Inteligência artificial eleva segurança e evita emergências em operações no mar brasileiro
Uma solução inovadora está, desde 2022, transformando discretamente as operações de perfuração offshore no Brasil. Por isso, um consórcio formado pelo National Subsea Centre (Reino Unido), pela ITMO University (Rússia) e pela Universidade de Glasgow criou o projeto DataDRILL, que utiliza inteligência artificial para prever situações críticas com mais segurança.
Além disso, o sistema processa dados em tempo real para detectar kicks — influxos perigosos de fluidos — antes que se tornem emergências graves. Dessa forma, plataformas na Bacia de Campos e no Pré-Sal já usufruem dessa tecnologia desde julho de 2024.
Estudo técnico internacional garante monitoramento em tempo real
Para que a operação seja mais confiável, o DataDRILL combina soft sensors, redes neurais e algoritmos que processam variáveis como profundidade do poço, pressão no tubo de perfuração, peso sobre a broca e vazão de retorno.
Portanto, conforme relatórios da Universidade de Glasgow, testes feitos entre maio e junho de 2024 indicaram uma acurácia superior a 90%, validando o potencial de salvar vidas, além de reduzir custos e evitar acidentes sérios.
Assim, esse avanço posiciona o Brasil na vanguarda do uso de IA em ambientes offshore de alta complexidade.
Impactos diretos na operação e nos cofres
A aplicação prática da IA, iniciada na Bacia de Campos em julho de 2024, já apresenta resultados concretos. O National Subsea Centre afirma que o sistema previne paradas não programadas, o que poupa milhões em custos de operação.
Além disso, a implementação de gêmeos digitais (digital twins) junto ao modelo preditivo torna possível realizar simulações de risco em tempo real, o que fortalece o controle operacional e a gestão de incidentes.
Por consequência, pesquisadores do ITMO University estimam que, até dezembro de 2025, a tecnologia será expandida para outros campos do litoral brasileiro.
Como o modelo preditivo funciona na prática
Para que as previsões sejam eficazes, o sistema coleta informações dos sensores instalados nos poços, alimentando algoritmos que reconhecem variações de pressão que antecedem um kick.
Assim, as equipes recebem alertas automáticos e, dessa forma, podem agir rapidamente para prevenir problemas maiores.
- Variáveis monitoradas:
- Profundidade do poço
- Pressão no tubo de perfuração
- Peso sobre a broca
- Vazão de retorno
Portanto, essa integração oferece uma visão abrangente, o que permite respostas rápidas e eficazes em ambientes complexos.
Bacia de Campos vira vitrine para inovação
A Bacia de Campos, explorada desde os anos 1970, continua sendo estratégica para o setor. Porém, sua geologia complexa exige monitoramento mais avançado.
De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), essa área concentra grande parte da produção offshore nacional, o que torna a segurança imprescindível.
Além disso, empresas que já utilizam o DataDRILL relatam ganhos em eficiência, redução de riscos e economia operacional, comprovando a eficácia do modelo.
Compromisso com meio ambiente e transparência
Para garantir que esse avanço não comprometa o ecossistema, o projeto segue critérios rigorosos de sustentabilidade. A Universidade de Glasgow, que liberou os primeiros datasets em maio de 2024, destaca que a abertura de dados incentiva práticas mais responsáveis.
Além disso, a ANP reforça que toda aplicação dessa tecnologia deve respeitar normas ambientais.
Linha do tempo da evolução DataDRILL
- 2022: Lançamento do projeto por universidades do Reino Unido, Rússia e Escócia.
- 2023: Validação de protótipos e algoritmos.
- Maio de 2024: Publicação de datasets públicos.
- Julho de 2024: Implantação na Bacia de Campos.
- Dezembro de 2025: Expansão para campos do Pré-Sal.
IA na perfuração: padrão para o futuro
Especialistas do National Subsea Centre acreditam que, em breve, a IA se tornará essencial para reduzir riscos, otimizar operações e garantir competitividade para o setor energético.
Dessa forma, o DataDRILL prova que inteligência artificial, dados preditivos e monitoramento em tempo real são fundamentais para uma indústria offshore mais segura, eficiente e sustentável.
Enquanto isso, o sucesso depende de capacitação técnica, transparência regulatória e compromisso ambiental para garantir que cada avanço proteja trabalhadores, natureza e recursos.