Setor lança compromissos inéditos até 2030 e busca consolidar o Brasil como potência verde e destino confiável de investimentos internacionais.
O Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), que representa 85% das mineradoras do país, anunciou em outubro de 2025 um plano nacional de sustentabilidade com metas voltadas à redução de emissões, ao uso ampliado de energia limpa e à preservação ambiental. O lançamento ocorreu às vésperas da COP30, que será realizada em Belém (PA). Dessa forma, o objetivo é alinhar o setor à agenda climática global e posicionar o Brasil como referência em mineração sustentável.
Além disso, o plano reúne cinco compromissos principais, criados para guiar as operações do setor até 2030. Segundo o Ibram, a COP30 servirá como uma vitrine estratégica para os minerais críticos e estratégicos do Brasil, como lítio, cobre e níquel. Esses minerais são essenciais para tecnologias de baixo carbono e, portanto, impulsionam o avanço da economia verde global.
Metas de sustentabilidade e redução de emissões
Entre os compromissos, o Ibram determinou a ampliação em 15% do uso de fontes renováveis na matriz energética da mineração até o fim da década. Além disso, estabeleceu o ganho líquido de 10% em biodiversidade, equilibrando áreas preservadas com as que sofrem impacto das operações.
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O plano também inclui a redução de 10% no uso de água nova nas atividades minerais. Assim, o setor busca aumentar a eficiência hídrica, fortalecer a governança ambiental e reduzir a pressão sobre os recursos naturais.
Adicionalmente, o documento prevê a criação de 25 planos municipais de adaptação climática em regiões com presença significativa de mineração. Desse modo, o Ibram pretende integrar a gestão ambiental local com a estratégia nacional de resiliência climática.
No eixo de descarbonização, o instituto se compromete a diminuir as emissões diretas das mineradoras e a reduzir emissões ao longo da cadeia global do minério de ferro. Ao mesmo tempo, o setor pretende estimular soluções tecnológicas e ampliar a produção de minerais estratégicos, acelerando a transição energética em todo o país.
De acordo com o documento, existe uma “relação indissociável entre clima, energia e mineração”. Por isso, o avanço da economia de baixo carbono depende diretamente da oferta de minerais críticos de alta qualidade.
Planejamento técnico e acompanhamento até 2030
As metas fazem parte de um planejamento técnico coordenado pelo Ibrm em parceria com o Ministério de Minas e Energia (MME), a Agência Nacional de Mineração (ANM) e órgãos ambientais. Além disso, o plano será avaliado anualmente, com indicadores públicos de desempenho e relatórios revisados periodicamente, segundo informações da Agência Brasil e da CNN Brasil.
O presidente do Ibram, Raul Jungmann, afirmou que “o Brasil tem todas as condições para liderar a mineração sustentável no mundo”. Ele destacou que o plano foi construído com base em dados científicos, em colaboração com o governo federal e em diálogo com comunidades locais. Dessa forma, o documento consolida o compromisso do país com o desenvolvimento sustentável e com a transparência ambiental.
Atualmente, o setor mineral brasileiro representa cerca de 4% do PIB nacional e exerce papel estratégico na cadeia de fornecimento da economia verde. O país também se destaca na produção de metais usados em painéis solares, turbinas e baterias elétricas, o que reforça a necessidade de inovação tecnológica aliada à sustentabilidade ambiental.
COP30: o palco da mineração sustentável brasileira
A COP30, marcada para novembro de 2025, reunirá líderes de mais de 190 países em Belém. Por isso, o evento deve consolidar o Brasil como protagonista da transição energética mundial e abrir espaço para novas parcerias internacionais.
Durante o encontro, o Ibram apresentará relatórios de desempenho ambiental e proporá a criação de um selo internacional de certificação verde para produtos minerais. Assim, a proposta busca garantir transparência, rastreabilidade e credibilidade, reforçando a imagem do país como exportador confiável de insumos sustentáveis.
Governança e desafios de implementação
As metas são ambiciosas e, portanto, exigem governança sólida, fiscalização rigorosa e auditorias técnicas contínuas. Segundo o Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema), o sucesso do plano dependerá da cooperação entre empresas, governo e sociedade civil. Além disso, será necessário manter sistemas independentes de verificação, assegurando o cumprimento das metas ambientais.
O Ibram reforça que o compromisso é de longo prazo e que todas as ações serão reavaliadas periodicamente. Assim, o foco será equilibrar crescimento econômico, inovação tecnológica e preservação ambiental, garantindo que o setor avance de forma sustentável.
Um novo ciclo para a mineração brasileira
Com a implementação do plano, o Brasil busca reposicionar o setor mineral no cenário global, conciliando desenvolvimento e sustentabilidade. Além disso, o documento marca o início de um novo ciclo de transformação, no qual a mineração passa a ser parte essencial da transição energética mundial.
Ainda assim, o grande desafio será converter metas em resultados concretos e garantir a execução das ações prometidas. Diante desse cenário, surge a pergunta inevitável: o setor mineral brasileiro conseguirá cumprir suas promessas e consolidar-se como líder mundial em sustentabilidade e energia limpa?



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