Governadores pedem à Camex e a Geraldo Alckmin suspensão de mudanças nas tarifas de carros elétricos para evitar riscos à indústria nacional!
Governadores de Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo se uniram para pedir ao vice-presidente e presidente da Câmara de Comércio Exterior (Camex), Geraldo Alckmin, a suspensão da redução de tarifas de importação para carros elétricos.
O documento enviado nesta última semana de julho aponta que a medida, caso aprovada, pode afetar diretamente a indústria automotiva nacional, reduzir empregos e comprometer investimentos no setor.
A solicitação inclui a abertura de diálogo com os estados produtores e as montadoras antes de qualquer decisão final.
-
Yuan da China já é a 2ª moeda mais importante nas reservas internacionais do Brasil em 2025 — superou o euro e pressiona hegemonia do dólar nos emergentes
-
Pequenas e médias empresas brasileiras ganham acesso ao yuan em 2025 e fecham contratos diretos com a China — enquanto dólar perde espaço até nas menores transações
-
O trabalho que paga bônus maiores que o salário fixo já transforma carreiras: corretor com base de R$ 3 mil pode faturar R$ 15 mil em um mês
-
R$ 5 bilhões! Novo benefício do Governo Federal vai custar uma quantia bilionária aos cofres públicos
O que está em jogo na redução das tarifas
A principal preocupação dos governadores é o impacto da redução tarifária sobre a produção local. O pedido formal destaca que a importação de kits de veículos elétricos semimontados (SKD) e completamente desmontados (CKD) com valores mais baixos pode desestimular a montagem no Brasil.
Segundo o documento, a substituição da produção nacional pela simples importação pode comprometer a competitividade da cadeia automotiva, reduzindo a geração de valor agregado e enfraquecendo fornecedores e sistemistas já instalados no país.
A origem do debate sobre carros elétricos
A movimentação ocorre após a montadora chinesa BYD solicitar à Camex, em fevereiro, a redução das alíquotas de importação para 5% no caso dos carros elétricos e 10% para os híbridos.
Atualmente, as tarifas aplicadas são de 18% e 20%, respectivamente.
A BYD tem interesse em utilizar esses formatos na unidade fabril instalada em Camaçari, na Bahia, aproveitando as vantagens tributárias para ampliar sua competitividade no mercado brasileiro.
Produção nacional e empregos em risco
Os seis estados que assinam o pedido concentram a maior parte da fabricação de veículos eletrificados no Brasil, com montadoras, empresas sistemistas e fornecedores especializados.
De acordo com os governadores, essa estrutura emprega aproximadamente 50 mil trabalhadores e sustenta investimentos contínuos em pesquisa e desenvolvimento.
Qualquer medida que incentive a importação em detrimento da produção local pode colocar em risco esses postos de trabalho e desestimular novas instalações industriais.
Pedido de diálogo antes da decisão
No texto encaminhado a Geraldo Alckmin, os governadores solicitam que a Camex adie qualquer mudança tarifária até que haja ampla discussão com representantes dos estados produtores e da indústria automotiva.
O grupo argumenta que é necessário encontrar um equilíbrio entre o incentivo ao uso de carros elétricos no Brasil e a proteção da indústria nacional.
Para eles, decisões unilaterais podem comprometer a política industrial e os avanços tecnológicos conquistados nos últimos anos.
Próximos passos no cenário automotivo
Ainda não há definição sobre a resposta oficial da Camex ao pedido dos governadores. No entanto, especialistas do setor afirmam que a decisão terá impacto direto na competitividade da produção nacional e no ritmo de adoção de veículos eletrificados no país.
Enquanto a indústria aguarda a posição do governo, o debate sobre tarifas de carros elétricos deverá se intensificar, com diferentes setores defendendo interesses divergentes entre incentivo à mobilidade sustentável e proteção do parque fabril brasileiro.