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Governo Federal prevê o funcionamento de uma nova usina nuclear, com início da operação previsto para 2031

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 25/01/2022 às 14:18
Foto: Filipe Andrade/MercadoHoje – Reprodução Google Imagens

Oficialmente, a estimativa é que a nova usina seja capaz de gerar 1 gigawatt (GW) de energia, quantidade suficiente para abastecer uma cidade com um milhão e meio de habitantes

O Governo Federal divulgou, nesta segunda-feira (24/01), o Plano Decenal de Energia (PDE) do Ministério de Minas e Energia, que prevê a obra de uma nova usina nuclear no Brasil. Embora tenha sido divulgado agora, a usina entrará em funcionamento apenas em 2031.

As informações constam no PDE, documento base para o planejamento estratégico para o setor do Governo. Assim, mesmo que o governo não tenha indicado o local de construção da usina, o PDE garante que ela ficará no Sudeste ou Centro-Oeste. Isso confirma a fala do ministro Bento Albuquerque em entrevista concedida em dezembro de 2021 para um canal de televisão, na qual diz que o Rio de Janeiro é um “forte candidato” para situar a quarta usina nuclear brasileira.

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Oficialmente, a estimativa é que a nova usina seja capaz de gerar 1 gigawatt (GW) de energia, quantidade suficiente para abastecer uma cidade com um milhão e meio de habitantes. O governo argumenta no PDE que o Brasil é privilegiado também na disponibilidade de urânio, principal fonte para uma usina nuclear, e compreende toda a tecnologia necessária, desde a mineração até a montagem.

Com duas unidades de usina nuclear, Angra 1 e 2, em Angra dos Reis (RJ), a matriz energética nuclear corresponde, hoje, a menos de 3% de toda a energia gerada e consumida no Brasil.

Quanto à usina nuclear de Angra 3, de 1,405 GW, a previsão do governo é que o projeto comece as operações comerciais no final do ano de 2026, utilizando toda a capacidade no ano seguinte.

A obra de Angra 3 precisou ser interditada após denúncias de corrupção e devido ao cenário fiscal comprometido. Porém, atualmente, o governo está em busca de parceiros e de um método para fazer com que seja possível a volta da construção.

Sempre esteve presente nos planos de Bento Albuquerque, um dos ministros do governo, que houvesse mais foco na construção de usinas nucleares. Entretanto, de acordo com o jornal O Globo, até o momento não existia a formalização de uma nova usina a médio prazo.

Exploração de Urânio

A exploração do urânio, principal combustível para uma usina nuclear, é monopólio da União, o que significa um empecilho na construção dessas usinas no país. Contudo, o ministro de Minas e Energia deseja alterar essa lei.

Para que isso seja possível, é necessário intensificar a exploração do urânio, que só é permitida à iniciativa privada se ele estiver associado em grande quantidade a algum outro elemento, assim como ocorre no Ceará, em Santa Quitéria.

Para acabar com o monopólio da União sobre a exploração da energia nuclear, vontade já expressada pelo ministro Bento Albuquerque, seria necessário alterar a Constituição Federal. Ainda, o PDE calcula que a potência instalada para geração de energia elétrica crescerá em 37% nos 10 anos seguintes, emplacando 276 gigawatts em 2031, com as fontes eólica e solar ganhando notoriedade, ao passo que a fonte hídrica terá sua parcela diminuída a menos da metade. O documento do governo estima que o parque gerador do país aumentará 75 GW em 2031.

Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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