Doenças visuais, neurológicas e psiquiátricas estão entre as que podem impedir a renovação da carteira de motorista, segundo avaliação médica prevista no Código de Trânsito Brasileiro.
Sempre que o motorista precisa renovar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH), uma das etapas obrigatórias é o exame de aptidão física e mental, previsto no Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Essa avaliação, feita por médicos credenciados, tem o objetivo de garantir que o condutor esteja em condições de dirigir com segurança, protegendo não apenas a sua vida, mas também a de passageiros e pedestres.
Ao final da análise clínica, o motorista pode receber quatro classificações diferentes: apto, apto com restrições, inapto temporário ou inapto definitivo. É com base nesses resultados que o documento pode ser renovado, ter validade reduzida ou até mesmo ser negado.
Apto ou apto com restrições
A grande maioria dos condutores sai da avaliação como apto ou apto com restrições. Isso significa que a pessoa está em condições de dirigir, mas pode precisar de adaptações. É o caso, por exemplo, de quem tem miopia ou astigmatismo e precisa utilizar óculos ou lentes de contato. A restrição é registrada na CNH, e o motorista só pode conduzir o veículo cumprindo essa exigência.
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Também se enquadram aqui condutores que precisam de veículos adaptados por limitações físicas. Nestes casos, a tecnologia cumpre o papel de garantir autonomia ao motorista e segurança no trânsito.
Inapto temporário
O motorista pode ser considerado inapto temporário quando apresenta uma condição de saúde que pode ser revertida com tratamento. É o caso de doenças oftalmológicas como a catarata, que pode ser corrigida por cirurgia, ou de problemas ortopédicos que exigem reabilitação.
Nessas situações, o exame não aprova imediatamente a renovação da CNH. O condutor é orientado a buscar tratamento e só poderá retomar o processo após apresentar melhora comprovada em nova avaliação médica.
Inapto definitivo
A classificação mais rígida é a de inapto definitivo, aplicada quando o candidato não tem condições de dirigir em nenhuma hipótese.
O exemplo mais comum está ligado à perda total da visão em ambos os olhos, mas também entram nessa categoria doenças progressivas que comprometem a coordenação motora, a atenção e os reflexos, tornando a condução um risco elevado.
Entre as condições citadas por especialistas estão glaucoma em estágio avançado, patologias graves na retina, doenças neurológicas como Alzheimer e Parkinson em evolução, e quadros psiquiátricos severos sem controle adequado.
Doenças neurológicas e psiquiátricas
Doenças neurológicas são analisadas caso a caso. A epilepsia, por exemplo, não é sinônimo automático de impedimento para dirigir.
Motoristas que comprovam estar sob tratamento, sem crises há um período mínimo estabelecido por laudo médico, podem ser considerados aptos.
Na psiquiatria, condições como esquizofrenia também são avaliadas individualmente. O motorista pode renovar a CNH desde que apresente acompanhamento médico regular e laudo atestando que o tratamento garante condições seguras de dirigir.
Esse cuidado reflete a preocupação da legislação em equilibrar o direito à mobilidade e a segurança viária.
Surdez e doenças cardíacas
Outro tema que gera dúvidas é a situação de motoristas com deficiência auditiva. A surdez não impede a renovação da CNH, mas pode gerar restrições em determinadas categorias, como as voltadas ao transporte de passageiros e cargas.
Já em relação a doenças cardíacas, a avaliação médica verifica se há risco de desmaios, arritmias ou limitações físicas que comprometam a condução. Dependendo do diagnóstico, a renovação pode ser negada ou liberada com validade reduzida.
Segurança coletiva como prioridade
As regras para renovação da CNH podem parecer rígidas, mas têm uma lógica clara: preservar vidas no trânsito. Motoristas que não têm plenas condições físicas ou mentais representam risco não apenas para si, mas para todos os que circulam nas vias.
O exame médico não deve ser visto como uma punição, mas como uma ferramenta de prevenção de acidentes. Além disso, em muitos casos, a restrição é temporária e pode ser revertida com o tratamento adequado.
Renovação da CNH: um mecanismo essencial para manter a segurança nas ruas e estradas do Brasil
A possibilidade de um motorista ser considerado inapto na renovação da CNH não significa arbitrariedade, mas aplicação de critérios técnicos previstos no CTB.
Doenças oftalmológicas, neurológicas, cardíacas e psiquiátricas são analisadas individualmente, sempre com base em laudos médicos.
Quem construiu sua vida em torno da direção deve encarar os exames periódicos como parte da responsabilidade de estar ao volante. E, para a sociedade, a mensagem é clara: a renovação da CNH não é apenas um procedimento burocrático, mas um mecanismo essencial para manter a segurança nas ruas e estradas do país.