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Governo Bolsonaro pressiona Petrobras para redução nos preços do diesel e demais combustíveis, além de querer um aumento nos dividendos da estatal

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em 27/07/2022 às 10:37
Em meio a um cenário de instabilidade nos valores dos combustíveis e na corrida eleitoral brasileira, o Governo Bolsonaro agora pressiona a Petrobras para baixar os preços do diesel e busca mais dividendos com a antecipação dos valores de 2023.
Foto: Bloomberg
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Em meio a um cenário de instabilidade nos valores dos combustíveis e na corrida eleitoral brasileira, o Governo Bolsonaro agora pressiona a Petrobras para baixar os preços do diesel e busca mais dividendos com a antecipação dos valores de 2023.

Os conflitos entre o Governo Bolsonaro e a Petrobras se acentuaram nesta quarta-feira, (27/07), e o presidente continua a pressionar a estatal para uma redução nos preços do diesel repassados às refinarias. Com a justificativa de uma queda nos valores internacionais dos combustíveis. Além disso, o Governo agora busca aumentar os dividendos pagos pela empresa. E uma antecipação do valor de 2023, como forma de contornar o cenário instável no mercado nacional.

Petrobras é pressionada pelo Governo Bolsonaro a reduzir os preços do diesel em suas refinarias em meio à cenário de instabilidade no mercado dos combustíveis

O cenário dos combustíveis no Brasil vem enfrentando grandes oscilações durante os últimos meses, em meio aos ajustes realizados pela Petrobras e aos altos valores do barril do petróleo no mercado global. E, em meio a esse quadro de instabilidade, o Governo do presidente Jair Bolsonaro agora pressiona a estatal para diminuir em pelo menos 5% o valor que cobra pelo combustível em suas refinarias, como forma de contornar os altos valores dos combustíveis no país.

A principal justificativa do Governo para a pressão quanto aos valores cobrados pelo diesel no Brasil é a questão da queda dos preços internacionais dos combustíveis. Mesmo com a persistência do cenário instável no mercado global.

Além disso, de acordo com a Abicom, que reúne importadores, o preço do diesel vendido pela estatal estava 29 centavos — cerca de 5% — acima do preço de paridade de importação (PPI) no fechamento do mercado da última sexta-feira. E, embora a Abicom acredite que esse ano seja difícil manter uma boa margem de redução nos valores, a associação ainda acredita ser possível diminuir os preços.

Outro problema que o Governo Bolsonaro tenta solucionar com a pressão sobre a estatal quanto à redução dos preços do diesel nas refinarias é a disparidade de valores entre o diesel e a gasolina. Isso, pois o litro do diesel custa, hoje, R$ 7,55, segundo a ANP. O que é R$ 1,66 mais caro que o litro da gasolina em todo o país. E, mesmo após a redução do ICMS e outros benefícios fiscais do Governo para reduzir o valor, a queda foi de somente 1,7% nas últimas quatro semanas.

Governo Federal busca mais dividendos às estatais e Petrobras analisa questão de antecipação dos valores ao Estado em reunião na próxima quinta-feira

Além de pressionar fortemente a Petrobras quanto à redução nos preços do diesel nas refinarias da empresa, o Governo Bolsonaro busca agora que Petrobras, BNDES, Banco do Brasil e Caixa antecipem parte dos dividendos pagos em 2023. Essa é a principal estratégia do Estado para reduzir o forte impacto que a PEC das Bondades teve sobre o mercado nacional.

A PEC instituiu o estado de emergência e permitirá ao governo desembolsar R$ 41,25 bilhões, principalmente em benefícios sociais, às vésperas das eleições. Dessa forma, a antecipação dos dividendos da Petrobras e outras estatais para o ano de 2022 visa contornar o déficit financeiro do país durante este ano. Mas dificultará o quadro financeiro do país pelo próximo ano, o que pode contribuir para uma gestão complicada em um possível outro governo.

Por fim, a Petrobras afirmou que recebeu o ofício da Secretaria Especial do Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia pedindo antecipação de dividendos. Onde reunirá o seu conselho de administração para decidir quais medidas serão tomadas na próxima quinta-feira.

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Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

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