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Governo Brasileiro admite que pode negociar com os EUA a exploração de terras raras

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 04/08/2025 às 22:12
terras raras
Foto: Reprodução
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Ministro da Fazenda propõe incluir minerais críticos nas negociações com os EUA, enquanto Lula reforça defesa da soberania sobre recursos estratégicos.

Fernando Haddad, ministro da Fazenda, afirmou nesta quarta-feira, 04, que o Brasil pode incluir a exploração de minerais críticos e terras raras nas negociações com os Estados Unidos sobre as tarifas impostas pelo governo norte-americano a produtos brasileiros.

A declaração, feita em entrevista à BandNewsTV.

A proposta de Haddad

Segundo o ministro, o Brasil, por ser um dos maiores detentores de reservas desses minerais, pode ampliar a participação no comércio bilateral e atrair investimentos estratégicos dos Estados Unidos.

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Haddad ressaltou que o país norte-americano não é rico nesses elementos e que isso abre espaço para acordos de cooperação em áreas como a produção de baterias mais eficientes e tecnologias avançadas.

Além da mineração, o ministro destacou que outros setores poderiam se beneficiar de uma aproximação, citando especificamente o de data centers.

O Brasil, disse ele, tem grande oferta de energia para alimentar estruturas de processamento e armazenamento de dados.

Para Haddad, o leque de setores de interesse comum é amplo e pode contribuir para uma relação mais equilibrada.

Diversificação de parceiros

Haddad também indicou que o governo busca evitar uma dependência excessiva de um único bloco econômico.

Nós não queremos que só a China, ou agora com a União Europeia, a União Europeia invista no Brasil. Nós queremos que os Estados Unidos invistam também”, afirmou.

Essa visão se alinha à estratégia de diversificação de mercados, que procura reduzir riscos geopolíticos e ampliar a margem de negociação do país.

O interesse norte-americano

O tema ganhou força após o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar, informar ao Instituto Brasileiro de Mineração que Washington quer realizar acordos para adquirir minerais considerados estratégicos.

O movimento vem em um momento em que grandes potências buscam garantir suprimento de matérias-primas essenciais para a indústria de tecnologia e defesa.

O que está em jogo

As terras raras, grupo de 17 elementos químicos presentes em produtos como smartphones, televisores, câmeras digitais e LEDs, são insubstituíveis em muitas aplicações.

A maior parte das reservas está concentrada na China e no Brasil, que possui a segunda maior reserva mundial, equivalente a 25% do território com potencial identificado.

Esses minerais têm papel central na fabricação de ímãs permanentes, fundamentais para turbinas eólicas, veículos elétricos e equipamentos militares, como aviões de caça e submarinos. Com valores que podem chegar a milhares de reais por quilo, dependendo do elemento, o setor é altamente lucrativo e estratégico.

Disputa global

A corrida por minerais críticos é parte de um cenário mais amplo de disputas comerciais e tecnológicas. Estados Unidos, China e União Europeia têm buscado assegurar acesso a esses recursos para reduzir vulnerabilidades e garantir avanços em setores-chave.

Nesse contexto, o Brasil se vê diante de um dilema: aproveitar a demanda para fortalecer parcerias internacionais ou adotar uma postura mais fechada para preservar controle sobre sua produção.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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