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Grafeno revoluciona sensores de lítio e coloca o Brasil — dono de 74 milhões de toneladas de grafite — entre os potenciais líderes globais da produção

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 27/10/2025 às 10:50
Grafeno aumenta precisão em sensores de lítio e Brasil, com 74 milhões de toneladas de grafite, surge como potência na produção mundial
Grafeno aumenta precisão em sensores de lítio e Brasil, com 74 milhões de toneladas de grafite, surge como potência na produção mundial
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Pesquisadores do Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia comprovaram que o grafeno melhora a precisão na detecção de lítio, enquanto o Brasil se destaca com 74 milhões de toneladas de grafite natural, base essencial para produzir o material.

Apesar dos avanços recentes na tecnologia de sensores, o grafeno pode ajudar desenvolver dispositivos que aliem alta precisão, confiabilidade e durabilidade continua sendo um desafio expressivo para a ciência.

Pesquisadores do Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL) — Olesia Dudik, Renato Gil e Raquel Queiros — apresentaram uma solução promissora ao demonstrar que a integração do grafeno em eletrodos de contato sólido melhora de forma significativa a detecção de lítio.

Essa descoberta pode impulsionar o desenvolvimento de sensores de última geração mais confiáveis, aplicáveis em áreas como o monitoramento médico e os sistemas de armazenamento de energia.

As descobertas foram publicadas no Microchemical Journal e fazem parte do projeto NGS–New Generation Storage, reforçando o potencial do grafeno para revolucionar as tecnologias de medição de lítio.

Avanços no design de eletrodos melhoram o desempenho elétrico

Na tecnologia de sensores, os eletrodos íon-seletivos de contato sólido desempenham um papel essencial: transformar o sinal químico de um íon em um sinal elétrico.

No centro dessa operação está o transdutor íon-elétron, posicionado entre a membrana íon-seletiva e o condutor eletrônico.

Essa camada tem a função de assegurar leituras de tensão estáveis, evitar a formação de camadas de água e aumentar a robustez geral do sensor.

Contudo, escolher o material ideal para o transdutor ainda é um obstáculo, pois os diferentes candidatos variam em desempenho elétrico, características de superfície e estabilidade a longo prazo.

Nesse contexto, o estudo do INL mostrou que eletrodos modificados com grafeno superam outras opções disponíveis, oferecendo superfícies altamente eletroativas e hidrofóbicas.

Essas características permitem alcançar maior capacitância e mínimo desvio de potencial, fatores decisivos para a precisão da medição.

O grafeno atua como uma espécie de “superestrada” para os sinais iônicos, conduzindo-os com eficiência até o sistema eletrônico. Dessa forma, os níveis de lítio podem ser medidos de maneira rápida e confiável, representando um salto importante no desempenho dos sensores.

As propriedades excepcionais do grafeno o tornam perfeitamente adequado

De acordo com Olesia Dudik, as propriedades únicas do grafeno o tornam um transdutor ideal para eletrodos seletivos de lítio de contato sólido.

A pesquisadora explica que o material não apenas melhora o desempenho elétrico do sensor, mas também garante estabilidade a longo prazo, um requisito fundamental para aplicações práticas que envolvem saúde, energia e indústria.

A combinação entre alta eletroatividade e hidrofobicidade permite que os íons de lítio se movimentem com eficiência até o sistema eletrônico, reduzindo o desvio potencial e melhorando a confiabilidade da medição. Essa inovação abre caminho para uma nova geração de sensores de lítio, mais robustos e capazes de operar com precisão sob diferentes condições ambientais.

Dudik ressalta que os resultados do estudo fornecem insights valiosos para o avanço dos sensores potenciométricos, indicando que a incorporação do grafeno como transdutor íon-elétron possibilita uma sensibilidade, reprodutibilidade e robustez geral sem precedentes.

Além disso, o pesquisador destaca que essa conquista sustenta uma ampla variedade de aplicações — desde o monitoramento de lítio em contextos médicos até o aprimoramento de tecnologias de baterias e medições ambientais de alta confiabilidade.

Ao explorar as propriedades elétricas e de superfície exclusivas do grafeno, os cientistas podem projetar sensores com precisão e desempenho consistentes, mesmo em condições exigentes.

Essa combinação de resistência e estabilidade amplia o potencial de uso em múltiplos setores, consolidando o grafeno como um material-chave para o futuro das medições químicas.

O potencial do Brasil na produção de grafeno

O Brasil figura entre os países com as maiores reservas de grafite natural, a matéria-prima essencial para a produção de grafeno.

Segundo dados da United States Geological Survey (USGS), o país possui cerca de 74 milhões de toneladas métricas (MT) de reservas. Em 2024, a produção brasileira de grafite foi estimada em 68 mil toneladas métricas, com tendência de crescimento.

O cenário nacional oferece uma base favorável para a produção industrial de grafeno, já que o material pode ser obtido a partir de grafite de boa qualidade.

No entanto, o processo de transformação requer etapas industriais especializadas, que envolvem alta tecnologia e controle rigoroso.

Com o avanço das pesquisas e a expansão da cadeia produtiva, o Brasil tem o potencial de se consolidar como um importante fornecedor global de insumos estratégicos para sensores e tecnologias baseadas em grafeno — um elemento cada vez mais decisivo na inovação científica e energética.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor.

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