Governo pede presença maior de países africanos para evitar COP30 esvaziada. Preocupado com baixa adesão, Planalto busca engajamento da África e anuncia fundo bilionário para preservação florestal.
O presidente afirmou que o governo pede presença maior de países africanos na COP30, que será realizada em Belém, em novembro. O apelo ocorre diante do receio de que o evento seja esvaziado, em especial devido ao alto custo da hospedagem na capital paraense, segundo revelou o Valor Econômico.
Durante encontro com o presidente da Nigéria, Bola Tinubu, o governo reforçou que a participação africana é essencial para legitimar a conferência e fortalecer as discussões globais sobre o clima. A África, embora emita pouco, é uma das regiões mais vulneráveis aos impactos da crise climática, o que a coloca no centro do debate internacional.
Por que o governo busca maior presença africana na COP30
É fundamental que países africanos tenham voz ativa nas negociações climáticas. “Espero contar com expressiva participação de países africanos na COP30”, declarou, ressaltando que a região sofre desproporcionalmente os efeitos do aquecimento global, apesar de contribuir menos para as emissões de gases de efeito estufa.
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A estratégia do governo brasileiro também responde ao risco de uma COP esvaziada por dificuldades logísticas e altos preços de hospedagem em Belém. O Planalto teme que o evento, considerado estratégico para a imagem internacional do Brasil, perca força política se não houver presença massiva de chefes de Estado e representantes multilaterais.
Fundo Tropical das Florestas: a aposta brasileira
Outro ponto de destaque do encontro entre o presidente e Tinubu foi o pedido de apoio ao Fundo Tropical das Florestas (TFFF), mecanismo que será lançado oficialmente durante a COP30. O objetivo do Brasil é captar US$ 125 bilhões para financiar cerca de 1 bilhão de hectares de florestas tropicais no mundo.
Diferente de iniciativas baseadas em doações, o fundo prevê que os países preservadores sejam remunerados financeiramente, enquanto investidores internacionais recuperariam seus aportes com rendimentos compatíveis às taxas de mercado. Para o governo atual esse modelo busca corrigir falhas dos atuais instrumentos climáticos, considerados insuficientes para garantir compensações reais pela proteção das florestas.
O papel da diplomacia brasileira
Além da África, o governo também tenta mobilizar países vizinhos da América do Sul. Em Bogotá, durante encontro da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), governo pediu empenho dos líderes regionais. Em paralelo, enviou carta ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, embora diplomatas avaliem que a participação americana seja improvável.
O esforço reflete a tentativa do Brasil de transformar a COP30 em um marco global de negociação climática, mostrando liderança na pauta ambiental. Para isso, é necessário ampliar alianças e garantir legitimidade política ao encontro em Belém.
A convocação do governo evidencia que o governo pede presença maior de países africanos como forma de fortalecer a COP30 e evitar que a conferência perca relevância internacional. O sucesso do encontro dependerá tanto da mobilização diplomática quanto da capacidade de apresentar soluções concretas, como o Fundo Tropical das Florestas.
Você acredita que o Brasil conseguirá liderar uma agenda climática de impacto global na COP30? A presença africana pode mudar o peso político das negociações? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem acompanha esse debate de perto.