O estudo realizado pela Hydro, em parceria com a UFPA, tem o intuito de transformar resíduos do caroço de açaí em combustível, para ser usado em escala industrial nas caldeiras da refinaria Alunorte
A Hydro, em parceria com o curso superior de Engenharia Mecânica da Universidade Federal do Pará, a UFPA, está trabalhando na avaliação da possibilidade técnica-econômica de utilização do caroço de açaí como combustível, que poderá ser usado nas caldeiras da Alunorte, uma refinaria de alumínio que fica localizada em Barcarena/PA. O Estado do Pará é líder na produção e na exportação mundial da polpa de açaí, alcançando em 2019 um marco de produção de cerca de 1,1 milhão de toneladas de açaí, de acordo com a Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento do Pará – Sedap. A pesquisa durará um ano e contará com um investimento de cerca de R$ 500 mil, que serão muito bem utilizados nas análises de todos os requisitos técnicos e logísticos, para que então seja feita a utilização do caroço de açaí em escala industrial, bem como a realização de um estudo minucioso do aspecto social e ambiental de uso desse caroço como fonte de combustível renovável.
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Reaproveitamento do caroço do açaí
A iniciativa da Hydro com a UFPA poderá contribuir com o desenvolvimento sustentável da indústria do Pará. Durante a produção da polpa do açaí, o caroço é descartado, então a pesquisa consiste em reaproveitar de forma positiva esse resíduo e aplicá-lo em escala industrial.
O caroço do açaí já é reaproveitado em uma escala menor, em outros setores. O uso do caroço de açaí em uma refinaria de alumínio pode representar a viabilização de um novo ciclo econômico. Ao todo, são 11 pesquisadores envolvidos neste estudo, e também será feita uma análise para entender quais os desafios da cadeia de suprimentos e da sazonalidade desse produto.
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Segundo Sergio Ferreira, gerente executivo de Projetos de Energias Renováveis da Hydro, esse é um trabalho em simbiose da indústria do açaí e também da indústria de alumínio, tendo a possibilidade de usar o caroço residual da polpa de açaí, inserindo-o na demanda de fontes renováveis de energia da refinaria.
Nova atividade econômica à vista
De acordo com o professor titular da UFPA-FEM, Manoel Nogueira, o caroço do açaí é 90% em massa do fruto total de açaí, significando que, em 2019, cerca de um milhão de toneladas de caroço foram descartados, o que poderia gerar, durante um ano, cerca de 160 MW.
O professor disse ainda que atualmente o resíduo do caroço de açaí é um passivo ambiental, que pode ser convertido em biocombustível renovável, com muito valor agregado, sendo capaz de promover uma nova atividade econômica: a produção de bioeletricidade.
Há também outros três projetos de inovação no combate à Covid-19 que estão em andamento: produção de respiradores de baixo custo, estudos de efeitos psicológicos durante a pandemia, e uso da ciência de dados para criar modelos epidemiológicos. Como parte do convênio, a empresa também doou 890 tablets para auxiliar o ensino remoto durante a pandemia.
Desenvolvimento paraense é prioridade
Todo o investimento que está sendo aplicado em pesquisa e desenvolvimento, para inovação das mais diversos operações, faz parte do plano de estratégia de sustentabilidade da Hydro.
Todos os projetos fazem parte do convênio de cooperação técnica e científica entre a Hydro e a UFPA, que teve início em 2019, para que fossem desenvolvidas diversas linhas de pesquisa que pudessem viabilizar e consolidar o desenvolvimento de todo o Estado do Pará.