Mais de 50 mil barris diários devem voltar a ser produzidos no campo de Tupi, na Bacia de Santos, após liberação da ANP e ajustes técnicos da estatal.
A Petrobras anunciou, em 13 de outubro de 2025, que está pronta para retomar as operações do FPSO Angra dos Reis, plataforma instalada no campo de Tupi, no pré-sal da Bacia de Santos. A unidade pode produzir até 50 mil barris de petróleo por dia. Ela havia sido paralisada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) após inspeções que identificaram reforços necessários em segurança operacional.
Além disso, de acordo com comunicado oficial, a empresa concluiu todas as ações exigidas pelo órgão regulador. Agora, a estatal se prepara para retomar as atividades de forma gradual, o que deve ocorrer nos próximos dias, dependendo das condições climáticas.
Ajustes técnicos garantem segurança e estabilidade
A estatal afirmou que “segue trabalhando para finalizar o processo de retorno seguro da unidade o mais rápido possível”. Por isso, técnicos da companhia informaram que o FPSO Angra dos Reis passou por verificações estruturais e ambientais. O objetivo é garantir segurança aos trabalhadores e integridade operacional.
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Além do aspecto técnico, a plataforma opera desde outubro de 2010 e foi a primeira de grande porte instalada no pré-sal brasileiro. Ela marcou um avanço histórico na exploração offshore e simboliza a força tecnológica nacional.
Inicialmente batizada de Lula, em homenagem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, teve o nome alterado para Tupi durante o governo Jair Bolsonaro, em 2020. Dessa forma, a mudança buscou padronizar as denominações dos campos do pré-sal.
A retomada das operações acontece após a prorrogação do contrato da unidade até 2030. O acordo, firmado em janeiro de 2025 entre a Petrobras e os parceiros do campo, reforça o compromisso com a continuidade das atividades no pré-sal, mantendo produtividade e estabilidade mesmo em um cenário desafiador.
Consórcio reforça operação e participação estratégica
O campo de Tupi é operado por um consórcio liderado pela Petrobras, que detém 67% da produção total. Além disso, a Shell Brasil participa com 23%, a Petrogal Brasil com 9%, e a PPSA (Pré-Sal Petróleo S.A.) com 0,551%. Essa estrutura reflete a força colaborativa do setor petrolífero brasileiro, o que contribui diretamente para o avanço tecnológico e operacional.
Tupi já foi o maior campo produtor do pré-sal. No entanto, em agosto de 2025, Búzios o ultrapassou, segundo dados oficiais da ANP. Búzios produziu 821,8 mil barris diários, enquanto Tupi registrou 780,4 mil bpd. Mesmo assim, o campo segue como referência tecnológica e é essencial para a produção nacional, sobretudo em tempos de oscilação no preço do petróleo.
FPSO Angra dos Reis: um pioneiro que continua relevante
Com capacidade de 50 mil barris diários, o FPSO Angra dos Reis tem desempenho menor que as novas plataformas de Búzios, que chegam a 225 mil bpd. Ainda assim, a unidade é vital para o equilíbrio da produção na Bacia de Santos.
Além disso, especialistas destacam que, em períodos de instabilidade no mercado, manter plataformas ativas e seguras é fundamental para a estabilidade da Petrobras. Hoje, o barril de petróleo está abaixo dos US$ 65, o que reforça a necessidade de eficiência operacional e otimização de custos.
Por essa razão, a Petrobras afirmou que a retomada seguirá padrões rigorosos de segurança e sustentabilidade. Técnicos monitoram condições ambientais e estruturais de forma contínua para assegurar o retorno dentro dos parâmetros ideais, o que demonstra o foco da estatal em responsabilidade e governança.
Importância econômica e simbolismo da retomada
O retorno do FPSO Angra dos Reis simboliza resiliência e comprometimento com o futuro energético do Brasil. Além disso, reforça o papel de liderança da Petrobras na exploração do pré-sal, setor que é fundamental para a economia nacional e para o equilíbrio da balança comercial.
Analistas avaliam que a volta da produção ajudará a compensar quedas em campos maduros, além de reforçar a confiança dos investidores. Assim, a estatal demonstra agilidade e responsabilidade diante de desafios operacionais e consolida sua imagem de solidez no mercado.
O futuro do pré-sal e o desafio da eficiência
Mesmo com menor volume que Búzios, o campo de Tupi segue como símbolo do avanço tecnológico brasileiro em águas profundas. Desde sua criação, o campo ajuda o país a atingir recordes de produção e mantém a Petrobras como referência mundial em engenharia offshore.
Adicionalmente, a empresa pretende manter as operações até 2030, investindo em eficiência, segurança e inovação. O objetivo é garantir sustentabilidade, geração de empregos e avanço tecnológico, mesmo diante da transição energética global. Dessa maneira, a Petrobras busca equilibrar crescimento econômico e responsabilidade ambiental.
O que você acha que deve ser prioridade para a Petrobras neste momento: acelerar a produção para aumentar as receitas ou investir em tecnologias mais limpas e seguras para consolidar o futuro do pré-sal? Deixe sua opinião!