Preço da carne bovina dispara no Brasil: entenda por que não há previsão de queda e como isso afeta seu bolso
O brasileiro vai precisar preparar o bolso: o preço da carne bovina segue em trajetória de alta e não há previsão de alívio no curto prazo.
Mesmo após uma leve queda registrada em agosto, os fatores que pressionam o mercado indicam que o aumento deve continuar, tanto pelo avanço das exportações quanto pelo consumo interno elevado.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), houve redução de 0,43% no valor médio da carne no mês de agosto.
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No entanto, esse recuo não foi suficiente para impactar o consumidor final, que já enfrenta uma inflação acumulada de 22,17% nos cortes bovinos.
Por que a carne vai continuar subindo
O IBGE aponta três motivos principais para a escalada nos preços. O primeiro é o ritmo acelerado das exportações, que retira grande parte da produção do mercado interno.
O segundo é o consumo dentro do Brasil, que permanece alto mesmo com valores elevados.
Por fim, há uma tendência de redução no número de bois abatidos até 2027, o que deve pressionar ainda mais a oferta.
Essa combinação cria um cenário desafiador para os consumidores, que já enfrentam dificuldades para manter a carne bovina no cardápio semanal.
Especialistas do setor afirmam que, sem mudanças significativas no ritmo de exportação ou no volume de abates, o preço deve continuar crescendo ao longo dos próximos anos.
Inflação por corte de carne
Alguns cortes apresentaram aumentos acima da média e se tornaram ainda menos acessíveis. Entre os destaques estão:
- Acém: 29,1%
- Alcatra: 23,5%
- Capa de filé: 21,4%
- Picanha: 12,1%
- Fígado: 15,6%
- Cupim: 17,2%
- Filé-mignon: 19,1%
- Lagarto redondo: 19,8%
- Contrafilé: 21,4%
- Chã de dentro: 21,7%
- Costela: 23,6%
- Lagarto comum: 23%
- Músculo: 24,6%
- Paleta: 24%
- Patinho: 22,1%
- Peito: 27,4%
Na prática, cortes populares como acém, peito e músculo estão entre os que mais subiram, afetando diretamente a mesa da classe média e das famílias de menor renda.
Já cortes nobres, como picanha e filé-mignon, também sofreram reajustes, mas em menor intensidade.
Impacto no consumo das famílias
Com a carne cada vez mais cara, muitos consumidores têm buscado alternativas, como frango, ovos e carne suína, para equilibrar o orçamento.
Ainda assim, a carne bovina segue sendo um dos itens mais procurados nos lares brasileiros, especialmente em datas comemorativas e finais de semana.
O cenário mostra que, mesmo com pequenas variações mensais, a tendência de alta não deve ser revertida em breve.
Para especialistas, a carne bovina continuará sendo um dos principais fatores de pressão no custo de vida do brasileiro até, pelo menos, o final da década.