégias aplicadas em outros países seria um erro. O mercado indiano pede adaptação às suas características próprias, tanto em preço quanto em infraestrutura.

A disputa entre Tesla e BYD na Índia ainda está no início, mas já mostra como o país pode definir o futuro da mobilidade elétrica global.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor.

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