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Gigante chilena Arauco avalia usar hidrovia Paraná-Tietê para escoar 3,5 milhões de toneladas de celulose, podendo tirar 6 mil caminhões das estradas por mês

Publicado em 01/09/2025 às 21:04
Arauco estuda usar a hidrovia Paraná-Tietê no escoamento da celulose de sua nova fábrica no MS. Entenda como a mudança logística pode reduzir custos e emissões.
Arauco estuda usar a hidrovia Paraná-Tietê no escoamento da celulose de sua nova fábrica no MS. Entenda como a mudança logística pode reduzir custos e emissões. (Imagem gerada por IA/meramente ilustrativa)
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Arauco estuda usar a hidrovia Paraná-Tietê no escoamento da celulose de sua nova fábrica no MS. Entenda como a mudança logística pode reduzir custos e emissões.

A multinacional chilena Arauco, que investe R$ 25 bilhões na construção de sua nova fábrica de celulose em Inocência (MS), estuda mudanças no plano logístico de transporte. A empresa, que já possui autorização para construir um ramal ferroviário ligando a unidade à malha da Ferronorte, agora analisa a possibilidade de utilizar a hidrovia Paraná-Tietê como rota principal para escoar as 3,5 milhões de toneladas anuais de produção previstas a partir de 2027.

A escolha desse modelo multimodal, que combina rodovias, hidrovias e ferrovias, pode reduzir custos, ampliar a eficiência operacional e diminuir significativamente as emissões de gases de efeito estufa.

O movimento reforça o posicionamento da Arauco como uma das líderes em soluções sustentáveis no setor de celulose.

Nova fábrica de celulose da Arauco no Brasil

Com previsão de início das operações no último trimestre de 2027, a unidade de Inocência será a primeira fábrica da Arauco no Brasil.

O projeto, batizado de Sucuriú, nasce com capacidade inicial de produção de 3,5 milhões de toneladas de celulose por ano, mas a licença ambiental já prevê expansão futura para até 5 milhões de toneladas anuais.

O investimento inclui não apenas a planta industrial, mas também uma complexa cadeia de suprimento.

Serão necessários cerca de 1,5 mil motoristas para operar os 350 caminhões responsáveis pelo transporte diário de toras de eucalipto.

As florestas da companhia somam mais de 400 mil hectares na região, garantindo a matéria-prima necessária para o abastecimento.

Hidrovia Paraná-Tietê: alternativa sustentável e estratégica

O uso da hidrovia Paraná-Tietê surge como alternativa ao projeto ferroviário inicialmente aprovado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

Nesse modelo, a celulose seria transportada de Inocência até Três Lagoas por caminhões — em média 200 carretas por dia percorrendo 130 km —, e seguiria por barcaças até Pederneiras (SP), num trajeto de 450 km.

Dali, a carga embarcaria em trens rumo ao Porto de Santos, distante 550 km.

De acordo com a empresa, essa solução retiraria cerca de 6 mil caminhões das estradas mensalmente, com redução de 80% das emissões de CO₂ em comparação ao modal rodoviário.

Além do impacto ambiental positivo, o transporte fluvial apresenta ganhos de competitividade e menor custo logístico.

Ferrovia segue como opção para escoar celulose

Apesar da análise sobre a hidrovia, a Arauco não descarta a construção do ramal ferroviário de 47 km até a Ferronorte.

O projeto, estimado em R$ 2,4 bilhões, prevê a compra de 23 locomotivas e 750 vagões, suficientes para formar sete composições com 100 vagões cada.

A ferrovia também oferece benefícios ambientais relevantes, com redução de 60% nas emissões de CO₂ em relação ao transporte rodoviário.

Caso essa alternativa prevaleça, as obras precisarão começar em breve, já que o prazo estimado de execução é de 18 meses.

Expansão futura e visão de longo prazo

Segundo Alberto Pagano, responsável pela área de transportes da companhia, o plano logístico da Arauco foi desenhado com foco no futuro.

Ele destaca que o Brasil está à frente em soluções logísticas para a indústria de celulose, citando os vagões de 96 toneladas, bem acima da capacidade praticada no Chile.

Além da produção atual, o plano prevê transporte de insumos líquidos, madeira e até o uso de contêineres, reforçando o caráter multimodal do projeto.

A estratégia garante flexibilidade para adaptações diante da expansão da nova fábrica de celulose e da demanda crescente do setor.

Impactos regionais e geração de empregos

O investimento da Arauco em Inocência (MS) vai além da indústria.

A chegada da nova fábrica de celulose deverá impulsionar a economia local com a criação de milhares de empregos diretos e indiretos, além de fortalecer a cadeia de fornecedores.

Outro ponto relevante é a mecanização das florestas de eucalipto, com o plantio de 65 mil hectares anuais e ciclo de corte de seis anos.

Esse processo garante eficiência produtiva e segurança no fornecimento da matéria-prima.

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Andriely Medeiros de Araújo

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