Segundo Alex Coimbra, a venda bilionária de ações por David Vélez e Cristina Junqueira sinaliza que o Nubank deixou de ser startup disruptiva e entrou de vez na era dos lucros.
O Nubank não está em risco de falência, mas o recado é claro: a fase em que a fintech conquistava clientes a qualquer custo ficou para trás. No dia 15 de agosto de 2025, poucos dias após anunciar lucro recorde de US$ 700 milhões, o CEO David Vélez vendeu 33 milhões de ações e embolsou US$ 432 milhões (cerca de R$ 2,3 bilhões). Pouco depois, a cofundadora Cristina Junqueira também reduziu sua participação.
Segundo Alex Coimbra, analista do setor financeiro, essas operações representam o marco da transição do Nubank de startup “queridinha” para um verdadeiro bancão, focado em lucros e corte de benefícios. Para os clientes, isso significa um novo relacionamento com a instituição.
Por que os fundadores venderam as ações?
Oficialmente, a justificativa foi “planejamento patrimonial”, explicação comum nesse tipo de movimentação.
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Vélez também é signatário do The Giving Pledge, iniciativa de bilionários como Bill Gates e Warren Buffett para doar parte de suas fortunas, o que indica que parte dos recursos pode ser destinada à filantropia.
Ainda assim, o mercado interpretou o movimento como um sinal de maturidade e cautela.
Quando insiders realizam lucro no auge da valorização, a leitura é que o ritmo de crescimento explosivo pode não se repetir.
A mudança de fase do Nubank
Segundo Alex Coimbra, o Nubank vive a transição de startup para bancão.
Fase 1 (startup): captar clientes oferecendo cartão sem anuidade, cashback generoso e atendimento inovador, ainda que isso significasse queimar caixa.
Fase 2 (bancão): com capital aberto na bolsa, a prioridade passou a ser entregar lucro e cortar custos, mesmo que isso signifique reduzir vantagens para os clientes.
O exemplo mais claro é o Nubank Ultravioleta, cartão de crédito premium que perdeu benefícios relevantes e se tornou mais parecido com os concorrentes.
O banco que antes se destacava pela inovação agora se consolida como instituição tradicional.
O que muda para os clientes?
Para quem usa o banco no dia a dia, o impacto é direto.
A solidez financeira aumenta, já que o foco em lucros fortalece a estrutura da instituição. Por outro lado, as vantagens exclusivas diminuem. Cashback, benefícios premium e isenções tendem a ficar mais limitados.
A concorrência entre bancos digitais e tradicionais se acirrou.
Já há opções com programas de pontos mais robustos, cartões com cashback maior e investimentos mais rentáveis.
O consumidor agora precisa comparar ativamente produtos como cartões, caixinhas, CDBs e seguros, em vez de assumir que o Nubank oferece sempre a melhor condição.
Nubank na era dos lucros
Para Alex Coimbra, o Nubank não acabou, mas o “Nubank revolucionário” chegou ao fim.
A empresa que nasceu com discurso de disrupção e benefícios generosos agora busca consolidar lucros bilionários e garantir retorno a investidores.
A venda bilionária de ações pelos fundadores foi o sinal definitivo dessa mudança de era, marcando o adeus à fase de startup e a chegada do Nubank ao patamar de grande banco consolidado.
Na sua visão, o Nubank ainda vale a pena como banco principal ou os cortes de benefícios fazem você buscar alternativas? Você acredita que a instituição vai manter sua relevância no mercado? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem vive essa mudança na prática.