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Governo Lula aposta no IR único de 17,5% para arrecadar mais: Congresso, bancos, fintechs e investidores travam batalha decisiva em 2025

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 03/10/2025 às 23:11
O Governo Lula defende o IR único 17,5% no Congresso em 2025, enquanto bancos, fintechs e investidores disputam impacto da mudança no mercado.
O Governo Lula defende o IR único 17,5% no Congresso em 2025, enquanto bancos, fintechs e investidores disputam impacto da mudança no mercado.
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O Governo Lula centraliza a pauta ao unificar o IR em 17,5% sobre ganhos financeiros, prometendo simplificação e arrecadação maior enquanto Congresso, bancos, fintechs e investidores medem força política e técnica em 2025, com efeitos distintos entre curto e longo prazo e definições sensíveis na MP 1.303/2025

O Governo Lula colocou no centro do tabuleiro a proposta de IR único de 17,5% para ganhos financeiros por meio da MP 1.303/2025. A medida abandona o regime regressivo e mira simplificação e aumento de arrecadação, redesenhando incentivos para prazos de investimento e empurrando uma negociação dura com o Congresso e o mercado.

Na prática, bancos, fintechs e investidores travam uma disputa de fôlego em 2025. A alíquota uniforme beneficia operações de curto prazo e encarece o longo prazo, enquanto o texto também alcança fundos, ativos no exterior e ativos virtuais, além de ajustes em regras de Juros sobre Capital Próprio (JCP) e um regime de regularização para quem declarar ativos financeiros até o fim de 2025.

O que muda com a MP 1.303/2025

A MP padroniza o IRRF em 17,5% para diversas aplicações financeiras, substituindo a tabela que variava de 22,5% a 15% conforme o prazo.

O Governo Lula sustenta que a unificação reduz custos de conformidade e simplifica o cálculo do investidor, aproximando regras e diminuindo disputas sobre enquadramentos.

O escopo vai além da renda fixa de pessoa física.

O texto alcança fundos de investimento, operações em bolsa e balcão, aplicações no exterior e ativos virtuais.

Também ajusta a tributação de entidades financeiras e mexe no JCP, num desenho que procura fechar brechas e ampliar a base efetiva de arrecadação sem elevar a alíquota nominal acima de 17,5%.

Quem ganha e quem perde com o IR único

No curto prazo, operações de até seis meses tendem a pagar menos imposto do que no modelo antigo (quando a alíquota podia chegar a 22,5%).

Para traders e tesourarias, a previsibilidade de 17,5% reduz fricções e ajuda no planejamento de caixa, o que o Governo Lula cita como vantagem de eficiência.

investidores de longo prazo, que no regime anterior alcançavam 15%, passam a enfrentar custo maior. Previdência privada fora dos regimes isentos, fundos de duração elevada e quem carrega títulos até o vencimento perdem um diferencial.

A crítica recorrente é que encarecer o horizonte longo contraria a meta de formação de poupança doméstica.

Por que o Governo Lula escolheu a unificação

Após recuar em mudanças de IOF para reforçar caixa, o Governo Lula buscou no IR único uma via de arrecadação recorrente e de comunicação simples para a sociedade: uma alíquota só, menos labirinto regulatório e menor litigiosidade.

A tese oficial associa simplicidade a justiça, reduzindo distorções entre prazos.

Há também cálculo político e fiscal. Em um ambiente de metas de resultado e pressão por previsibilidade, uma alíquota plana espraia a base e reduz volatilidade da receita.

Para o Planalto, 17,5% equilibra compensação ao curto prazo sem “penalidade” excessiva no longo, ainda que esse ponto concentre maior resistência no debate.

Tramitação no Congresso em 2025: o ponto de inflexão

Como toda MP, o texto tem validade imediata mas depende de aprovação em até 120 dias.

Em setembro de 2025, o relator Carlos Zarattini apresentou parecer, e a comissão mista analisa emendas que podem preservar o núcleo do IR único ou reintroduzir diferenciações por tipo de ativo e prazo.

O Governo Lula trabalha para evitar fatiamentos que diluam a arrecadação.

A disputa é técnica e política. Bancadas setoriais defendem exceções para fundos, mercado imobiliário, agro e ativos virtuais.

Fintechs pressionam por clareza operacional, enquanto bancos pedem transição para recalibrar produtos e sistemas de retenção.

Qualquer mudança de última hora pode produzir efeitos distributivos não mapeados.

Bancos, fintechs e investidores: onde dói e onde alivia

Para bancos, o desenho único facilita compliance e retenção na fonte, mas exige ajustes em JCP e revisão de precificação de produtos.

Fintechs temem ambiguidade em ativos digitais e custos de adaptação de plataformas, defendendo regras claras para cripto e operações cross-border.

No varejo, curtíssimo prazo tende a pagar menos e girar mais, enquanto o investidor de longo prazo reavalia duration e mistura de veículos.

A mensagem ao público é que “17,5% é o novo piso-teto”: mais previsível, porém menos vantajoso para quem carregava posições extensas buscando a antiga alíquota de 15%.

Riscos jurídicos, transição e ativos no exterior

Especialistas apontam potenciais zonas de insegurança jurídica se a regulamentação secundária não detalhar base de cálculo, eventos de retenção e tratamento de créditos na portabilidade entre produtos.

O Governo Lula precisa calibrar normas infralegais para evitar controvérsias administrativas.

A MP inclui regime especial de regularização de ativos financeiros não declarados até o fim de 2025, com alíquota reduzida para adesão.

No campo internacional, operações no exterior e tratados podem suscitar conflitos de competência, exigindo coordenação entre Receita e órgãos reguladores para minimizar bitributação de fato.

O que observar até a votação final

O mercado monitora três gatilhos: 1) escopo final da alíquota única de 17,5%; 2) exceções ou travas para classes de ativos (fundos, FIIs/Fiagros, cripto, JCP); 3) cronograma de transição e orientação operacional para retenção, compensação e reporte.

Qualquer emenda que crie “ilhas regulatórias” pode recriar complexidade e reduzir a captação esperada.

Para o investidor, o recado é pragmático: rever prazos, comparar veículos (fundos versus título direto; doméstico versus exterior) e simular a nova alíquota sobre o portfólio.

No plano macro, o Governo Lula tenta blindar metas fiscais com previsibilidade de caixa, mas o preço político será definido no plenário.

O IR único de 17,5% é o coração da estratégia do Governo Lula para simplificar a tributação e ampliar a arrecadação num ano decisivo.

Ganha quem busca previsibilidade e atua no curto prazo; perde quem depende do benefício do longo. O desfecho no Congresso dirá se a promessa de sistema mais simples sobreviverá ao lobby e à pressão por exceções.

Você concorda com o Governo Lula ao adotar IR único de 17,5% ou acha que encarece o longo prazo e desestimula a poupança? Se você investe, o que muda na sua carteira com essa alíquota plana? Conte sua experiência e sua estratégia — queremos ouvir quem lida com essas decisões no dia a dia.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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