Cientistas da Universidade de Alberta, localizada no Canadá, estão desenvolvendo turbinas eólicas inovadoras que são inspiradas nada mais, nada menos, que em um condor-andino, a ave mais pesada do mundo.
De acordo com informações que constam em um estudo publicado na revista Energy, o design inovador tem como foco o aumento da eficiência energética.
Nesse sentido, a tecnologia utiliza a forma das asas desse pássaro, que é conhecido por conseguir atingir a impressionante velocidade de 200 km/h em um único voo, aproveitando correntes de ar ascendentes.
Inspiração na natureza: turbinas eólicas baseadas no condor-andino
Conforme o estudo, a técnica usada pelos especialistas é a biomimética, que aplica princípios biológicos com o objetivo de resolver problemas humanos.
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Neste projeto, o foco está nos winglets, pontas de asas que se curvam para cima, comuns em aviões e planadores. Esses elementos ajudam a otimizar o voo, permitindo que percorram maiores distâncias com menos energia.
Os engenheiros, em colaboração com a Biome Renewables, estão adaptando esses winglets em formato de ‘C’ para as pás das turbinas eólicas. Estudos indicam que essa modificação pode aumentar a eficiência das turbinas em até 10%.
O estudo ainda explica que simulações com dinâmica de fluidos computacional mostram um incremento de 9,69% na produção de energia.
Além disso, consta na publicação que a inovação é viável com um investimento modesto e visa aumentar a produção de energia das turbinas existentes.
Não suficiente, a inovação pode reduzir os custos de eletricidade em Alberta e diminuir a dependência de combustíveis fósseis.
“Essa mudança pode tornar alguns de nossos parques eólicos economicamente viáveis em dias de pouco vento”, disse Brian Fleck, especialista em dinâmica de fluidos e coautor do estudo, na publicação da revista.
Biomimética revoluciona a eficiência energética
De acordo com o estudo, as asas dos aviões geram sustentação através da diferença de pressão entre suas partes inferior e superior, princípio baseado na lei de Bernoulli.
No entanto, nas extremidades das asas, formam-se vórtices que servem para aumentar o arrasto aerodinâmico e reduzir a eficiência do voo.
Os winglets atuam para reduzir esses vórtices, ajustando o fluxo de ar nas pontas das asas e diminuindo a resistência induzida.
Desta forma, segundo a publicação da revista Energy, consegue-se melhorar o desempenho de voo, uma técnica que o condor-andino aplica há milênios e que agora está sendo adaptada para turbinas eólicas.
Para os autores do estudo, a ideia promete um futuro mais eficiente e sustentável para a geração de energia e ainda demonstra novamente como a natureza inspira avanços científicos, oferecendo soluções inovadoras e sustentáveis para os desafios atuais.
Condor não é pássaro, não pertence à ordem dos passeriformes!