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Há quase 100 anos, a Toyota comprou uma prensa Komatsu de 700 t que saiu do Japão, fez história no Brasil e agora voltou ao lar para fabricar peças de hidrogênio

Publicado em 27/09/2025 às 12:43
Prensa Komatsu, Toyota
Imagem: Reprodução
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Prensa Komatsu de 700 toneladas, comprada em 1934, viajou do Japão ao Brasil e retornou restaurada para produzir peças de hidrogênio

É comum que fábricas aposentem máquinas ainda funcionais quando novas tecnologias surgem, forçando a substituição. Essa prática, muitas vezes acelerada pela obsolescência programada, virou regra em boa parte da indústria mundial.

Porém, a Toyota resolveu seguir outro caminho e dar sobrevida a equipamentos históricos. O melhor exemplo disso é uma prensa industrial Komatsu de 700 toneladas, comprada em 1934, que acaba de ganhar uma terceira vida depois de quase um século de uso.

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Uma máquina que cruzou oceanos

A história começa quando Kiichiro Toyoda, fundador da Toyota, adquiriu a prensa para a Toyoda Automatic Loom Works, empresa de teares criada antes da montadora de automóveis.

Em 1937, a Toyota Motor Company nasceu e herdou a máquina, que passou a operar na fábrica de Koromo, atual Honsha, em Aichi.

A mudança, feita a apenas 15 km do local original, contou com a ajuda de carroças puxadas por bois, segundo relatos da época.

A prensa permaneceu ativa no Japão até 1962. Foi então enviada para São Bernardo do Campo, em São Paulo, onde ajudou a produzir veículos em território brasileiro.

Ela foi fundamental para o início da fabricação do Toyota Bandeirante, versão nacional do Land Cruiser.

Do Brasil de volta ao Japão

Com o fechamento da planta no Brasil, a dúvida surgiu: o que fazer com a velha prensa? A resposta veio diretamente de Akio Toyoda, atual presidente da companhia.

Ele decidiu manter a máquina em operação, mas novamente em território japonês, valorizando seu significado histórico e industrial.

A filosofia adotada foi a da “conservação funcional”. Em vez de transformá-la em peça de museu, a Toyota restaurou a prensa para que continuasse ativa, mantendo sua relevância na linha de produção.

Esse processo envolveu desmontagem completa, limpeza, reparos e a difícil tarefa de recuperar a cor original de 1934.

Um desafio até na pintura da prensa

No Brasil, a prensa exibia tons de branco e amarelo. Porém, em Aichi, especialistas removeram camadas de tinta aplicadas ao longo das décadas até encontrar o cinza usado na época da compra inicial.

Como as fotos originais eram em preto e branco, o trabalho exigiu paciência e atenção aos mínimos detalhes.

Após o restauro, a máquina voltou ao trabalho. Hoje, mais de 90 anos depois de ter sido adquirida, a Komatsu continua ativa, desta vez fabricando peças para módulos de células de combustível de hidrogênio, símbolo da nova fase tecnológica da indústria automotiva.

Cerimônia de boas-vindas

O retorno da prensa a Aichi foi marcado por uma cerimônia especial, com presença de funcionários veteranos, representantes da Toyota e do próprio Akio Toyoda.

O evento serviu como homenagem à máquina que acompanhou três gerações da empresa em diferentes continentes.

Toyoda destacou o valor simbólico da prensa. Para ele, a decisão de preservá-la demonstra que a Toyota nunca buscou apenas fabricar automóveis, mas também construir uma base sólida para a indústria japonesa.

“Essa prensa transmite uma aura especial, como uma testemunha real que tenta nos contar sua história”, afirmou.

Prensa Komatsu: História viva em movimento

O caso da prensa Komatsu mostra que nem sempre inovação significa descartar o passado. A Toyota escolheu unir tradição e modernidade, aproveitando uma máquina quase centenária para fabricar componentes ligados ao futuro do setor automotivo.

Assim, o ciclo iniciado em 1934 continua em atividade, provando que algumas peças de ferro podem carregar consigo mais do que utilidade: elas também preservam memória, cultura industrial e a essência de uma marca que valoriza suas raízes.

Com informações de Xataka.

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Romário Pereira de Carvalho

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