Anvisa proíbe fabricação, importação, venda e propaganda do azeite Ouro Negro; medida se soma a mais de 20 marcas barradas em 2025 por origem incerta, adulteração e falhas sanitárias.
O azeite Ouro Negro teve a comercialização, distribuição, fabricação, importação, propaganda e uso proibidos pela Anvisa, com decisão publicada no Diário Oficial desta segunda-feira (20). A medida veio após o produto ser desclassificado pelo Ministério da Agricultura em ação realizada no ano passado, com origem desconhecida e importadora com CNPJ suspenso.
De acordo com o portal do G1, na prática, o banimento do azeite Ouro Negro reforça uma ofensiva regulatória que já vetou mais de 20 marcas desde janeiro, diante de fraudes, rótulos irregulares e risco ao consumidor. Fiscalização mais rígida, preços atraentes e desinformação criam um terreno em que a compra por impulso pode custar caro à saúde e ao bolso.
O que foi decidido sobre o azeite Ouro Negro
A Anvisa determinou o banimento total do azeite Ouro Negro, com apreensão e suspensão de qualquer atividade comercial ligada à marca.
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A origem do produto é incerta e a empresa importadora indicada, Intralogística Distribuidora Concept Ltda, está com CNPJ suspenso, o que fere requisitos básicos de rastreabilidade e qualidade.
A decisão segue o entendimento do Ministério da Agricultura (Mapa), que desclassificou o produto em 2024.
Desclassificação e origem desconhecida são gatilhos de risco sanitário: sem lastro documental, não há como garantir que é azeite de oliva de fato, que não houve mistura com óleos vegetais ou contaminações durante o processo.
Por que o cerco ficou mais rígido neste ano
O veto ao azeite Ouro Negro acontece num contexto de fiscalização intensificada desde o começo de 2024.
Mais de 70 proibições (entre marcas e lotes) foram publicadas ao longo do período, e mais de 20 marcas já receberam restrições em 2025.
As principais irregularidades encontradas incluem: adulteração/falsificação, adição de óleos vegetais, falhas de rotulagem, falta de licenciamento sanitário, instalações fora do padrão, importação por empresas sem CNPJ ativo e incerteza sobre a composição.
Para o consumidor, o recado é direto: preço muito abaixo da média e rótulos imprecisos costumam ser sinais de alerta.
Aparência e sabor não bastam para diferenciar um azeite autêntico de um produto adulterado.
Quais marcas foram vetadas em 2025
Além do azeite Ouro Negro (outubro), a lista de 2025 inclui: Los Nobles (setembro); Vale dos Vinhedos (julho); Serrano, Málaga, Campo Ourique, Santa Lucía, Villa Glória, Alcobaça, Terra de Olivos, Casa do Azeite, Terrasa, Castelo de Viana, San Martín (junho); Grego Santorini, La Ventosa, Escarpas das Oliveiras, Almazara, Quintas D’Oliveira, Alonso (maio); Doma, Azapa (fevereiro).
Atenção: algumas marcas foram totalmente proibidas, outras tiveram lotes específicos vetados. Verificar marca + lote é essencial antes da compra.
Nem todo veto é definitivo, mas todos exigem cautela até regularização comprovada.
Como reconhecer um azeite regular e seguro
1) Envase recente e rotulagem completa. Procure data de envase, informações de origem e teor. Rótulo incompleto é sinal de risco.
2) Desconfie de preços muito baixos. Azeitona é matéria-prima cara; descontos agressivos fora de sazonalidade são red flag.
3) Nunca compre a granel. Sem rastreabilidade, a chance de fraude aumenta e o controle sanitário se perde.
4) Consulte os cadastros oficiais. Antes de comprar, verifique se a marca/lote foi vetado e se a empresa (importadora, distribuidora ou envasadora) tem registro regular em sistema federal.
Quando o rótulo promete “extra virgem” por um preço irrisório, o barato costuma sair caro qualidade, acidez e origem têm custo.
Ferramentas oficiais para checar antes da compra
Lista da Anvisa irregulares e falsificados. Pesquise pelo nome do produto para ver se já há alerta sanitário ativo.
Resultado positivo = não comprar.
Sistemas do Ministério da Agricultura (CGC/Sipeagro). Consulte se importadora, distribuidora ou envasadora está regularmente registrada. Empresa sem registro não deveria estar no mercado.
Boa prática de rotina: salve os dois endereços oficiais nos favoritos do celular. Em 30 segundos, você evita um problema de meses.
Impacto para o mercado e para o consumidor
A retirada do azeite Ouro Negro e de outras marcas tende a pressionar a cadeia no curto prazo, afetando estoques, preço médio e confiança.
No médio prazo, a tendência é limpar o mercado, premiando quem segue as regras e investe em rastreabilidade.
Para o consumidor, fica a lição de casa: checar o rótulo, consultar os cadastros, comparar preço com a média e guardar notas fiscais. Em caso de suspeita, registre reclamação nos canais da vigilância local e guarde o lote para análise.
Checklist rápido antes de levar um azeite para casa
- Marca e lote conferem nos sistemas oficiais?
- Envase recente e rótulo completo (origem, categoria, responsável técnico)?
- Preço dentro da média da categoria e do ponto de venda?
- Embalagem íntegra (vidro escuro preferencialmente) e armazenamento protegido de calor e luz na loja?
Se qualquer resposta gerar dúvida, não compre. A segurança alimentar começa no carrinho, não na cozinha.
O banimento do azeite Ouro Negro reforça um padrão: fiscalização ativa e tolerância zero para origem incerta, adulteração e rotulagem enganosa.
Consumidor informado é consumidor protegido e influencia o varejo a elevar o padrão.
E você? Já encontrou alguma das marcas vetadas na sua cidade? Os preços do azeite mudaram por aí? Conte nos comentários marca, lote, mercado e cidade seu relato real ajuda outros leitores a decidir melhor e pressiona o varejo a cumprir as regras.