Brasil aplica medida antidumping em importações de resinas de polietileno dos EUA e do Canadá. Decisão do governo busca proteger a indústria nacional contra concorrência desleal e vale por até seis meses.
O Brasil aplica medida antidumping em importações de resinas de polietileno dos EUA e do Canadá, após decisão do Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex-Camex), divulgada nesta quarta-feira (27), segundo informações do Estadão. A determinação estabelece um direito antidumping provisório, válido por até seis meses, com o objetivo de proteger a indústria local.
A medida faz parte de um pacote mais amplo de ações de defesa comercial, que também incluiu decisões sobre aço, fibras de poliéster, papel e vidro. O governo argumenta que a importação de resinas de polietileno em condições desleais poderia prejudicar a competitividade das empresas brasileiras, impactando empregos e investimentos no setor químico.
O que significa a medida antidumping?
O antidumping é aplicado quando um país identifica que determinado produto está sendo vendido no mercado interno a preços muito abaixo do praticado em seu país de origem. Essa prática pode inviabilizar a produção local, levando à dependência de importações e à fragilização da cadeia industrial.
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No caso específico, o governo brasileiro entendeu que as importações de resinas de polietileno dos EUA e do Canadá estavam afetando diretamente a indústria nacional, exigindo a adoção de barreiras provisórias para equilibrar o mercado. A decisão não é definitiva, mas pode ser prorrogada ou convertida em permanente após o período de avaliação.
Impacto sobre outros setores
Além das resinas, o Gecex aprovou o antidumping definitivo contra folhas metálicas de aço carbono da China e fibras de poliéster de China, Índia, Tailândia e Vietnã. Essas medidas seguem a mesma lógica: proteger a produção nacional diante da concorrência considerada desleal.
Ao mesmo tempo, houve redução tarifária para sete produtos, incluindo insumos para a área da saúde e bens de capital. Essas reduções zeram as alíquotas de importação e podem baratear custos para empresas e consumidores brasileiros, estimulando investimentos e inovação no país.
Relação com os EUA e medidas pós-tarifaço
A decisão acontece em meio ao aumento das tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos, após o tarifaço aplicado pelo governo Donald Trump sobre diversos produtos brasileiros. Como resposta, o Brasil tem ajustado sua política comercial, com medidas que buscam mitigar os impactos sobre exportadores nacionais e garantir condições mais justas de competição.
Entre as ações, foi alterada a Resolução Gecex nº 633/2024, que trata do Seguro de Crédito à Exportação. A mudança adapta regras do Fundo Garantidor de Exportações (FGCE) ao novo cenário, dentro do Plano Brasil Soberano, anunciado para reduzir os prejuízos causados pelas tarifas americanas.
O fato de que o Brasil aplica medida antidumping em importações de resinas de polietileno dos EUA e do Canadá mostra como o país está reagindo à pressão internacional e tentando preservar sua indústria. O movimento abre espaço para discussões sobre equilíbrio entre proteção da produção nacional e manutenção de boas relações comerciais.
E você, acredita que essas medidas fortalecem o Brasil no comércio global ou podem gerar retaliações perigosas? Deixe sua opinião nos comentários.