Imagine receber uma mensagem de alguém conhecido com o título “Orçamento atualizado”. Você abre sem pensar duas vezes — afinal, parece algo profissional, comum no dia a dia. Mas, em segundos, seu computador é infectado, sua conta do WhatsApp é clonada e seus dados pessoais começam a vazar silenciosamente. Esse é o cenário real por trás do golpe do orçamento, o vírus Sorvepotel, apontado como o risco digital mais perigoso de 2025.
O golpe ganhou força nos últimos meses e vem se espalhando rapidamente entre usuários comuns e empresas. O motivo? Ele é disfarçado de rotina, se infiltra pelo WhatsApp Web e se propaga sozinho. Diferente dos golpes que exigem cliques em links suspeitos, esse atua de forma automatizada — uma vez dentro do computador, ele usa a conta da vítima para enviar a mensagem infectada a todos os contatos, criando uma corrente de infecção em massa.
Como o vírus se disfarça
O segredo do sucesso desse golpe está na engenharia social, a arte de enganar com aparência de normalidade. A mensagem vem curta e direta, com frases como:
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“Segue o orçamento conforme combinado.”
“Envio o orçamento atualizado, veja se está tudo certo.”
“Orçamento solicitado – segue anexo.”
📎 O anexo parece legítimo: um arquivo ZIP, PDF ou DOC. Mas o conteúdo é, na verdade, um atalho disfarçado (.lnk) que, ao ser executado, instala o vírus Sorvepotel no computador da vítima.
A partir daí, o malware busca dados sensíveis, cookies de login, senhas salvas e sessões ativas do WhatsApp Web — e passa a agir sozinho.
Em minutos, ele envia mensagens automáticas para todos os contatos da vítima, repetindo o mesmo golpe. O WhatsApp vira um vetor de contaminação em cadeia, algo que há muito tempo não se via em redes sociais.
Por que o golpe é tão perigoso
O Sorvepotel combina três fatores que o tornam especialmente devastador:
- Velocidade — se espalha em segundos, sem intervenção humana.
- Credibilidade — a mensagem vem de um contato real e com um conteúdo “normal”.
- Silêncio — a vítima raramente percebe a infecção até que alguém avise.
Essa combinação cria um cenário de pânico digital. Em poucos dias, o vírus já havia atingido órgãos públicos, pequenas empresas e milhares de usuários domésticos. Ele rouba logins, acessa conversas e pode até comprometer contas bancárias.
Sinais de que você pode ter sido infectado
- Seu WhatsApp Web envia mensagens sem você perceber.
- Arquivos e programas estranhos aparecem no computador.
- O navegador fica mais lento ou exibe logins automáticos indevidos.
- Amigos relatam que receberam mensagens de “orçamento” vindas de você.
Se isso acontecer, desconecte o WhatsApp Web imediatamente, rode um antivírus atualizado e altere suas senhas, principalmente as bancárias.
Como se proteger do golpe do orçamento
- Desconfie de qualquer arquivo não solicitado.
Mesmo que venha de um amigo, confirme antes de abrir. - Verifique a extensão do arquivo.
Arquivos.zip,.lnkou.scrsão sinais claros de risco. - Mantenha o sistema e o antivírus sempre atualizados.
O vírus explora falhas antigas do Windows e navegadores. - Ative a verificação em duas etapas no WhatsApp.
Isso impede que sua conta seja clonada mesmo se o código de acesso vazar. - Evite deixar senhas salvas no navegador.
É o primeiro alvo do Sorvepotel.
O golpe que enganou até profissionais
O mais assustador é que até técnicos de informática e profissionais experientes já caíram. O disfarce é convincente e o comportamento automático do vírus reduz o tempo de reação.
A recomendação dos especialistas é simples: se não pediu um orçamento, não abra — por mais convincente que a mensagem pareça.
O golpe do orçamento é mais do que um alerta de segurança. É um lembrete de que, em 2025, o maior risco digital pode chegar disfarçado de normalidade — com uma simples mensagem de WhatsApp.



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